11. Preocupações no campus

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Jimin estudou o corpo de Jeongguk sobre a cama do hospital, adormecido. Ele parecia bem, mesmo com um corte na sobrancelha e ferimentos dentro do nariz e na boca. Seu antebraço estava engessado, mas era possível ver em sua feição que ele não sentia dor, pois não apresentava nenhuma ruga causada pelo incômodo. Seu rosto estava pleno, suave, como se estivesse sonolento.

Entretanto, algo dentro de Jeongguk provavelmente doía mais que os machucados. Jimin sabia que algo tinha acontecido na casa em que ele cresceu com a mãe, que parecia despedaçar cada dia mais, como uma rosa murcha. Provavelmente o de costume: ela estava desestabilizada, embriagada, e Jeongguk ficou nervoso o suficiente para desviar a atenção por um curto período de tempo. Acidentes acontecem assim, você não pode desviar os pensamentos para coisas ruins ou perde o chão. O corpo dele era forte e duro, mas seu coração já estava esgotado daquela situação.

Jimin, ao vê-lo fragilizado daquele jeito, olhou-o com um pouco mais de carinho e compreensão. Ele com certeza estava com problemas maiores do que escolher entre ele e Naomi. Parecia uma besteira tão grande agora.

— Não precisam me olhar assim. — Ele sorriu fracamente, encarando seus acompanhantes. Jimin estava tão perdido em pensamentos que não notou os olhos de Jeongguk abrirem. O nadador o olhou de cima a baixo e viu que apenas seus olhos despertaram, pois ele não moveu mais um músculo — Fiquei horas esperando um atendimento no hospital, só quero dormir um pouco mais.

Naomi, que estava sentada no pé da cama, acariciou o tornozelo dele antes de se levantar. Ela colocou a palma pequena sobre a testa de Jeongguk e reclamou.

— Devia ter nos avisado antes, estaríamos aqui com você. — Ela suspirou. — Acho que você está com febre. — Naomi olhou para Jimin, e ele buscou por um termômetro. Quando voltou do banheiro, viu-a erguer o decote da roupa do hospital, pegar o aparelho da sua mão e colocá-lo debaixo da axila de Jeongguk.

— Você pode ir, eu cuido dele enquanto ele estiver dormindo — disse Jimin, tranquilizando-a.

A exaustão os dominava completamente, já que depois que souberam o que aconteceu, viveram alguns minutos de tensão até encontrarem Jeongguk e se assegurarem de que ele estava bem. Jimin viu nos olhos de Naomi o quão exausta ela estava.

— Tudo bem, qualquer coisa você pode me ligar. Eu te vejo no dormitório. — Naomi deixou um beijo na testa de Jeongguk e se afastou. — Juízo, garotão.

— Pode deixar. — Jeongguk sorriu de lado, ainda abatido. Jimin se sentou próximo a ele na cama, sem desviar a atenção do seu rosto indecifrável.

Quando a porta do quarto fechou, o termômetro apitou. Jimin o retirou com cuidado de baixo do braço do lutador e confirmou que ele estava com febre. Engoliu em seco, preocupado, e só notou que estava com um vinco entre as sobrancelhas quando Jeongguk finalmente mexeu o braço livre pela primeira vez, tocando a região.

— Não é nada de mais, Jimin. É apenas o meu corpo reagindo para ficar bem — disse Jeongguk, tentando acalmá-lo. — Eu poderia ir embora hoje mesmo se não fosse o protocolo médico de acidentes de carro.

Jimin sabia que ele não poderia. O lutador só estava demonstrando força desnecessariamente, e isso o incomodou bastante, mas não retrucou.

— O que aconteceu? — falou Jimin em um tom baixo, ainda com medo de tocar no assunto. Para alguém como Jeongguk ter perdido o controle, achava que algo grave havia acontecido.

Os olhos dele não estavam como costumavam ser e escureceram ainda mais quando Jeongguk ouviu a pergunta. Não havia brilho ou carinho. Jimin afastou o termômetro, deixando-o na mesa ao lado da cama, e então se levantou, não esperando uma resposta naquele momento. Enquanto buscava por uma toalha de rosto no banheiro do quarto individual, ouviu Jeongguk finalmente se pronunciar.

Engavetados | JikookWhere stories live. Discover now