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Lorrany

Dois dias depois, no domingo, nada do meu pai conversar comigo, isso estava me deixando aflita. Não sabia se ele não teve tempo ou só não queria olhar na minha cara mesmo.

Me arrumava pois hoje era aniversário da Yasmin, e ela planejou um almoço, só família mesmo. Minha mãe estava ajudando ela com a decoração, e por isso ficou ausente de casa o dia todo.

quando eu estava na metade do cabelo finalizando, meu pai me chamou. No momento meu corpo tremeu inteiro, sequei minha mão de creme na toalha e sentei na cama esperando ele iniciar a conversa.

Russo: quanto tempo vocês estão nessa?

Lorrany: pouco depois do meu aniversário- ele concordou e ficou olhando pra um ponto fixo.

Russo: esse tempo todo.. de baixo do meu nariz- sorriu amargo e eu engoli seco- Filha, o que mais me chateia em vocês, tô me referindo a Yara também. Vocês nunca chegaram sentaram e conversaram, nem que seja só  comigo- manteve os olhos em mim e eu já queria abaixar a cabeça porque queria chorar.- eu não gostaria da ideia, e não gosto. Mas só de saber que você confiou em mim pra me contar, já pensaria sobre.

Lorrany: pai eu não consigo- nego com a cabeça- vocês me criaram assim, fizeram um bloqueio em mim, não me deixam muito a vontade de conversar. Não consigo passar confiança para vocês se vocês não fazem o mesmo.

Russo: você gosta dele?- perguntou calmo e eu concordei.

Lorrany: eu não queria te decepcionar com mais isso, sinto muito..- abaixei a cabeça limpando a lágrima que caiu.

Russo: vem cá- me abraçou- eu te amo muito, você não me decepciona, me causa estresse pra cacete, mas eu te entendo. Não me sinto confortável em saber que tu tá gostando de um cara fechamento pra caralho meu, mas eu não vou te impedir. Se com a Yara que era rival eu não impedi, não vai ser você. Mas você tem que me depositar confiança, eu tenho que tá ligado que eu posso contar com minha filha e que ela vai ser cem porcento fechamento comigo. Não gosto de mentiras e você sabe, não se coloca em posição de cair no meu conceito.

Lorrany: eu prometo que vou tentar melhorar isso em mim- falei sentindo seu beijo na testa- eu te amo muito!

Russo: Sua mãe falou algum bagulho?

Lorrany: pior que não..- respirei fundo- queria tanto que ela soubesse se comunicar mais comigo- sorriu olhando pro chão- mas tudo bem.

Russo: sua mãe da o tratamento conforme ela recebeu, por isso eu converso com Yara, cara, quebra padrões, tratar como foi tratada não vai fazer bem pro muleque.

Lorrany: ela estava me contando que o Luiz respondeu ela.- ele apertou os olhos e pensou.

Russo: o muleque tem boca e não fala, se respondeu foi por que alguma coisa tá acontecendo- falou pensativo e depois me soltou do abraço- Eu não vim antes não era por raiva sua ou algo do tipo, eu estava ocupado- concordei e era o que eu imaginava- sua mãe também é foda, tá me fazendo de cachorrinho dela, achando que eu sou mordomo.

Lorrany: vocês ficam nesse sei lá o que e eu fico toda confusa.

Russo: vou deixar ela mansinha hoje- dei risada levantando da cama.

Minha mente estava mais relaxada depois das palavras do meu pai, porém ainda muito confusa em que decisão tomar. Por mais que ele tenha permitido, tem muita coisa ainda para resolver.

Terminei de arrumar meu cabelo, sequei com o difusor, que eu lembro quando meu pai pagou chorando pra mim depois de muita insistência. Coloquei um cropped, com shortinho que fazia seu conjunto, pra complementar uma melissa. Passei minha colônia e coloquei meus acessórios.

Marcando quase uma e meia da tarde, eu apareço no churrasco e o que eu pensava que era só família, tinha uns amigos dele e do Costa.

Sou recebida com um abraço dos meus bebês, a saudade que eu estava de ambos me fez encher todos os dois de beijinhos, até eles reclamar.

Lorrany: tava com tanta saudades.

Luiz: tia você não me viu mais por que?

Lorrany: tô trabalhando e estudando muito, tenho que ser a tia rica de vocês, não é fê?- beijei a bochecha dele e levantei o olhar batendo diretamente meu olhar com o dele.

Desejei boa tarde pra todo mundo, caçando a aniversariante para entregar seu presente, que não era suspense nenhum. A Yasmin é a louca das bolsas, comprei uma prada no shopping e foi até ela que escolheu a que queria.

Yasmin: você é uma safadinha, mora nem cinco minutos daqui e não vem me ver.

Lorrany: Não tive tempoo- falei soltando ela e pegando um pedaço de carne- tem coca? Tem que ser retornável, só bebo retornável.

Costa: Vai ficar sem beber então- passou me olhando com deboche mas voltou me abraçando- as vezes eu gosto de você.

Lorrany: queria poder dizer o mesmo..- ele deu risada me soltando por alguém ter te chamado.

Yasmin: me conta o que deu com o seu pai?- falou baixinho - você é muito doida- falou rindo- viu que ele tá aí?- concordei.

Lorrany: vi, me tremi inteira- ela deu risada e quando eu eu voltar ao assunto ela me olhou dizendo não- cadê a coca?

Fp: coe Yasmim, vê outro latão aí.

Yasmin: pega aí ué, cadê meu filho gente- saiu com o pratinho da criança e eu fiz cara de choro pra geladeira, se meu pai vê nos dois sozinhos em um ambiente..

Fp: esperei sua mensagem..- diz atrás de mim abrindo o freezer.

Lorrany: é, eu só consegui conversar com meus pais hoje.

Fp: tô te dando seu tempo princesa, só não me faz de bobo- beijou meu pescoço e se manteve ali.- tá?- falou perto do meu ouvido.

Lorrany: Felipe se meu pai ou uns dos meus tios pega a gente assim..- falei de olho fechado.

Fp: assim como?- me mantive de olho fechado, sentindo aqueles beijos, me deixando cada vez mais arrepiada e me trazendo uma onda de formigamento entre minhas pernas. Quando eu escutei choro de criança, voltei a realidade e saí dos braços dele com o litro de coca cola.

Tirei um copo do armário e sai encarando ele seria, como eu iria e queria cair em tentação..

Vulnerabilidade.Where stories live. Discover now