47 | Recordações Dolorosas - Parte 02

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Aviso: O capítulo contém gatilhos pesados de violência e crueldade. Sinto muito, não dá para pular, ele é necessário para a compreensão do todo. Leia com calma e de pausa se for necessário. Boa leitura

Cinco anos atrás

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Cinco anos atrás...

Três longos dias se passaram desde que Arthur foi embora. Três dias e apenas um punhado de comida me foi enviado. Eu sinto tanta fome. Minha filha se mexe tanto, e sei que é de fome, o que me dão mal dá para enganar o estômago. Eu me sinto tão cansada, tão cansada que pouco consigo me manter acordada, durante o tempo em que tive energia eu andei ao redor da cela que estou inúmeras vezes, mas fui incapaz de encontrar qualquer coisa que pudesse me ajudar a fugir. Logo apago novamente no chão. Eu não deitaria naquela cama nunca mais.

— Anda, levanta — uma voz soou alto em meu ouvido ao mesmo tempo em que sinto uma mão me puxando pelo braço, me forçando a levantar.

— O que... — balbucio confusa.

— Leva ela pra cama — outra voz ordenou, então me dou conta que nada do que aconteceu foi um pesadelo. Era real.

Antes mesmo que eu consiga acordar completamente me sinto sendo presa a cama novamente. Minhas pernas livres dessa vez. Pisco diversas vezes para focar a vista e então noto quatro pessoas ali vestidas como médicos e com os rostos protegidos, pelo que pude perceber, dois homens e duas mulheres.

— Hora de começar querida — uma delas fala e os vejo pegando alguns remédios e inserindo em uma agulha. Um desespero profundo me toma ao perceber o que eles tencionavam fazer.

— Não! NÂO! ME SOLTA, EU FIZ TUDO QUE ELE QUIS, ME SOLTAAAA — os gritos começam a sair desesperados dos meus lábios, tão altos quanto eu jamais fui capaz de gritar na vida. Mas eles não param, a cena aterrorizante se desenrola em minha frente, eles parecem surdos a minha voz. O algodão embebido em álcool toca meu braço e em seguida a injeção que eu não fazia ideia do que continha é aplicada até o fim. Eu choro mais alto e grito mais alto.

— Logo deve começar a fazer efeito. — Um dos homens fala e os demais assentem.

— Vamos aguardar lá fora — uma das mulheres, a mais alta falou para os outros e depois olhou para mim — retornamos em uma hora.

— O que vocês me deram? — Pergunto em pânico — o que fizeram comigo? — Não há respostas, eles apenas viram e saem, me deixando sozinha sem saber o que está acontecendo.

Tento a todo custo soltar minhas mãos. Eu puxo e puxo e puxo, mas nada me ajuda. O desespero começa a me consumir. Eles vão me matar, eu tenho certeza disso agora. Eles vão me matar e vão matar a minha filha. Faço mais força para tentar me soltar quando sinto a primeira contração.

— Não! Não, não, não, não. — Isso não é justo, eu deixei ele fazer o que quisesse, ele me deu sua palavra que eu sairia daqui com minha filha. Eu tento controlar o pânico que vem tentando se instalar desde que acordei.

A Senhora • COMPLETODonde viven las historias. Descúbrelo ahora