Capítulo Quatro - Vamos transar

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Com um pulo em puro pânico, Jeongguk quase caiu da cama na tentativa de sair do abraço do íncubo, este que lhe olhava com um sorriso cínico.

— Mas que porra você está fazendo aqui?! — quase berrou enquanto se afastava para perto da porta. Sua mente estava confusa, parecia até que estava acordado de verdade e ele estava realmente em sua cama. Não podia ser real, certo? Aquele demônio não conseguia invadir a realidade.

— Ah, Guk, eu fiquei preocupado com você desde aquele dia... — ele se sentou na cama e cruzou as pernas — Fiquei pensando se você estava bem, se estava comendo, ficando com alguém além de mim...

Jeongguk bufou e sorriu desacreditado. — Cara, você tem sentimentos? Eu devo estar louco, nunca pensei em estar perdendo a razão quando se trata de um demônio sexual.

— Sabe que eu sou real, já falei mil vezes, é você quem me chama toda hora — ele saiu da cama e ficou de pé, as pernas grossas e os pés descalços — Eu não saio por aí escolhendo quem eu vou perturbar, eu só apareço caso seja chamado, e é isso o que você faz!

Com um revirar de olhos, Jeongguk suspirou e ficou calado. Não conseguia saber o que fazer, lembrava-se da pesquisa, mas ainda não havia conseguido chegar no seu objetivo, que era ficar com... Qual era o nome dele mesmo? Piscou algumas vezes e encostou na porta, sua mente trabalhando para recordar o nome da pessoa que escolheu, mas era em vão, nada vinha, era como se tivesse perdido a memória.

— Está mentindo — apontou para o íncubo e o olhou — Você é um demônio, gosta do que é errado e está me induzindo a fazer o mesmo, você apaga as minhas memórias sempre que eu te vejo. É como se estivesse brincando comigo!

— Bom, eu sei que o diabo é o pai da mentira, mas eu sou apenas um demônio sexual criado por você mesmo — ele se aproximou — Esse corpo aqui foi você quem imaginou, o meu nome, meus traços e personalidade, foi tudo você. Você sabe o meu nome e me vê toda hora, dentro e fora dos sonhos — ele sorriu e se afastou, se empolgando com algo — Vamos fazer uma brincadeira!

Jeongguk desencostou da madeira da porta e cruzou os braços, a chuva ainda caía intensa do lado de fora do quarto.

— Eu só quero que você vá embora...

— Não! Sério! Você vai gostar! — ele se virou para Jeongguk após pegar o travesseiro e se abaixou no chão. — Esse é você! — apontou para o travesseiro — Jeongguk! Guk! — ele sacodiu o travesseiro e depois pegou o cobertor, envolvendo o travesseiro com ele. Em seguida, ele se levantou e foi para o canto do quarto — Você me lembra alguém...

Foi um verdadeiro drama, e enquanto ele estava ocupado com o teatro, Jeongguk foi lentamente se sentando na cadeira de sua escrivaninha, imerso na brincadeira e forçando sua mente a lembrar. Era uma brincadeira famosa chamada "Quem sou eu?", que consistia em imitar algum conhecido, mas ainda assim estava muito difícil.

— Está tentando me dizer que a pessoa que eu não lembro, é a que me salvou de morrer afogado?

— Bingo! — ele se aproximou e se abaixou em sua frente — Deu para entender?

— Na verdade, não.

Assistiu com estranheza o íncubo ficar irritado, a pele dele começou a esquentar, sabia disso porque ele estava apoiado em suas pernas. Jeongguk engoliu em seco quando ele ergueu o rosto, que antes estava abaixado, e olhou nos seus olhos.

— Eu tentei te ajudar, mas não dá, eu preciso comer.

Jeongguk já sabia e esperava por aquilo, não era aquela a novidade, e sim o fato de ele ter tentado o ajudar a lembrar quem era a pessoa que lhe fazia ter tanto tesão daquele jeito que o fez chamar até um demônio. Era estranho que transasse com um íncubo em sonhos e acordasse completamente bagunçado, como se tivesse sido atropelado por um trem, mas era isso o que ele fazia; sugava a energia vital e sexual, e aos poucos Jeongguk iria sucumbir.

INCUBARE - A MALDIÇÃO DO INCUBUS | TAEKOOKWhere stories live. Discover now