Cap. 28: "A única coisa que enxergo é o sorriso dela."

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Leonardo

- Meu Deus, você é péssimo! - ela exclama entre gargalhadas.

Entrar em um jogo de poder sempre pode ser muito divertido. E principalmente quando você tem mais chances de vencer.

O único problema?

- Já te disse, não danço tão bem.

Às vezes esqueço que Samantha consegue ser bem esperta.

Foi assim no ensino médio e ainda é assim agora.

Então talvez eu devesse tomar mais cuidado.

Mas não é tão ruim, no entanto. Pelo menos ela está se apoiando em mim.

- Realmente você não mentiu. - sua mão direita está em meu ombro e a esquerda está segurando em minha cintura.

A música está alta e as pessoas estão dançando forró. Também percebo que outros tocam violão, coisa esta que me chama atenção.

Sempre fui bom com instrumentos, por mais que não esteja tocando tanto ultimamente. Violão, baixo, teclado e o meu preferido: bateria. São esses que eu sei.

- Ai! - Samantha exclama- Pisou no meu pé de novo, Leo!

- Foi mal! - me desculpo - Não tô acostumado.

Outra risada.

- Se pensar menos no que está fazendo não se sairá tão mal. - me direciona - Aqui, vou te ensinar o passo mais simples: Dois passos para direita e depois esquerda.

- Como assim o mais simples? Você sabe mais?

- Sei sim. - responde- Tem a algema, a trave, o pente...

- Jesus. - exclamo - Acho que nunca aprenderia tudo isso.

- Que besteira. - fala - Claro que poderia aprender, é tudo questão de prática.

Samantha levanta meu braço para que ela possa girar.

- E onde aprendeu a dançar assim? - pergunto, tentando acompanhá-la- Você dança muito bem.

- Ah, a minha mãe me ensinou. - explica- O meu avô a ensinou quando criança.

Desta vez a giro por conta própria.

- Aí, você está melhorando.- elogia - Ainda não pisou no meu pé.

- Ha ha ha. Muito engraçado. - digo em deboche.

Após isso, a música acaba e as pessoas aplaudem, assim como nós.

- Vamos parar um pouco, estamos dançando há muito tempo. - aviso.

Ela me encara feio.

- Desde quando cinco minutos é muito tempo?

- Pra mim é. - afirmo. - Mas tem algo que eu posso fazer por você.

Samantha assume uma expressão confusa, enquanto eu rio e vou em direção ao cara que estava com o violão.

- Se importa se eu pegar emprestado?- peço - Queria tocar um pouquinho para a minha namorada.

Ele gentilmente concorda.

- Sem problemas. - responde- Eu realmente já pretendia fazer uma pausa.

Com um gesto rápido, agradeço e seguro o instrumento.

E após ver isso...

- O que você tá fazendo? - me pergunta.

Eu sorrio.

1000 motivos para eu (não) amar vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora