Capítulo 6

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Eduarda

- Eu não sou na...! Tento me explicar mais acabo por corta meu dedo na lâmina afiada da faca. -Ai! Solto a faca rapidamente e olho meu dedo que já forma uma gota de sangue e pinga na tábua.

- Toma cuidado caralho! Fontana diz e se aproxima de mim segurando meu dedo e pega um guardanapo colocando sobre o corte.

- Não me xinga não filho da mãe! Digo brava puxando minha mão de seu alcance.

-Então não se machuque! Fala puto e bufo.

- É só um corte de nada, não sei pra que esse auê todo! Digo indo até a pia botando o dedo embaixo da torneira a ligando para lavar. - Vá buscar minha irmã! Digo a ele que bufa e sai apressado da cozinha.

- Não acredito que vivi tempo o suficiente para ver meu irmão ser cadelinha de mulher! A irmã de Fontana se aproxima sorrindo e estende a mão. - Prazer Maitê Fontana Alves! Aperto sua mão.

-Eduarda, o prazer é todo meu! Sorriu para ela.

- Esse é meu marido Caim! O homem se aproxima aperto sua mão em cumprimento.

- Muito legal seu nome! Digo a ele que sorri.

Eles se sentam e começamos a conversar coloco um band aid sobre o corte e preparo o arroz com cenoura, Maitê me pergunta por que estou ali e conto para ela parte da história.

- Eu sou advogada se quiser posso te ajudar no processo contra seu pai! Ela diz é a agradeço pela oferta.

- Mas deixo avisado que sou pobre e não terei como te pagar um grande valor pelo seu trabalho! Digo sincera.

- Você é minha cunhada então não cobrarei nada! Diz e a olho com tédio.

- Só se você tiver outro irmão, quem sabe penso nessa hipótese! Ela rir.

Fontana entra na cozinha com minha irmã ao seu lado ao qual tem um filhote em seus braços e o outro vem atrás todo serelepe.

-Venha tomar sua vitamina! Ela se aproxima toda tímida pela presença dos desconhecidos e se encolhe perto de mim. Pego um copo com água e lhe dou o comprimido ao qual coloca na boca e bebe a água em seguida, peço para que abra a boca para verificar se ela engoliu mesmo e vejo que sim. Pego-na no colo e a sento sobre o balcão enquanto arrumo seus cabelos ruivos, ela olha para Maitê e Caim de canto de olho e suas bochechas ficam rubras.

- Oi bebê como é seu nome?. Maitê fala e minha irmã a olha rapidamente.

- Ela não fala, e ela se chama Clarisse! Digo a Maitê.

-Você já a levou no especialista para ver a causa de sua mudez? Maitê observa minha irmã ao qual abaixa a cabeça desconfiada.

- Sim, ela tem problemas em suas cordas vocais ao qual dificulta sua comunicação verbal! Digo fazendo carinho em seus cabelos.

-Mas pode ser resolvidos com algum procedimento cirúrgico! Fontana indaga.

- Sim, mas temo que só isso não ajudaria a falar, pois o maior causador de sua mudez e o seu psicológico abalado! Ele me encara franzino o cenho e suspiro. -Clarisse desde de novinha sempre teve dificuldades em se comunicar, as vezes ela se embolava para formar uma frase, tinha dificuldades para falar palavras e seu maior problema era a gagueira e isso irritava muito meu pai que ficava a maior parte do tempo com ela enquanto eu estudava e trabalhava, então ele sempre gritava com ela e a batia quando ela começava a gaguejar demais, e por causa disso ela foi parando de se comunicar mesmo comigo a incentivando a falar mais, então um dia eu cheguei do trabalho e ele tinha batido nela e desse dia em diante ela não falou mais, contratei uma professora de libras para que pelo menos assim pudesse me comunicar com ela e continua assim até hoje, muitas vezes a incentivo que converse comigo e até sai uma ou duas palavras, mas depois nada! Falo com a voz embargada e Maitê põe a mão em meu ombro o apertando.

- Definitivamente odeio seu pai de coração! Ela diz e apenas sorrio sem ânimo.

"Eu também"

- Bom mais vamos deixar isso para lá e vamos almoçar pois já estou verde de fome! Falo e eles afirmam. Tiro o moqueca de peixe do forno e o cheiro gostoso toma conta do ambiente fazendo minha barriga roncar e minha irmã abre um sorriso.

Deixo a travessa com a moqueca sobre um pano para não estragar o vidro da mesa de jantar e coloco outro deixando a panela com arroz. Fontana pega umas taça e uma garrafa de suco a pondo na mesa e Maitê organiza os pratos.

- Querem vinho? Fontana nos olha e nego, mas Maitê e Caim aceitam.

- Vamos lavar as mãos? Olho para minha irmã que acena positiva e a pego no colo levando até a pia e coloco um pouco de sabão em suas mãos a vendo esfregar direitinho. Pego o pano de prato e a entrego fazendo ela enxugar as mãos e me mostrar para ver que estão limpas.

-Muito bem! Beijo sua bochecha e recebo outro beijo de volta.

Sentamos a mesa e nos servimos, vejo que Clarisse está muito baixa e isso dificulta um pouco para ela pegar a comida em seu prato, a pego no colo e a coloco sobre minhas coxas e trago seu prato mais para perto. Fontana levanta de seu lugar e sai da cozinha logo retornando com uma almofada e a coloca onde Clarisse estava, a ponho em seu lugar novamente e vejo que ficou melhor para que ela alcance seu almoço.

-Obrigada! Agradeço e ele apenas afirma bebendo um pouco de seu vinho e volta a comer.

Nas garras do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora