Capítulo XXII - Incidentes

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- Hey, o que você vai fazer? Tá doida garota.

- Pode voltar se quiser.

- Olha aquela rua, eu não vou te deixar ir ali. Eles podem te ver e andar até esta rua. - Jhon puxou o braço de Cíntia, visivelmente irritado.
- Me solta.

- Eu não vou fazer barulho. Não sou idiota.

- Certo, mas eu vou na frente.

- Você que sabe - a jovem suspirou.

- Acho que encontrei o prédio - O rapaz falou olhando por sobre o ombro da moça.

- Onde? - virou rapidamente se deparando com uma grande quantidade de errantes mortos e alguns tentando derrubar a porta.

Cíntia correu até o local e iniciou uma luta contra os andarilhos que sozinha certamente não venceria, volta e meia olhava entre os corpos na esperança de encontrar Pedro, mas ao mesmo tempo tinha a esperança de que ele estivesse a salvo. Jhon não aprovava a ideia, porém estava ali e iria proteger a garota usando os artifícios que estivessem ao seu alcance. Ele certamente não a deixaria morrer, a não ser que isso custasse a sua vida.

- Você o vê? - a garota perguntou?

- Não, não está aqui - O jovem respondeu fazendo a companheira suspirar aliviada.

- Acho que acabamos aqui, vamos entrar.

- Está trancada - Jhon falou forçando a maçaneta e virando para ficar de frente a garota - Cuidado - gritou fazendo a loira virar o mais rápido que pode e agarrar uma das criaturas que foi eliminada sem dificuldade.

- Obrigada - agradeceu ofegante - Agora... Quebre a porta, se preciso.

Jhon revirou os olhos e chutou a porta com força, era uma porta velha, a maçaneta já mostrava os primeiros sinais de ferrugem, fazendo com o que trabalho fosse mais simples do que o rapaz esperava.

- Bem - O jovem a olhou com sarcasmo e fez um gesto para que passasse. - Vou empurrar essa mesa para que a porta fique fechada enquanto estivermos aqui. Tente ser rápida, já é quase o meio da tarde e eu tenho um irmão para cuidar.

- Eu... - a jovem assentiu cabisbaixa ao se lembrar de que não tinha mais sua família, só o que havia lhe restado eram seu amigos e Pedro.

Jhon fingiu não perceber a mudança no humor da jovem e começou a subir as escadas com cuidado, ao chegar no topo das escadas encontrou um homem alto, loiro e forte, segurando uma Barra Grande de ferro.

- O que você quer aqui? - o grandão analisou Jhon com cautela.

Cíntia reconheceu a voz e adiantou o passo, chegando logo atrás do garoto.

- Lucas? - a garota o olhou por um instante e correu até ele que a abraçou forte.

- Eu não acredito, é Bom te ver. Imagino o porquê de estar aqui. - O loiro analisou as feições da moça - vamos subir.

- Espera, vocês se conhecem? - Jhon perguntou confuso seguindo os dois.

A garota ia responder quando se deparou com bastante sangue em alguns degraus da escada e uma parte do ferro, visivelmente enferrujado, da escada faltando.

- O que aconteceu? - engoliu a seco ao imaginar algo ruim.

- Vamos subir, é uma longa história - Lucas suspirou é continuou andando.

- Mas... Isso é muito sangue. Não pode ser de uma só pessoa. O Pedro tá com você? - a garota parou esbarrando em Jhon que vinha por último.

- Sim...

- Ele está bem? - a jovem adiantou os passos.

- Estamos chegando - O homem respondeu passando por um estreito corredor, onde a luz era escassa e abrindo uma das portas.

Todos entraram e seguiram Lucas até um dos quartos, onde Pedro estava.

- O que aconteceu? - Cíntia perguntou aflita correndo em direção ao rapaz que encontrava-se desacordado e com um pano Branco ensanguentado amarrado em sua perna.

- É uma longa história.

- Seja breve. - a jovem começou a desamarrar o pano.

- Eu o encontrei lutando contra os ex mortos vivos lá em baixo. O ajudei e conseguimos entrar no edifício. Naquele ponto da escada uma dessas... Coisas... Despencou pela escada e caiu em frente ao Pedro, com o impacto o corrimão da escada rompeu e a ponta acertou em cheio a perna dele... Eu tentei ajudar, não havia muito o que eu pudesse fazer. Não posso perde- lo assim.

- Não vamos perde- lo. - Cíntia analisou a profunda ferida na perna do rapaz que respirava com dificuldade. - Eu preciso de água e Panis limpos. Vou limpar isso aqui.

- Vou ver o que posso fazer - Lucas respondeu esbarrando em Jhon ao passar pela estreita porta.

- Nossa - O jovem não conteve a surpresa ia ver a gravidade da ferida, mas foi ignorado - Então, ele vai ficar bem?

- Eu não sei - Cíntia balançou a cabeça ao tocar a testa do rapaz e sentir o quão quente ele estava.

- Quem é esse tal de Lucas?

- É o irmão mais velho do Pedro.

- Irmão? Primeiro o primo, agora o irmão. Como isso pode ser possível.

- Eu não sei, mas fico feliz dele ter aparecido. O Lucas é militar, serve no exército sempre que é convocado.

- Certo, melhor se concentrar no Pedro. - respondeu ao ver o irmão do garoto entrar no quarto trazendo um vaso com água e alguns panos que havia encontrado.

- Espero que ajude. - falou entregando os objetos a garota.

- Vai ajudar, mas não vai ser o suficiente. Vamos precisar de antibióticos. Se nós pudéssemos tirar ele daqui.

- É impossível, ele não resistiria. - Lucas indagou.

- Talvez - Jhon iniciou roubando a atenção dos dois - se nós pudermos trazer os antibióticos pra cá.

- Pode ser uma boa ideia - Cíntia desviou o olhar entre um e outro.

- Como faríamos isso?

- Dois de nós podemos voltar ao edifício, enquanto um fica aqui e cuida do Pedro.

- Eu posso ficar - a loira propôs.

- Não é seguro que você fique aqui sozinha. - O Moreno a encarou.

- Eu posso cuidar de mim - murmurou em resposta.

- Ela está certa - o homem encarou os dois - um de vocês precisa ir, ela é a pessoa mais indicada a cuidar do meu irmão, afinal lá fora sempre será mais perigoso.

- Certo, então? - a moça encarou Jhon.

- Tudo bem - O rapaz balançou a cabeça em desaprovação.

- Vamos nos preparar para partir - Lucas pegou sua Barra de ferro e a segurou firme.

Sobreviventes: O fim dos temposDonde viven las historias. Descúbrelo ahora