A Fantástica Biblioteca dos Black II

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Florean caminhou devagar até ele, e se abaixou até o chão onde estava o seu neto, seus olhos muito azuis estavam espantados, mas não demonstravam medo. Cedrico desviou o olhar e ficou encarando as próprias mãos, tremendo de fraqueza, o velho pegou o rosto do rapaz com as duas mãos e o observou minuciosamente.

— Seus olhos estão vermelhos.

— Desculpe, vovô me desculpe e-eu não entendo o que…— Cedrico murmurou

— Shiiiu, filho tudo bem se acalme está tudo bem, respire comigo vamos lá— disse seu avô puxando-o para um abraço e esfregando suas costas, Cedrico cerrou os olhos e tentou se concentrar primeiro no movimento que seu avô fazia ao respirar depois quando seu próprio coração desacelerou ele prestou atenção no cheiro do avô, grama pergaminho e o perfume floral que sua avó usava...

— Isso mesmo, respire.— Passados alguns minutos assim ele sentiu-se mais calmo, soltou-se do abraço com languidez e fitou o brasão prateado da família Black por alguns instantes.

— O que aconteceu? Eu machuquei o senhor?— Perguntou com a voz cansada— Eu não entendo essa foi a minha magia?

— Também não entendo Ced, acho que você saiu do St. Mungus muito cedo, venha sentar aqui— seu avô o ajudou a se levantar e caminhou com amparando um pouco do seu peso. O ouvido de Cedrico zunia ligeiramente enquanto Florean o ajudava a repousar numa das poltronas de veludo verde que adornavam a sala.

O velho pegou uma cadeira e pôs de frente ao neto, Cedrico lhe lançou um olhar avaliador, Florean era todo cabelos grisalhos, maiores do que ele se lembrava quase batendo nos ombros, e a barba por fazer que lhe era característica, olhos verdes,mas diferentes dos de Harry, não eram tão vívidos tinham um brilho suave e às vezes pareciam castanhos. 

Seu avô também o encarava com aquele olhar que Cedrico aprendeu a reconhecer: era como se por um momento visse outra pessoa através do rosto do neto.

Repentinamente Cedrico lembrou de outras ocasiões em que seu avô o olhava daquela maneira, e estava certo de que nesses momentos Florean lembrava-se da filha, mãe de Cedrico. Todos que a conheceram insistiam que os dois eram extremamente parecidos.

— Vô? — ele chamou Florean piscou levemente e sorriu.

— Acho que agora vou te cumprimentar direito, sem causar a nenhum de nós um ataque cardíaco— disse puxando o neto para um abraço que perdurou. Cedrico suspirou e se deixou envolver pela familiaridade do abraço do avô.

— Se não quiser causar um infarto da próxima vez, se anuncie mais sutilmente — disse o jovem fazendo o avô gargalhar.

— Ei, esse aqui é meu território, meu jovem, eu não preciso de sutileza quando sou o rei da biblioteca — Florean o soltou e fez um gesto amplo com os dois braços como se quisesse abarcar toda a sala.

— Engraçado vovô pensei que Sirius Black era o dono do lugar.

— Ele pode ser o dono mas eu sou o rei— respondeu seu avô piscando.

— É mesmo Florean? 

O estômago de Cedrico quase saiu da garganta pela segunda vez no mesmo dia, porque saindo de lugar nenhum das paredes vinha Sirius Black. Ele observava seu avô com um sorriso divertido, caralho, pelo menos de problema no coração eu não morro da onde diabos eles estão saindo?! Pensou o jovem entre ansioso e exasperado.

— Sim sim Sirius, afinal você que não é — Respondeu seu avô rindo para ele, Sirius deu um sorriso de cão.

— Bom não posso dizer que eu sou muito do tipo que leitor, mas fico feliz que alguém possa achar útil os trambolhos da minha família.

O Eixo do GirassolOnde histórias criam vida. Descubra agora