Epílogo (parte 2)

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— Vim te buscar. — ele me interrompeu, conseguindo me deixar sem fala com essas únicas três palavras. — Eu, literalmente, voltei dos mortos para isso.

— Não faça isso. — tentei controlar minhas lágrimas e toquei com cuidado em seu abdômen. — Vá embora, como está conseguindo se manter em pé? Só se passou uma semana, não haja como louco. Não está com dor?

— Estou com muita dor, mas não pelos motivos que pensa. — ele acariciou a minha cintura.

— Christian...

— Porque foi embora? — seu olhar me quebrou por inteiro. Meu estômago se contorceu.

— Eu não podia ficar. Não depois de tudo que causei.

— Não foi sua culpa. — o rosto dele se apoiou ao meu. A respiração dele tocando a minha quase me matou. — Sabe quantas guerras eu lutaria por você?

— Eu não quero que lute por mim.

— Eu escolho as minhas próprias batalhas. Porque não me contou quem verdadeiramente era?

— Eu fiz um feitiço para que ninguém me reconhecesse. — senti outra lágrima descer. — Eu não podia te contar. Não gostava do título que carregava e queria começar tudo de novo em outro reino. Várzea não era o meu destino. As coisas poderiam ter sido diferentes...

— Não importa o caminho que cruzamos, eu sei que encontraria você.

— Não pode afirmar isso. — tentei dançar devagar. — Tem certeza que se recuperou?

— Sim, eu posso afirmar. — ele respondeu, ignorando a minha outra pergunta. Seu braço se levantou conforme ele me girou, me olhando como se eu fosse a única mulher de todo o baile. — Se tivéssemos nos conhecido em um baile como esse, sei que também teria me apaixonado por você. Eu não sabia que havia cortejado a irmã errada.

— Não me olhe assim. — tentei desviar o olhar.

— Não posso te olhar de outra forma.

— Você quase morreu! Conan...

— Eu chamei Conan. — ele me interrompeu, com os olhos cobertos de dor. — Pedi que ele te protegesse.

— Você disse que nunca o chamaria... que ele tinha uma escolha!

— Ele teve. Ele escolheu morrer para te defender.

— Porque? — dei um passo à frente, sem sequer conseguir escutar que música tocava.

— Porque ele te amava. — ele respondeu baixo, tocando a ponta do nariz ao meu. Meu peito apertou.

— Isso não faz sentido, ele era o seu lobo...

— Você ainda não entendeu. Eu a amo, Violetta. Amo tanto que eu tenho a mais absoluta certeza de que te amei a minha vida inteira mesmo antes de te conhecer. Conan era ligado a mim, e acredito que a parte dele que estava conectada a amou também.

— Uma parte de você morreu...

— Uma parte de mim já tinha morrido quando pensei que te perdi. Eu deixaria que todas as minhas partes morressem para tentar te salvar.

— Isso não faz sentido...

— Não é para fazer. Não é um sentimento que podemos controlar. — os olhos dele se encheram de água. Ele parou de dançar. — Me perdoe, eu sei que não deveria ter vindo aqui incomodá-la, estou tomando vosso tempo com a minha presença. Já disse por diversas vezes que não sentia nada por mim e eu fui rude e insistente, só estou repetindo as minhas ações a importunando.

Irrefutável SentimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora