Capítulo 39 - Jogo Silencioso

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POV VALENTINA:

Eu estava decidida que iria pra faculdade hoje, e ninguém iria me impedir.

- Tina, você sabe que não pode...- Meu irmão responde.

- Eu tô bem, eu vou...não aguento mais ficar aqui eu tô louca pra ver a Lui...-Engulo seco. - É...tô louca pra ver...a...a...as...PESSOAS, sair dessa casa.

- Não adianta eu ficar aqui te convencendo de não ir né? - Ele me olha um pouco sério.

- Não mesmo, você vai perder seu tempo. - Digo pegando a chave da moto que ficava junto com as outras chaves da casa, carros, escritórios e etc.

- Moto? - Ele cruza os braços.

- Sim, moto! - Digo ajeitando minha mochila nas costas.

- Nada disso Valentina, eu te levo pelo menos!

- Aí Igor, sai do meu pé vai. - Reviro os olhos e tento passar.

- O que está acontecendo aqui? - Minha mãe diz atrás de mim. - Aonde você pensa que vai Valentina? - me viro bufando e ficando de frente pra ela

- Eu vou pra faculdade. - Volto a ficar de costa.

- Não vai mesmo, pode subir pro seu quarto, só segunda-feira.

- Mãe, não começa...eu vou, já está decidido! - Ela me vira pelo braço me fazendo olhar ela nos olhos.

- Valentina, você vai subir pro seu quarto agora, estou mandando, não tem discussão, eu não sou o seu pai, então não adianta bater o pé e agir como uma criança mimada. - Direciono meu olhar para a sua mão que estava apertando meu braço com uma certa firmeza.

- Você tá me machucando! - Digo puxando meu braço com força conseguindo me soltar.

- Anda Valentina, pro quarto! - Ela aponta pra escada.

- E se eu não subir? - A encaro, massageando meu braço que estava levemente dolorido com o seu aperto, e eu não acredito que tive coragem de responder isso.

- Valentina, não me desafie! - Ela me encara de volta.

- Faz o que a mamãe tá falando Tina, você ta de repouso e sabe disso. - Igor dispara e eu o encaro.

- Quer saber? Vocês vencenceram, tá bom assim? - Levanto meus braços como se estivesse me rendendo.

- Está ótimo, agora sobe! - Minha mãe responde prontamente.

Caminho com raiva subindo as escadas, era inútil discutir com a minha mãe, ela não ia ceder nunca e eu sei que se ela me visse saindo por aquela porta, ela ia fazer da minha vida um inferno, e convenhamos que ela já não me trata com flores. Nesse jogo eu preciso deixar minha mãe acreditar que dita as regras, e que eu sou uma peça que ela controla. Mas os melhores jogadores sempre dão um xeque-mate em silêncio e era isso que eu iria fazer.

Eu vou sim pra faculdade, mas em silêncio. Entro no meu quarto e penso em sair pela janela, mas era inviável, meu quarto ficava no andar de cima da casa, era extremamente alto, então saio do mesmo e tranco a porta, desço as escadas devagar, minha mãe estava na porta principal se despedindo do meu irmão, aproveito e corro pra cozinha saindo pela porta dos fundos. Fico abaixada atrás das plantas enquanto eles se despediam.

Não demora muito até eu ouvir a porta bater e o Igor sair com o carro, nesse momento corro pra garagem e subo na minha moto, quando vou dar partida penso melhor, ia fazer barulho correndo o risco da minha mãe ouvir, e a ideia é ela achar que estou trancada no meu quarto. Destravo a moto e empurro ela até o início da minha rua do condomínio, eu tinha esquecido como ela era pesada.

VALU - SERIA ESSE O COMEÇO?Onde histórias criam vida. Descubra agora