Cap. 23

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Acordei pela manhã muito animada, me arrumei bem bonita, afinal ele havia acordado e já estava enxergando. - Sorri.

Chegando ao hospital vi uma mulher que aparentava ter seus 45 anos por ai, com o rosto um pouco enchado de choro saindo do quarto do meu amado, mais quem será? Porque ela estava ali? Fui chegando perto, ela me olhou nos olhos e foi embora. Bati na porta e ouvi:

- Entre.

- Oi, voltei como prometido. - Reparei que os olhos dele estava com lágrimas.

- Que otimo. - Ele sorri.

- Quem era?

- Quem? - Pergunta ele desconversando.

- Essa mulher que saiu daqui agora mesmo.

- Hum. Posso não querer falar no assunto?

- Claro. Vamos falar de outro. - Logo levantei e fui deixar minha bolsa no outro lado do quarto.

- Você é sempre assim? - Solto isso me assustando.

- Depende. Assim como?

- Amorosa, atenciosa, compreensiva, conselheira, meiga, linda, protetora?

- Geralmente sim.

- Como não percebi isso antes?

- Você não me deu chances, lembra?

- Sim lembro.  Me desculpe.

- Sem problemas.

- Aquela mulher é minha mae. - Disse ele abaixando a cabeça.

- Mãe? Mãe? Mãe? Como assim?

- É mãe.

- Porque ela não veio te visitar antes?

- Bom, vou te contar uma história. Que eu nunca contei pra ninguém.

- Okay. Deixa eu sentar. - Me sentei e ele começou.

- Bom, morávamos eu, meu pai, e minha mãe, quando eu tinha uns 6 anos, minha mãe engravidou e meu pai ficou extremamente feliz, até que a notícia chegou, o filho não era dele, minha mãe traía ele a quase 4 anos e ele nunca nem desconfiava. Até que minha mae resolveu ir embora de casa, deixando meu pai que praticamente todas as noites levava uma mulher diferente pra cama, e ela me levou junto, o que eu não sabia era que o cara ia morar com a gente, ali naquela casa eu fiquei durante 5 anos apanhando de um bêbado que nem meu pai era, ele me batia de todos os jeitos e o pior? Minha mãe deixava, deixava e apoiava. Fui morar com meu pai novamente, antes ele não me queria, só que.. meu pai morreu em 2 meses que eu estava morando com ele, deixando pra mim uma fortuna, e minha mãe queria voltar. E eu a expulsei.

- Nossa que história mais macabra. - Sorri.

- E não acaba por ai.

- Não?

- Hum, eu já era super amigo do Michel, morava ele, o pai, a mãe e o Richard, o pai dele era super amigo do meu pai, então nos 3 éramos grandes amigos, e quando meu pai morreu eu tinha apenas 11 anos, 4 meses depois o pai do Michel morreu, e ele tinha 13 anos, assim prometemos um pro outro sempre ser amigos e cuidar um do outro. Com meu dinheiro comprei uma casa, aos 16 anos e trabalhei, comecei a fáculdade no ano passado, mas, eu só queria farra, mulher, bebida, e zoeira, até que esse acidente aconteceu e quase me tirou a vida.

- E porque a sua mãe veio aqui hoje?

- Depois que eu a expulsei de casa, ela nunca mais apareceu, e ai hoje, ela veio me visitar depois de 5 meses. E a recebi bem, mais a mandei ir embora.

- Porque ela chorava?

- Porque ela tá arrependida de tudo que ela me causou, e eu disse que ia pensar em dar uma chance.

- Entendi. Me responde so mais uma coisa?

- Fala?

- Porque o Richard nao se dá bem com irmão dele e pelo jeito nem com voce? Já que você disse que vocês eram amigos?

- Porque Richard namorava uma garota, e ele a amava de todo coração, assim, como ama Fernanda. Só que, eu achava ela a coisa mais linda do mundo, e então a beijei, e ela se entregou a mim, ele chegou no lugar e nos pegou se beijando e tivemos uma briga feia, só que ao invés de Michel ficar do lado dele, ele ficou do meu lado, e ai já sabe ne? Até hoje eu não converso mais com ele, e ele só solta poucas palavras pra Michel. Hoje me arrependo disso.

- Agora entendi. Agora entendi. Causador se confusões.

- Pior que eu era. - Sorriu.

Michel chegou, e já era hora do almoço, nos almoçamos, conversamos e brincamos muito nos 3. Até que um médio me chama pra minha surpresa.

- Pois não?

- Oi senhorita Helena; pode nos acompanhar?

- Claro.

- Sente-se. O que eu tenho pra dizer não é bom.

- Então diga. - Disse me sentando.

- Ontem ao fazer alguns exames em Gabriel, verificamos algumas sequelas.
- Ele ficou com algumas?

- Ficou. E uma que ele certamente vai odiar.

- Conte para mim, já estou aflita.

- Eu sinto muito mais Gabriel ficou Paraplégico.

- Han? Como assim? Não pode ser? - Falei basicamente chorando.

- Eu sinto muito.

- Quando vão contar isso a ele.

- Agora mesmo, por isso chamamos a senhora primeiro.

- Antes espere um momento.

Sequei as lágrimas e chamei Michel no corredor. Contei tudo para ele,

- Não acredito. Ele vai fica arrasado. - Disse ele com lágrimas.

- Eu sei. A gente vai tem que saber lidar com as atitudes dele a partir de agora.

- Okay.

- Olha, vamos la agora. Vocês vão?

- Sim. - Disse Michel me olhando.

Chegamos no quarto e ele estava queto, até que o médico começou.

- Olá Gabriel podemos conversar?

- Claro doutor.

- Ontem eu e minha equipe fizemos vários exames, você se lembra?

- Claro que sim.

- Você ficou com algumas sequelas do acidente.

- Nada muito grave ne doutor? - Disse ele já arregalando os olhos.

- Você ficou Paraplégico Gabriel. Sentimos muito por isso. - Doutor me olhou e um silêncio pairou no ar.

- Paraplégico? - Ele começou a rir. - Tá brincando ne? - Ele começou a tentar movimentar as pernas e não conseguia senti-las. - Mentira. Michel fala que é mentira, Helena por favor fala que é mentira. - Ali ele começou a chorar desesperado. - Não pode ser.

Para Sempre (Em Revisão)Where stories live. Discover now