Bem-vindo, Ao

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O primeiro mês de aula foi mais tranquilo do que Ao teria imaginado no início

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O primeiro mês de aula foi mais tranquilo do que Ao teria imaginado no início. Ele quase se sentia um estudante normal. Logo, a comunidade estudantil aprendeu a ignorar o ceruliano entre eles e Ao teve algum sossego. Não havia mais sussurros quando ele passava, nem interrupções nos almoços com Yuna. Especialmente depois que vazou o fato de soldados mal encarados estarem sempre vigiando o alienígena.

Nos almoços, Yuna contava sobre os lugares que já havia visitado e Ao ouvia com satisfação.

– Você viajou bastante mesmo.

– Vantagens de ter um pai militar. Só espero que fiquemos aqui mais tempo, dessa vez...

Ao concordou. Não queria se separar da primeira amiga que tinha feito.

– O Comandante Ley esteve aqui por décadas, pelo que sei. Era um velho ranzinza. Seu pai ainda é jovem, não acho que será mandado embora tão cedo.

– Espero que esteja certo! – Seu sorriso iluminou o dia de Ao. Aquele sorriso era algo que ele desejava proteger.

Nas aulas, tinha a companhia de Char. O rapaz lhe ajudava nas tarefas que tinha dificuldade e Ao começou a chamá-lo de amigo. Já tinha dois na conta.

– Então, você já ouviu alguma coisa estranha vindo do chão?

– Do chão? – Char franziu as sobrancelhas. – Creio que não.

– É, eu imaginei... – Ao só perguntou para ter certeza. Somente ele conseguia ouvir aquilo. Já estava acostumado com essa inquietação abaixo da terra, porém ela foi ficando mais intensa do que de costume. Quase como se o abismo estivesse chamando-o.

– Você é um cara estranho. – Constatou Char.

– Obrigado? – Ao riu. – Vou tomar isso como um elogio.

– Você ouviu algo por aí sobre o Praesis? – O amigo perguntou de repente.

Ao arregalou os olhos violeta.

– E-eu? Por que você acha isso?

– Se você sabe de algo, diga. Eu também estou interessado nele. – Char fitou Ao intensamente com seus olhos azuis.

– Eu... – Ao desviou o olhar. – Não sei nada sobre isso.

Char baixou os olhos.

– Bem, então não tem jeito, né?

                                                                                                       ***

Era noite, por volta das 23h, quando Ao, deitado para dormir, ouviu batidas em sua porta. Suspirando, levantou-se e abriu a porta. Era mais um soldado com cara de poucos amigos. Um dos pré-requisitos para trabalhar na DPE deveria ser antipatia.

— 0053, vista seu uniforme. Tenho ordens para escoltá-lo.

Bocejando, Ao indagou:

— Não tenho permissão para perguntar por que, né?

AO - A Ameaça CerulWhere stories live. Discover now