13 | Núpcias

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A antecipação que eu sentia enquanto observava Eva sentada na cama, estrategicamente posicionada a minha frente não era nada boa

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A antecipação que eu sentia enquanto observava Eva sentada na cama, estrategicamente posicionada a minha frente não era nada boa. Algo me dizia que nada do que aconteceria depois daquilo seria bom. O olhar dela era mortal, por alguns momentos eu pude notar uma mágoa tão profunda e enraizada ali que me assustou, mas ela fechou os olhos, por um instante ela conseguiu fugir desse embate. Então ela os abriu.

Minha Eva não estava mais ali. Havia uma infinidade de coisas que eu poderia suportar para tê-la, mas eu sentia um medo profundo ao imaginar o quanto ela seria capaz de ultrapassar os meus limites, pois por mais que eu a amasse muito, eles existiam. Eu sentia que ela estava planejando algo que ultrapassaria eles essa noite. Isso era uma parte da retaliação dela, no momento que ela trancou as travas dessa caixa transparente eu soube que era só o começo.

Esperei! Ela não parecia ter qualquer pressa. Olhava-me de modo fixo e indiscutivelmente cruel. Eu não conseguia deduzir exatamente o que ela faria, ou se quer era capaz de prever quando ela se moveria novamente. Sua pose estática quase me fez duvidar que ela era real. Algo me dizia que ela estava tomando coragem para seguir em frente com seu plano até então desconhecido. Eva nunca foi uma mulher de dúvidas, pelo contrário, ela sempre foi decidida demais. Desde que nos conhecemos eu pude notar isso, ela decidia e fazia, nunca havia visto essa mulher voltar atrás em nenhuma mínima decisão.

Mas ela retrocedeu hoje! Nem que fosse por poucos minutos, eu via a ponderação nela. A dúvida, a demora. Mantive meu olhar no dela. Esperando. Queria falar milhares de coisas com ela, tínhamos muitos assuntos pendentes, mas eu de algum modo sabia que ela não responderia a essa conversa. Enquanto a observava refleti sobre a minha situação atual.

Eu estava preso dentro de uma caixa transparente que me aparentava ser de policarbonato espesso o suficiente para não se romper nem a base de socos. Eu sabia que essa não seria a forma mais inteligente de sair dali. Com certeza a mais simples era ela desativar a tranca que me prendia aqui, mas ao mesmo tempo eu sabia que isso não aconteceria, pelo menos não agora. A mais complicada iria requerer ferramentas que eu não tenho disponível em minhas mãos.

Perguntei-me se ela tinha a intenção de me manter preso ali por muito tempo, e exatamente com qual propósito. Minha respiração estava um pouco acelerada, eu tentava me conter, odiava ficar preso, e estar em um quadrado com menos de quatro metros quadrados me deixava um tanto quanto ansioso. Balancei meu pescoço o estalando em seguida para aliviar a tensão que eu sentia.

Não sabia o que ela esperava de mim, se desejava que eu implorasse ou qualquer outra coisa. Eu não faria isso, se ela acreditava que me manter preso por algum tempo aqui seria a retaliação que a faria se sentir bem com meu abandono, eu poderia suportar isso por algumas horas, mesmo que seja algo realmente torturante para mim. Eu era culpado. Eu tinha a deixado para trás. Eu merecia alguma retaliação da parte dela. Era justo. Mesmo que a forma que isso estava acontecendo me incomodasse como o inferno.

A Senhora • COMPLETODonde viven las historias. Descúbrelo ahora