quase beijo

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    Durante o dia todo Ruggero a mimou, cuidou de cada um dos enjôos que ela sentiu e preparou a comida favorita dela, bolo de chocolate.

— o que quer para acompanhar?

— leite com achocolatado.

— não acha que é chocolate demais?

— não acho não — ela disse o fazendo rir, depois que comeram foram para o sofá, ele a colocou em seu colo e a abraçou.

— vai me deixar mal acostumada assim.

— e qual o problema?

— se um dia arrumar uma namorada vou perder tudo isso.

— com isso não vou mais poder te ter em meus braços, pra que namorada? Nunca quis isso — ele disse a fazendo rir — mas e você, não pensa em arrumar um namorado?

— não tão cedo, a prioridade é esse bebezinho — ela disse colocando a mão sob a barriga.

— e vocês são minha prioridade — ele disse beijando o pescoço dela.

       Um mês se passou, Karol deu início ao pré natal, Ruggero a acompanhou na primeira consulta e também nos exames que a obstetra pediu, apesar de ter sido uma grande surpresa para os dois, ambos estavam felizes.

— acho que agora que sabemos que está tudo bem pode contar a sua família.

— vamos contar juntos.

— docinho, não sei se é uma boa ideia.

— por que não?

— bom, é a sua família...

— mesmo que não tenhamos um relacionamento, agora você faz parte da família, e bom, eles ainda acham que você é minha namorada.

— e agora que não vai dar pra mudar isso.

— se quiser digo que a gente terminou ou algo do tipo.

— deixa como está, teremos tempo pra resolver isso — a verdade é que Karol não queria romper o relacionamento, mesmo que fosse de mentira.

— vou pedir pra minha mãe preparar um jantar amanhã para podermos contar.

— tá bom — ele segurou o rosto dela entre suas mãos e a beijou.

— docinho, agora me leva pra casa, tô morrendo de fome.

— desconfio que tenha uns três aí dentro, não é possível, você está comendo demais — ele disse rindo.

— levando em consideração que coloco metade pra fora.

— é, tem isso também, vamos, vou te levar pra casa, mais tarde tenho uma coisa pra fazer.

— o que?

— uma amiga veio de outra cidade me convidou para sair — ele disse sem graça.

— entendi, legal — ela fingiu normalidade, mas estava chateada.

     Ruggero a deixou em casa e foi para sua. já era noite quando ela saiu, Karol estava triste, não queria que ele saísse com outra, em sua procura na tv ela acabou passando por um programa de culinária, uma moça estava a ensinar a receita de um bolo com recheio de coco e chocolate, na hora lhe veio o desejo, era o primeiro da gravidez, a boca salivava e sentia que nada mais poderia lhe satisfazer, ela até pensou em sair para comprar, mas seria difícil encontrar uma padaria aberta aquela hora e seria muito improvável encontrar aquele exato sabor, então como tinha todos os ingredientes necessários decidiu ela mesma fazer.

     Em um bar Ruggero estava com Camila, uma garota que havia conhecido em uma excursão que a faculdade dele havia feito até a dela.

— Rugge, você mudou muito, nem parece que faz apenas um ano que nos vimos.

— pois é, aconteceu tantas coisas.

— deve mesmo ter acontecido muitas coisas, o antigo Ruggero não estaria em um lugar como esse — ela disse o fazendo rir.

— e então, como vai a faculdade?

— ainda na luta, as vezes penso que devia ter escolhido uma que não fosse tão longa, mas medicina sempre foi minha paixão, não me vejo fazendo outra coisa no futuro sabe.

— entendo e está certa em correr atrás de seus sonhos.

        Em seu apartamento Karol estava a preparar o bolo que já estava no forno, e enquanto assava ela decidiu já ir preparando os recheios, primeiro o de chocolate e depois o de coco, ela não resistiu, antes mesmo do bolo pronto ela teve que provar um pouco, quando o bolo enfim assou ela foi o retirar do forno mas acabou encostando o pulso na assadeira o que resultou em uma queimadura.

— aí, que droga — ela rapidamente colocou o bolo sob a bancada e foi em direção a pia, ligou a torneira e colocou o pulso embaixo, já estava chateada e aqui foi o gatilho para fazer as lágrimas chegarem.

       O encontro corria bem, Camila e Ruggero se davam muito bem, mas ela estava com outras intenções além de um encontro entre amigo, ela se aproximou, colocou a mão em seu rosto e quando estava prestes a beija-lo ele se pronunciou.

— não, tem uma garota... Ela está grávida de um filho meu.

— está em um relacionamento com ela?

— tecnicamente não.

— então não tem problema nenhum se a gente não ficar — Ruggero viu a tela do celular acender e o nome de Karol brilhar em uma notificação, ele então afastou Camila e pegou seu celular vendo que se tratava de uma mensagem “ docinho, quando sair do seu encontro passa aqui em casa” não tinha nada de alarmante na mensagem, mas sabia que Karol não o mandaria mensagem atoa — só um instante — ele se afastou um pouco então efetuou uma ligação para ela que logo atendeu.

— oi docinho.

— o que aconteceu?

— tá tudo bem, você pode passar aqui mais tarde.

— me conta kah, te conheço, sei que não me mandaria mensagem atoa.

— não foi nada demais, eu só fui fazer um bolo e acabei me machucando — ela disse com a voz chorosa.

— está chorando?

— não...sabe como é, hormônios da gravidez, não precisa se preocupar , não quero atrapalhar, docinho? Ruggero? ele desligou na minha cara — ela disse a si mesma e mais uma vez caiu em lágrimas — mas é bem feito pra mim, não devia ter mandado mensagem, ele está com outra, claro que não vai querer saber de mim.

— vou embora.

— Rugge se é por conta do quase beijo...

— Camila, não sei por que pensou em fazer isso, você é uma garota incrível, mas mesmo eu estando solteiro não estou disponível — Ruggero deixou dinheiro sob a mesa para pagar a conta em seguida saiu.

Amo vocês, beijinhos na testa 😘💋💋

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