Capítulo 1

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Era pra ser só mais um dia, mais um dia normal como todos os outros, a noite refresca o quarto permitindo que o calor seja suportável, mas é aí que tudo começa acontecer.

— Vamos nos mudar sim, chega, eu não te aguento mais, quero o divórcio.  — Minha mãe falava aos berros.

 Sim foi dessa forma que eu acordei, completamente assustada ao ouvir essas palavras, dei um pulo da cama, e corri pelo corredor e logo abracei ela de lado e com muita triste ouvi minha mãe chorar feito criança. Ela repetia por diversas vezes: —Eu não aguento mais,  isso é mais pra mim, não aguento mais não, chega, chega. — Eu não tinha o que fazer, apenas a abraçar com amor.

Ouvi a porta bater com força, e quando fui olhar pela janela, meu pai estava entrando no carro gritando, dizendo as únicas palavras: — Ninguém vai me atrapalhar na minha campanha , se ela quer ir, que vá. — Quando ouvi aquilo uma única lágrima escorreu pelos meus olhos, é, foi sim uma única lágrima, mas foi uma lágrima de dor. 

Eu o vi saindo do carro e andando de um lado pro outro, foi ai que minha mãe me chamou.

—Helena começa a arrumar suas coisas em breve sairemos da casa desse egoísta.

— Mãe não quero ir. - Falei sem ao menos conseguir olhar nos olhos dela.

— Como pode dizer isso minha menina? Aquele homem é um grosso.

— Mãe minha vida está aqui, Fernanda está aqui, minha faculdade está aqui, ir embora? Pra que? E.. Eu amo o meu pai independente de tudo.

— Fernanda está sozinha no mundo Helena, ela com certeza irá conosco e em todos os lugares tem faculdades, temos que continuar nossa vida em outro lugar. — Ela suspira alto. — Eu também amo o seu pai, só estou cansada de não ser valorizada, estou cansada de ser saco de pancadas para aquele sem coração, filha eu não irei te impedir de vê-lo, não se preocupe.

— Mas mãe, preciso pensar, por que... — Foi quando fui interrompida com meu pai gritando com a gente.

— Mariana, você quer ir vá. Só não leve minha filha. —  Eu juro que queria ficar emocionada com aquilo, mas não tinha jeito, tinha algo ali, eu sabia. E então ele continuou: — Ela será muito útil na minha campanha.

Soltei um suspiro longo e disse: — Mãe procure outra casa, não vou aguentar ficar mais um segundo olhando na cara desse político. — Sai para o meu quarto e ali mesmo me despejei em lágrimas, mas não me deixei abalar.

— Eu te avisei que você ia perder a sua esposa, e junto, perdeu sua filha. — Eu ouvia minha mãe dizer amargurada.

— Mariana, saia da minha frente agora.

— Com muito prazer Senhor Marcelo.

O dia foi passando devagar demais e eu só queria que esses dias ruins sumisse.

Umas 5 horas se passaram e meu pai havia saído de casa e ainda não tinha dado notícias.

Minha mãe estava procurando casa por outra cidade e nada de encontrar. Foi quando resolvi ligar pra Fernanda.

— Alô? - Fernanda diz com voz de sono. Bom, pra quem não sabe Fernanda é minha irmã de consideração, quando ela tinha 2 aninhos foi adotada por Giselle a nossa amada empregada aqui de casa que era mais da família do que tudo, mas ela faleceu faz 3 anos e meio e desde então Fernanda ficou sendo mais ainda da minha família do que nunca, ela mora na casa dos fundos.

Depois de chamar várias vezes: — Oi Fêh, esta dormindo? 

— Estava quase pegando no sono, mas pode falar amiga.

—Lembra quando você queria se mudar pra Chicago?

— Claro que lembro, ainda penso nessa possibilidade, mas porque?

— Meus pais vão se separar, e minha mãe ta procurando outro lugar pra morar. 

— Seu pai foi o causador?

— Como sempre, achei que era apenas uma briga, mas não. E você tem o endereço ou o número do telefone da mulher que estava querendo vender a casa?

— Tenho sim, amanhã passo ai pela manhã e deixo com você.

— Tá bom, beijos. Durma bem.

— Você também.

Desliguei o telefone, e depois de muitas reviradas na cama finalmente consegui pegar no sono.

Para Sempre (Em Revisão)Where stories live. Discover now