Promessas para o Futuro

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"Você pertence a mim, eu não consigo dizer adeus,

eu vou te segurar para sempre [..]

Além do tempo."

-Beyond the time

"Like an angel who has forsaken sympathy

Rise up, young boy, and make yourself a legend!"

-A Cruel Angel Thesis

Planeta Terra, ano 33 D

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Planeta Terra, ano 33 D.Q. (Depois da Queda)

19h16, Cidade de Lesa, Ilha Kemu-lai

Um garoto caminhava a passos largos pela calçada de Lesa. Com seus cabelos azul-esverdeados, olhos violeta e orelhas ligeiramente pontudas, mantinha o capuz constantemente erguido.

A cidade sempre lhe pareceu viva. Não pelas pessoas caminhando pelas ruas, em um fluxo contínuo de gente. Não por causa das aves que percorriam os céus, cortando o vento com suas asas. Nem mesmo as cigarras, que cantavam quando o tempo estava quente o suficiente, anunciando a chegada do verão. Nada disso.

O que o garoto percebia era um estranho ruído sob seus pés, quase imperceptível. O ruído de intensidade quase insuficiente para ser notado. Parecia uma vibração pulsando sob a cidade, como batidas de coração nas profundezas da terra. O coração da cidade de Lesa, ou assim lhe parecia.

Os habitantes ignoravam o ruído. O garoto imaginava que talvez os humanos não pudessem ouvir.

Não que tivesse alguém para compartilhar suas ideias. Apesar da cabeça fervilhante de pensamentos sobre todas as viagens que faria quando, um dia, saísse daquela cidade, talvez até mesmo daquele planeta, não havia ninguém que pudesse chamar de amigo. Tampouco tinha família.

0053. Codinome Ao. Vivia na base militar, como um estranho prisioneiro, embora nunca tivesse sido oficialmente impedido de sair. Para onde ele poderia ir, sendo uma criança a milhares de anos-luz distante de seu planeta natal, Cerul? Além disso, ele não parecia ter herdado nada de sua misteriosa mãe, a não ser a peculiar coloração verde-água dos cabelos, os olhos violeta e as orelhas, levemente pontudas. Todos na cidade estavam a par do menino ceruliano que fora abandonado pela mãe. Para ele, não havia amigos.

Apesar disso, o restante de sua aparência era a de um garoto de 14 anos comum. Um par de braços, outro de pernas e uma única cabeça cheia de sonhos de um adolescente que queria conhecer o mundo.

O vento subitamente soprou mais forte, fazendo seu capuz pender para trás.

─ Droga!

─ Ora, ora... Se não é o alien de Lesa...

Uma menina parou exatamente em frente a Ao, com as mãos apoiadas na cintura e um sorriso estampado no rosto.

Os cabelos verde-água do menino se moviam com o vento, compridos o bastante para cobrirem suas orelhas pontudas.

AO - A Ameaça CerulWhere stories live. Discover now