21 | Descobertas

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Saio da sala de reuniões me sentindo satisfeito e preocupado, satisfeito, pois de alguma forma Eva estava controlada, não fez qualquer coisa que pudesse trazer danos a mim ou a ela durante a reunião

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Saio da sala de reuniões me sentindo satisfeito e preocupado, satisfeito, pois de alguma forma Eva estava controlada, não fez qualquer coisa que pudesse trazer danos a mim ou a ela durante a reunião. Contudo, estou preocupado na mesma medida, pois ela claramente foi ameaçada, e se existe alguém nesse mundo que pode caça-la sou eu. Ninguém além de mim tocará nela, mesmo que ela seja teimosa demais para aceitar seu lugar de mulher, ainda assim eu a protegerei de danos maiores. É inconcebível que ela se coloque em riscos desnecessários.

Desço até ao térreo e encontro ali ainda os homens que há pouco estavam em reunião comigo, escuto pouco de suas conversas, mas eu sabia que falavam de nós dois. Sorrio ao lembrar o que fiz, era infantil, mas não deixou de ser satisfatório.

— Noah! — David Jones, o homem que relatou a ameaça me chamou — Venha, acredito que Eva tenha algumas questões burocráticas para resolver agora, então eu posso apresentar as coisas aqui para você.

— Seria ótimo! — Ele sorri

Tão logo nos despedimos dos demais fomos andar pela construção. David me apresentou a Harry, homem de confiança de Eva, que fica responsável pela administração dos prisioneiros. Sua forma de me olhar deixou claro que ele não gostou muito da minha presença aqui, diferente dos capos. Foda-se. Ele é apenas um funcionário, e me deve obediência e lealdade do mesmo jeito que o dá a ela. Ele sabe disso.

Em pouco mais de uma hora conheci todo o prédio. Vi os boxes onde Eva tortura os prisioneiros, e tenho que confessar que é impressionante, quase como um filme de terror. As torturas são gravadas, pois contém os testemunhos e as confissões. Curioso e relembrando o que George me contou sobre ela, assisti ao último vídeo de tortura gravado.

— O nome desse é Juan Carlos, mexicano, membro da Beltrán Leyva — Começou David — Ele estava coletando informações para passar para o cartel, mas conseguimos captura-lo, como vê, Eva esfolou o homem inteiro, mas mesmo assim ele não abriu a boca.

— Por que ela não o fez mais devagar, ao invés de acabar com ele em apenas um dia? — Questionei observando-a tirar cada pedaço de pele do corpo do homem enquanto ele ainda estava vivo. Pelo que pude perceber ela anestesiou ele, então ele não gritava de dor, provavelmente sentia o que estava acontecendo, mas sem dor. Contudo era notável o desespero do homem, lágrimas grossas escorriam de seus olhos, eventualmente ela as secava com gentileza e acariciava os cabelos do homem. Balancei a cabeça me sentindo perturbado com aquela cena.

— Ela faz as coisas de um jeito diferente!

— Por que ela os anestesia?

— Parece que ela não gosta muito de fazê-los sentir dor, o prazer dela está no desespero, no pânico. Olhe para o homem, ele está abatido e desesperado vendo cada parte do seu corpo ser escalpelada sem poder fazer absolutamente nada. Nem desmaiar de dor ele pode. Ela tirou tudo dele, atrás de onde ela está há uma parede de espelhos. Ele via tudo que ela fazia com ele, cada pedacinho. — Engoli em seco, era estranho, mas era um nível de crueldade diferente, ela afetava as vítimas de forma mais emocional. Era curioso e bem feminino, me perguntei se ela conseguia atingir os seus objetivos com essas táticas.

A Senhora • COMPLETOWhere stories live. Discover now