Prólogo

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Insone. Aquele que não dorme, ou que raramente o faz. Na verdade, esse não era o caso de Jeongguk, que fazia de tudo para não dormir. Já fazia alguns meses que vinha tendo sonhos um tanto quanto irritantes, sempre de teor sexual, coisa que ele evitava desde que percebeu sua existência no mundo. Não sentia interesse sexual por ninguém, até achava que estava doente, mas na verdade gastava toda sua energia estudando. E não havia ninguém que tivesse despertado qualquer interesse nele.

Mas do que adiantava estudar tanto se agora sua única distração era transar em sonhos?

Já fazia cerca de três dias que não dormia, seus olhos estavam tão cansados que ele tinha que ouvir música nos fones de ouvido no volume máximo, apenas para não dormir. Sua cabeça doía como nunca, as olheiras profundas apenas o lembravam dos dias de abstenção do sono. Até mesmo estava se metendo nas tarefas domésticas só para ter com o que passar o tempo.

Agora estava sentado em frente a televisão enquanto misturava algum refrigerante com café para ficar mais alerta e tentava recordar em qual momento se privou tanto do sono como daquela vez. Tudo tinha uma razão e um objetivo, a razão era nada mais nada menos do que um demônio sexual que vinha invadindo seus sonhos, se alimentando da sua vitalidade, e sempre que acordava estava mais cansado do que o normal. O objetivo de não dormir era justamente para evitar que ele aparecesse. O demônio tinha um nome, e Jeongguk só sabia disso porque sentia que o chamava toda vez que ele investia firmemente durante os atos libidinosos. Riu ao pensar nisso. Na primeira vez em que aconteceu, acordou completamente molhado e com um incomodo doloroso entre as pernas, até achou que alguém havia invadido seu quarto, chegou até mesmo a se olhar no espelho procurando vestígios, mas não tinha nada, nunca. Porém como todo problema tende a piorar, nas últimas semanas ele vinha acordando com marcas no corpo, marcas sexuais, chupões, arranhões e até mesmo marcas de mordidas.

— Vamos ver... — murmurou para si mesmo enquanto dava um gole na bebida. Estava boa, mas seu estômago rejeitou no mesmo instante, fazendo com que uma dor viesse forte em sua barriga.

Jeongguk gemeu enquanto deixava a bebida em cima da mesa de centro e se encolhia no sofá da sala. A série que estava vendo era de comédia, apenas para despertar alguma euforia, mas a energia caiu e ele não percebeu, porque seu corpo pedia para descansar, sua mente começou a lhe pregar peças e ele achou que ainda estava acordado quando se levantou para saber o que havia acontecido, mas se enganou, porque assim que a energia voltou, se deparou com o íncubo bem na sua frente, exibindo o sorriso com as presas longas entre os lábios.

Era tarde demais.

O íncubo se aproximou, já pronto para ataca-lo, mas aquele sonho não era como os outros, onde Jeongguk não tinha controle da situação, na verdade ele até mesmo se assustou quando sentiu que podia correr se quisesse. E obviamente ele o fez, virando de costas e correndo com nunca as escadas de degraus apertados de sua casa, querendo ir para o primeiro andar. Obviamente sabia que estava sendo perseguido, mas assim que colocou os pés em frente a porta do quarto, lá estava ele, a personificação da beleza, porque tinha que admitir que ele era lindo demais, talvez para facilitar para suas vítimas.

— Qual é o problema agora? — o demônio resmungou enquanto abria a porta, deixando Jeongguk com os olhos arregalados, surpreso porque jamais teve a consciência do tom da voz dele. Era grossa e profunda, algo já esperado se tratando de um demônio.

— Quê?!

Caminhou cegamente para trás, parando no parapeito da beirada do corredor. Estava assustado diante daquela situação. Aquele íncubo estava mesmo dirigindo a palavra a ele e pela primeira vez estava aguardando por uma resposta, porque as únicas perguntas que fazia eram de teor sexual.

INCUBARE - A MALDIÇÃO DO INCUBUS | TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora