Waiting For The Sunrise (2son)

Friendly Match

Já no dia seguinte, Richarlison se martirizava por cada palavra dita ao Son, mesmo que ele quisesse achar que tinha feito a coisa certa e dado um basta no flerte de forma amigável, ainda parecia cruel. Son não respondia as mensagens além do necessário, apenas respondia o que lhe era perguntado mas sem estender a conversação o que deixava o brasileiro maluco.

Mesmo assim tentou ao máximo se distrair disso, não que sua mente estivesse em foco total nisso só que volta e meia se pegava pensando em mandar mensagem para o Son mesmo que a anterior não tivesse sido respondida além de uma reação "👍🏻" por parte dele.

Até quando chegou para o aquecimento, duas horas antes do jogo, percebeu Son um pouco distante, desde as brincadeiras até os toques, mas decidiu ignorar e lhe dar mais espaço, não era como se fosse afetar a sua performance em campo.

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Faltava exatas meia hora para o início do amistoso, toda a equipe estava reunida no vestiário, um dos pontos positivos de jogar em casa era a familiaridade com o campo. O treinador dava as últimas instruções antes de mandar o time a campo e as últimas palavras de encorajamento e apoio a equipe.

A adentrar ao campo Richarlison podia sentir uma energia nunca antes sentida por ele, os alunos das duas universidades estavam lotando as arquibancadas antes tão vazias, podia ouvir a torcida de cada universidade vibrar ao entrarem em campo e cantarem junto ao hino do time e aquilo era quase como mágica para o brasileiro.

Com o encerramento do hino de cada equipe, era hora dos capitães se cumprimentarem e desejarem bom jogo. Harvey Elliott era o capitão da equipe rival e foi o primeiro estender a mão a Kane, o garoto mais novo e inexperiente em campo, era incomum que um rapaz tão jovem fosse líder do time e tinha boatos de que só estava nessa posição por ter comprado seu lugar lá.

A universidade de Liverpool era muito diferente da de Tottenham, era visível nas feições deles, não que fosse completamente fechada a outros povos, mas a maioria de seus alunos eram orgulhosamente europeus, o que não era muito convidativo para pessoas de outras etnias, inclusive com a universidade sofrendo alguns processos judiciais por injúria racial. O processo de seleção para se entrar na instituição era mais demorado e não tinha bolsas de estudos, os seus alunos que não podiam pagar as suas altas mensalidades eram em sua maioria patrocinados por empresários e olheiros que faziam um bom dinheiro com eles em campo.

O soar do apito foi que deu início a partida, todos pareciam determinados a vitória e a segunda equipe não parecia exitar em fazer um passe mais agressivo ou marcar uma falta na equipe rival, o que irritava profundamente o brasileiro que só queria uma partida justa. O juiz não parecia se importar a cada desfalque cometido ou quando com xingamentos de teor racial era deferidos aos estrangeiros do time. Só tinham passado-se pouco mais de dez minutos de jogo e o brasileiro estava indignado com o andamento do jogo e a performance do time em campo, Kane coordenava bem a equipe mas era difícil jogar limpo enquanto eles jogavam sujo e atiçava a outra equipe a descer ao nível deles.

O primeiro tempo se encerrou e eles foram direcionados ao vestiário, o treinador tentava apaziguar a equipe que estava com os nervos a flor da pele e todos muito exaltados com o tratamento em campo.

— PORRA! OLHA O QUE AQUELE FILHA DA PUTA FEZ! — Romero exclamou com o joelho inchado por um golpe do zagueiro rival.

— Não podemos descer ao nível deles, rapazes! Mostrem que são superior.

— Cheto racista hijo de puta! — Naquele momento nem o seu inglês estava funcionando mais.

Richarlison também estava irritado, mas estava ainda mais irritado com a falta de suporte da comissão técnica.