Whicked Game

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Richarlison acordou com o som da chuva batendo na janela do seu quarto. Uma leve garoa caía do lado de fora, e ele podia sentir a umidade no ar. Sentiu-se incomodado com a sensação, como se a chuva estivesse penetrando em sua pele. Somente aquilo já era um indicativo de um dia desagradável.

Son parecia distante naquele dia. Já estava quase pronto quando o brasileiro acordou, não tinha se incomodado em acorda-lo naquela manhã. Mas o brasileiro resolveu não deixar se incomodar com aquilo. Só queria que tudo com Son voltasse a normalidade e puxar briga com o colega por causa de algo tão bobo era o total oposto disso.

Ele levantou da cama abraçando o rapaz por trás, que ainda pareceu não notar que ele estava acordado, fazendo Son se assustar com o ato. Ele parecia nervoso, dava para se notar pela sua respiração descompassada e o seu olhar que ele tinha algo o incomodando.

— Foi mal. — Disse em resposta ao susto dele. — Você tá bem? — Concordou com a cabeça com um leve sorriso no rosto, então o brasileiro o soltou.

Richarlison sentiu a garoa leve incomodando-o enquanto caminhava até o banheiro, tentando ignorar a sensação de melancolia que pairava no ar. Ao retornar para o quarto, depois do banho, percebeu que Son já estava de saída, mesmo eles ainda tendo mais 40 minutos para o início dos treinos.

— Não vai me esperar?

— Desculpa, Richie. É que a treinadora me pediu pra chegar mais cedo hoje. — O brasileiro podia notar que era mentira, o coreano era um péssimo mentiroso, mas mesmo assim assentiu vendo ele sair pela porta. — Te amo. — Ele voltou rapidamente apertando os olhos com um leve sorriso e depois lhe mandando um beijo de longe.

Era a primeira vez que ouvia aquelas palavras dele, aquilo suavizou um pouco o seu sentimento de que algo estava errado, lhe deixando com um sorriso abobado durante todo o momento em que se arrumava.

Ao chegar no campo, com ainda 20 minutos em adiantamento pôde perceber que a treinadora nem mesmo havia chegado ao campo, fazendo com que ele desconfiasse ainda mais da palavra do coreano.

Son também não estava, o seu grupo de amigos mais próximos estavam lá, exceto por ele e Kane. O brasileiro queria acreditar que aquilo era só uma coincidência, e que ele estava ficando maluco com as teorias de Paulo rondando a sua mente, mas estava mais que claro que era algo muito além daquilo.

Sua confiança na palavra do coreano foi posta em cheque quando viu Son e Kane voltando ao campo juntos, lado a lado. O inglês parecia mais pensativo com o assunto da conversa entre eles e ambos tinham cravado no seu rosto uma expressão séria.

Faltava pouco mais de 5 minutos para o início do treino quando a treinadora finalmente se juntou a eles com um sorriso largo no rosto e com um bom humor, aparentemente.

Kane estava observando-o o tempo todo, com uma expressão séria e desconfiada, fazendo Richarlison se sentir desconfortável e exposto. Ele não podia deixar de pensar que o inglês estava ali vigiando-o como um águia.

A garoa lá fora parecia ter ficado mais forte, e Richarlison se encolheu em seu agasalho, tentando se aquecer. A treinadora, temendo o tempo ruim pediu para que os jogadores fossem às instalações internas para prosseguirem com o treino sob o teto coberto. Todos obedeceram às suas ordens e seguiram para dentro, exceto por Kane e Son que prosseguiram conversando com a senhora do lado de fora.

Quando finalmente a treinadora voltou para instruir os rapazes, ela parecia mais inquieta, seu humor tinha mudado e ela estava mais séria e rígida do que de costume. Son também parecia distante e distraído, como se estivesse perdido em seus próprios pensamentos. O clima estava pesado e tenso, e mesmo quando a treinadora começou com as instruções, a atmosfera não melhorou.

Waiting For The Sunrise (2son)Onde histórias criam vida. Descubra agora