Capítulo IV - Insegurança

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Never se recuperou bem, e após mais uma longa noite, mal dormida, o grupo se reuniu na sala.

- Precisamos decidir o que fazer agora. - Disse Pedro em tom de liderança.

- Talvez devêssemos procurar ajuda em outra cidade, não sabemos se isso aconteceu apenas aqui. - sugeriu Juan.

- Não sei- Cíntia interrompeu o rapaz- quando tudo isso começou havia um homem falando sobre todo esse caos na TV. Não acho que seja seguro ir à outra cidade.

- Nós não podemos ficar aqui, - disse Never - essas coisas vão acabar nos matando. Precisamos encontrar um lugar seguro.

Os jovens se olharam por um breve momento e Miguel acabou tendo uma idéia.

- Acho que deveríamos ir para um sítio, talvez fiquemos seguros longe das cidades.

- É possível, - Lena concordou com o namorado - uma ótima idéia, o que vocês acham?

Parecia realmente bom para todos, então Pedro prosseguiu:

- Acho que tenho um plano, mas pra isso precisaremos nos dividir em duplas. - todos concordaram - Miguel e Lena vão procurar mantimentos, Never e Juan um carro, eu e a Cíntia armas. Depois nos encontramos aqui, tudo bem pra vocês? - Todos estavam de acordo e assim deram início ao plano, saindo armados com facas e seguindo em direções diferentes.

**

Lena e Miguel correram até o supermercado mais próximo com algumas mochilas vazias. Ao chegar notaram as portas abertas, mas o local encontrava- se completamente vazio.

- Você segura a mochila eu ponho os mantimentos. - Disse a jovem e o rapaz concordou.

Enquanto ela escolhia os alimentos que durariam algum tempo eles conversavam.

- Você não achou estranho a Cíntia e o Pedro saírem juntos? - Perguntou Miguel.

- Não, acho que eles deveriam fazer isso mais vezes - respondeu a moça.

- Entendi... - Ele riu.

**

Cíntia e Pedro também chegaram ao seu destino, a loja de armas da cidade. Nenhuma palavra foi pronunciada até lá.
O rapaz arrombou a porta sem dificuldade e eles entraram.
Ao notar que a moça tentava o tratar com indiferença ele começou a falar, pegando uma bolsa pra por as armas:
- Acho que nós precisamos conversar - Começou a selecionar revólveres enquanto ela observava perto do balcão - não quero você com raiva de mim.

- Eu não estou com raiva - a loira deu de ombros - Mas acho que as coisas não são tão simples Pedro.

Ele a ouviu indo em sua direção e acariciando seu rosto.

- Você pode pensar, eu só não vou desistir de você - segurou a mão da moça por um momento e em seguida começou a pegar munição.

**

Juan decidiu ir com Never até a casa de seu tio Marcos, que havia viajado e deixado sua caminhonete.
A dupla chegou facilmente, Juan quebrou a porta com um chute e já dentro da casa pode abrir a garagem. Saindo com o carro em seguida e convidando o parceiro, que o esperava, para entrar.
Juan não queria revelar suas verdadeiras intenções. Mas desligou o motor e iniciou uma conversa.

- Acho que não precisamos ter tanta pressa - Olhou pra frente enquanto falava - eles vão demorar um pouco mais... Você está bem?

- Estou - Never o olhou sem entender - Vou ficar.

- É estranho só falar com você agora. - indagou Juan. - Acho que não tivemos muita oportunidade.

- Agora teremos - disse Never com falsa animação - Melhor irmos.

**

Uma hora depois todos já haviam voltado e agora deveriam decidir para onde ir. A cidade em que moravam não era muito grande e muitos sítios ficavam por perto. Não parecia uma boa idéia ir para muito longe. Resolveram então seguir viajem e no caminho examinar os locais mais favoráveis, o que agradou a todos.

Sobreviventes: O fim dos temposOnde histórias criam vida. Descubra agora