Cap. 21

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Aquela notícia fez com que eu sentisse a pior dor da minha vida, nao acredito que o cara que eu amo, praticamente esta morrendo, como pode?

- Doutor? Posso ve-lo. - Perguntei.

- Claro. Vamos la.

Ao chegar a onde ele estava meu coração por um momento parou, meus olhos não acreditavam no que estava vendo, ali estava ele, deitado, sem se mecher, sem poder bancar um de garanhao, ele estava cheio de aparelho e com o corpo todo machucado, então sentei ao lado dele segurando em suas maos:

- Porque você fez isso? Você tem ideia de como ta doendo em mim? Você não tinha o direito de ter feito isso comigo seu idiota. Mas fez ne?! Eu sinto muito, mais eu não podia ter feito nada para evitar, agora só lágrimas caem dos meus olhos e eu simplesmente não consigo parar de chorar, você já havia me causado uma dor, mais como essa que estou sentindo, eu nunca senti na vida. Volta, volta pra mim, volta com esse teu jeito. Por favor volta - As últimas palavras quase não saíram devido às lágrimas.

- Moça, agora a senhor precisa se retirar.

- Mas porque? Eu quero ficar aqui.

- Precisamos limpar ele, e coloca-lo no quarto.

- Tudo bem. Volto amanhã.

- Okay.

Nos três fomos embora, chegando em casa, tomei um longo banho, e comi um lanche, depois deitei na cama fiquei rolando de um lado para o outro e não consegui dormir, só chorava. O meu sábado foi repleto de dor. Fui até o hospital mais me disseram que eu só poderia ir, na segunda feira.

2 semanas e meia se passaram...

E lá estava ele, ainda deitado em coma, respirando apenas pelos aparelhos, na mesma posição do mesmo jeito, nada mudou, somente na faculdade que mudou, o lugar dele foi substituído por outra pessoa, e a falta dele la era enorme, eu ja não aguentava mais de saudades e meu coração explodia de dor. Chegando no hospital:

- Oi Michel. Alguma notícia?

- Não, nenhuma Helena. Ele continua na mesma situação. Mas...

- Mas o que?

- Eu assinei o negócio para desligar os aparelhos dele.

- Co.. como.. é.. que.. que é? - Falei gaguejando.

- Os médicos disse que a chance dele voltar é de 1%. Não é mesmo? - Ele perguntou em direção ao doutor que estava do lado e que acenou sim com a cabeça.

- Você não tinha o direito de fazer isso.

- Tá triste ve-lo sofrer daquela forma.

- Eu sei. Mais nao. Pode parar. Ninguém vai desligar nenhum aparelho dele.

- Pare voce. Deixe ele ir em paz.

- Olhe só, se você não quer cuidar dele o problema é teu, mais você não vai tirar o amor da minha vida daqui somente por um egoísmo seu.

- Eu amo ele, ele era como um irmão. Só que ele ta sofrendo aqui.

- Por favor me dá mais um tempo, talvez ele volte.

- Tudo bem Helena.

Sentei no banco com as mãos no rosto chorando.

E assim meses e mais meses foram se passando, 1.. 2... 3... 4... 5 meses, e nesse meio tempo, eu ia, contava histórias para ele, conversava, fala de música, falava da faculdade, falava dos meus sentimentos, mas ele não acordava de jeito nenhum, acho que tá na hora de eu parar de tentar.
Dia seguinte :

- Michel, já assinei o documento para desligar os aparelhos. - Falei em meio as lágrimas.

- Vai ser que horas?

- As 15:30 da tarde.

- Posso ir me despedir dele?

- Claro; logo depois de voce. Eu vou.

----- Michel ----

Eu entrei no quarto, e o vi ali, da mesma forma e do mesmo jeito, sentei do lado dele e comecei :

- Pô meu muleque, prometi que ia cuidar de voce, e hoje você vai embora, embora pra sempre, ainda bem que tenho muitas histórias para contar de voce, das Minas que a gente pegava (tenho que falar isso baixo porque tem uma garota ali fora que te ama) - Falei sussurrando - Tá doendo aqui meu parceiro, ta doendo te ver partir desse jeito. Teu acidente não sai da minha cabeça, assim como a sua imagem é permanente em mim. Tu sempre foi, é, e sempre vai ser meu irmão, aquele com quem eu posso contar sempre e compartilhar segredos. Eu te amo muleque. Vai com Deus. - Dei um beijo em sua testa e o olhei pela última vez, e sai.
Vi Helena em prantos, e a chamei para dentro.

----- Helena -----

Sentei do lado dele e disse:

- Bom, agora acabou. Acabou minhas tentativas de te manter vivo, mas agradeço, pois tive alguns momentos com voce, eu te amo meu amor, meu doce amor, você vai fazer muita falta na minha vida. E eu vou seguir, seguir também por voce, porque você me faz seguir. Eu te amo, vai com Deus e promete sempre lembrar de mim com um sorriso no rosto e não com várias lágrimas nos olhos. - Dei um selinho nele e sai.

Logo em seguida os médicos entraram na sala e fecharam as cortinas das janelas para que nos nao possamos ver.

De repende começamos a ver uma movimentação estranha dentro da sala, e comentei com Michel :

- Eles não iam somente desligar os aparelhos?

- Estou achando estranho tambem. Vou bater na porta.

Ele bateu, e um dos médicos saiu dizendo : - Desligamos os aparelhos, só que aconteceu uma coisa inacreditável.

- Que coisa doutor? - Perguntei eufórica.

- Ele está respirando.

- Respirando? - Eu e Michel perguntamos juntos.

- Sim respirando.

Para Sempre (Em Revisão)Where stories live. Discover now