Riders on the Storm

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Eles se despediram do goleiro rival indo em direção ao vestiário onde o treinador estava na porta cumprimentando o time e parabenizando um por um.

- Vocês já conheciam? - Ele agora fazia menção ao goleiro. Se indagava se ele não tinha sido o romance de outra universidade que Paulo tinha citado outro dia.

- Estudamos juntos quando fui de Liverpool.

- Você já estudou em Liverpool?

- Pois é, longa história. - Ele parecia não querer engajar conversa, o que deixava o brasileiro frustado.

Agora mais perto do treinador sua conversação foi interrompida pelo mais velho que lhes deu um sorriso caloroso com um tapinha nas costas do brasileiro, era o máximo de demonstração de calor humano que se tinha por ali.

Son era uma exceção à regra, ele tinha a impressão de que todos asiáticos eram frios e quietos, talvez esse tenha sido o estereótipo construído na sua mente pela televisão com o passar do tempo, já que nunca tinha tido contato com a cultura coreana em geral antes.

Mas os europeus eram bem piores, costumava pensar como educados e gentis mas tudo desmoronou assim que se mudou para lá, não que todos fossem distantes e não sorrisem, mas eram bem contidos em suas próprias emoções.

Todos estavam alvoroçados, era natural, uma vitória contra Liverpool traria felicidade aos rapazes por muito tempo, apesar da partida ter sido apenas um amistoso, o gosto da vitória contra um inimigo natural era adocicado na boca de qualquer um.

- Rapazes! Rapazes! - O treinador trazia pra si toda atenção do vestiário ainda num clima de comemoração. Agora com toda a atenção virada a si, continuou. - A vitória de hoje foi prazerosa, ainda que diante de uma arbitragem tão injusta como a de hoje. Mas antes de tudo eu gostaria de fazer algumas considerações a respeito da atuação do time em campo.

- Qual é, professor?! - Foi possível ouvir alguns protestos dentre a multidão de jovens que mal podiam esperar por essa oportunidade de encher a cara.

- Adoraria liberar vocês agora e ir tomar minha Heineken mas não podemos esquecer que o torneio nacional está bem perto e quais lições podemos tirar desse jogo. - Ele seguiu falando sobre a partida num geral e de como a posição do time de Tottenham de não revidar foi nobre até começar a apontar as performances individuais dos atletas. - Kane! Ótima posse de bola, especialmente no segundo tempo, além de ter conduzido muito bem o time em campo. Só tente se concentrar mais em passar a bola, não seja fominha! -

Richarlison revirou os olhos dando uma risadinha, era verdade. Ele era bem fominha quando queria e fazia de tudo para ser o número um. Novamente traído pelo seu senso de humor durante discurso do técnico, o rapaz se fez o centro das atenções, quando o mais velho o apontou.

- Richarlison! Tá aí o seu problema, tem uma boca grande, rapaz. - Agora sentindo todos os olhos em cima de si, o rapaz não podia se permitir levar sermão.

- Maior que o nariz, professor? - A risada dos rapazes foi música aos seus ouvidos e até viu o senhor se segurar para não rir.

- Muito maior! Apesar disso, a sua performance é muito boa, só tente não deixar que a sua emoção se sobressaia ao seu talento. - Ele assentiu e respirou fundo, tinha razão, não gostaria de que fosse lembrado pelas as brigas em campo. - E lembre-se, talento não vale de nada sem esforço!

- Obrigado, senhor. Vou tentar melhorar.

Ele continuou com o feedback dos jogadores e suas performances em campo. Até finalmente terminar o seu longo discurso, foi quando Kane se posicionou ao seu lado chamando a atenção para si.

Waiting For The Sunrise (2son)Onde histórias criam vida. Descubra agora