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Eu ainda não acreditava que havia um vestido à minha espera, assim como para todas as outras. Agora, estávamos reunidas no hall de entrada, e um garçom passava a cada doze minutos cronometrados para nos oferecer taças de vinho e champanhe.

— Beatrice disse que esse é o tempo certo para uma pessoa finalizar uma taça. Gente rica é outra coisa, né? Esse buffet é muito organizado.— Scarlett confidenciou, alcançando uma taça. Por educação, fiz o mesmo, e quando Lilli inclinou a mão para pegar, intercedi sua ação com um tapinha.

— Você não tem idade suficiente para beber.— A repreendi, e ela tentou evitar que as sobrancelhas ficassem franzidas.

— Obrigada.— Scarlett dispensou o rapaz.— Briella tem razão, não faça essa carinha. Eu vi alguns drinks ali no balcão, por que não vamos lá?

— Não é justo. — Lilli nos olhou nos olhos.— Beatrice também tem dezesseis e está bebendo.

— É, mas na casa dela e com a autorização dos pais dela. Você é nossa responsabilidade.

— Para ser sincera, o sr. Coleman me confidenciou que ele perdeu o controle dela há um tempo. Por isso nem liga.  — Nós rimos quando Diane disse.

— Ela vai ficar arrastando aquele cowboy pra cima e pra baixo hoje? — Perguntei, vendo o rosto do pobre rapaz tentando acompanhá-la enquanto falava com todos os convidados.

— Acredite, Joe está mais desconfortável que a gente. — Falou Scarlett. — Ele trabalha com o senhor Coleman, mas na fazenda. Nunca esteve em um evento desses também, não gosta muito de socializar.

— Então esse é o ramo da família?— Perguntei, vendo Lilli voltar com seu suco de goiaba todo enfeitado, e beberiquei o vinho. — Eu estava curiosa. Não os conheço.

— Esse é o ramo de Peter.— Diane, como a estudiosa que era, se dispôs a me explicar.— A rede agrícola e agropecuária Pejari é gigante. Mas só ele se envolve, e o jantar comercial é justamente sobre ações na Pejari...Já a mãe dela, Judith, é uma modelo muito conhecida dos anos 2000.

— Uau.— Eu e Lilli falamos ao mesmo tempo, e então rimos.— E suponho que Bea quer seguir o mesmo caminho.

— É, a mãe dela quer muito isso. Acho que vai acabar sendo modelo mesmo, embora ela já esteja se posicionando muito bem na mídia como influencer.— Continuou Diane.

— Não se esqueça do irmão. — Scarlett pediu, terminando sua taça muito mais rápido do que doze minutos. Ri com o pensamento.

— Ah é mesmo, ela comentou sobre um irmão. — Lembrei. — Ele mora aqui?

— Sim. Só não o estou vendo agora. Ele é jogador de futebol de um dos times na cidade, mas fiquei com preguiça de pesquisar sobre, não entendo muito de esportes.

— Ah, prontinho, me desculpem.— Beatrice surgiu, agora sozinha. Ela respirou um pouco antes de prosseguir.— Agora sou toda de vocês. — A menina olhou para a taça vazia nas mãos de Scarlett.— O sommelier não veio até vocês?

Nós todas nos entreolhamos, perdidas.

— Some quem?— Perguntei.

Sommelier.— Ela repetiu devagar.— É o responsável especializado das bebidas. Ah, esses estão ótimos, não é?— Eu e Scarlett, que estávamos bebendo, fizemos que sim.— O sommelier que contratamos veio direto da Wellwine de Detroit. É um dos melhores do país.

— Esse garçom veio de outro estado em menos de seis horas só para servir vinhos?— Scarlett White verbalizou a pergunta estúpida que eu certamente faria.

As Órbitas do SolWhere stories live. Discover now