CAPÍTULO 17

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     A turma de gastronomia é a menor de todas, se comparada à todas as outras, e isso é bom, na verdade, porque a sala não fica tão cheia e os professores conseguem atender a todos os alunos e tirar cada uma das dúvidas.

     Fomos avisados que no primeiro e no segundo semestre iríamos apenas aprender a função e o esquema nutricional de cada tipo de alimento, o que torna a aula um pouco chata, na verdade. Eu sou um dos poucos homens da turma, além de ser o mais novo. Alguns alunos também já tem os seus próprios negócios, e estão aqui apenas pelo diploma, para assim terem mais reconhecimento no mercado.

     Eu não estou prestando atenção em nada, na verdade. Todos os meus pensamentos estão girando em torno de Hunter e no que nos fizemos ontem a noite. Foi tudo tão maravilhoso que eu não consigo evitar o suspiro que escapa dos meus lábios sempre que penso nisso.

      Depois que eu preparei panquecas para a gente e café com Chocolate, ficamos conversando no sofá um bom tempo, até Hunter precisar ir embora, mas não sem antes me dá um beijo tão avassalador que ainda estou sentindo o seu gosto nos meus lábios, mesmo que já seja quase 1:00 da tarde.

       A professora está fazendo uma leitura em conjunta com algumas pessoas da sala, mas como estou sentado no canto da sala e com o capuz cobrindo quase todo o meu rosto, estou praticamente livre dessa leitura. Tento focar os meus olhos nas páginas da apostila com frutas e legumes desenhados, mas não estou prestando atenção em absolutamente nada.

       Ligo o celular para ver quanto tempo falta para a aula acabar, quase dando um pulinho de alegria quando constato que não falta mais do que uns quinze minutos, já que hoje o professor irá liberar mais cedo. O porquê não faço ideia, mas também não tem tanta importância assim.

       Eu até falo com algumas pessoas da minha turma, mas assim como eu, a maioria das pessoas prefere ficar na sua, parando para socializar apenas em alguns momentos específicos ou realmente necessários, e eu estou super de boa com isso.

      Quando a professora finalmente anuncia que a aula terminou, eu pulo da cadeira e pego a minha mochila, colocando a alça em apenas um dos ombros antes de começar a andar para fora.

       Os corredores do prédio são bem espaçosos e há três elevadores novinhos em folha para ajudar os alunos à se locomoverem pela universidade, mas eles ficam um pouco lotados entre um horário de aula e outro (porque é a hora em que todas as turmas saem de suas salas), então eu prefiro descer pelas escadas mesmo, já que não estou com pressa para fazer nada mesmo.

       Hunter não tem treino hoje, então não vou poder admira-lo enquanto ele corre parecendo um deus grego pelo campo.

        Desço as escadas tranquilamente, segurando no corrimão e tateando os bolsos para ver se coloquei os meus fones de ouvido neles, mas acho que devo os ter esquecido em casa.

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      — Hey. — A voz do meu irmão assustadoramente idêntica à minha me faz dá um pulinho de susto e olhar por cima do ombro rapidamente. Já cheguei na praça que fica no centro do campus, e ele está caminhando na minha direção com as mãos nos bolsos e um óculos escuro preso no alto da sua cabeça.

      — Oi.— Respondo, abrindo um pequeno sorriso para ele.

     — por que você está com o capuz? Não está fazendo sol hoje. — Ele pergunta, e antes que eu possa abrir a boca para falar alguma coisa, Sean se aproxima na velocidade da luz e puxa o capuz para trás. Seu olhar vagueia pelo meu rosto, até ficar diretamente no meu pescoço.

     — Ai. Meu. Deus. ISSO AÍ É UM CHUPÃO DO TAMANHO DO MUNDO NO SEU PESCOÇO?!? — Ele grita, soltando uma risada alta e alegre. Eu pulo em cima dele e tanto a sua boca, morrendo de vergonha.

     — C-Cala a boca Sean. — Puxo-o até o banquinho de madeira mais próximo.

     — ME CONTA TUDO CARALHO!! QUEM FOI??! Foi o Hunter... Certo? — Ele ergue uma das sobrancelhas brancas, então eu confirmo levemente com a cabeça, morrendo de vergonha.

     — E-ele foi lá em casa o-ontem e...

     — VOCÊ DISSE QUE NÃO TAVA ACONTECENDO NADA SEU DESGRAÇADO!!!

     — Até ontem não. — Digo, rezando silenciosamente para ele parar de gritar feito um maluco, o que graças ao bom Deus, acontece.

     — Mas então, era grande? Não que importe tanto assim. — Ele me provoca, cutucando a minha barriga, abrindo um sorriso largo.

     — O-o que te faz pensar que eu fiz alguma coisa?

     — Se você não tiver feito nada com aquele negão, eu juro que vou quebrar todos os seus dentes. — Ele me ameaça, com o rosto assustadoramente sério.

     — E-eu...

- E. Você. Não. Respondeu. A. Minha. Pergunta. Dean. — Ele rosna, sustentando o olhar sombrio. Eu encaro de volta, engolindo em seco, antes de assentir Levemente com a cabeça.

     — RÁ!! EU SABIA!! Ele tem cara de quem tem um pauzão mesmo!!

      — D-dá pra parar de ser tão... Maluco? — Murmuro, sacudindo-o pelos ombros como se isso fosse fazer surgir milagrosamente alguns neurônios a mais nessa sua cabeça.

      — Até parece que você não me conhece, irmãozinho. Agora conta tudo!! — Sean exclama, me fazendo soltar um suspiro longo, sabendo que é impossível fugir dele agora, então começo a contar.

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MEU CRUSH SECRETO (COMPLETO)Where stories live. Discover now