× 38 ×

1.2K 127 63
                                    

[ KIM ]

Eu e Porchay ficamos na sala por mais alguns momentos, até que decidimos descer para nos juntarmos aos demais.

Horas mais tarde todos já estavam se embebedando pelos cantos, com exceção dos mais novos e daqueles que preferiram ficar sem tomar nada, como Mimi, que estava tomando remédios para se recuperar e Macau, que estava dirigindo o carro que ele, Pete e Vegas vieram. Pol e Arm sumiram depois da revelação, imagino que eles estejam conversando sobre o que irão fazer daqui pra frente.

Eu nunca imaginei isso, Arm sempre foi regrado, nascido nessa casa ele agia como uma arma e pensava apenas no bem estar da família... Ou era isso que todos pensávamos; em algum momento, seu amor por Pol foi maior que o desejo de servir está Casa.

Eu meio que entendo ele, mas ao contrário dele eu não posso simplesmente sair daqui. Meu pai tinha apenas a mim como sucessor, eu assumi pois não havia mais ninguém que pudesse. Nem mesmo Macau podia.

Claro, houve aquele alguém que azucrinou em meus ouvidos e me fez vir até aqui. Se Kris não tivesse feito minha cabeça, a parte mafiosa da família teria desaparecido, e por causa disso todas as famílias sob nossa proteção estariam correndo perigo.

No fim, tenho certeza que essa foi uma boa decisão. Pois, mesmo que o caminho tenha sido torto e cheio de buracos, tenho um amor e minha família de volta; tenho tudo agora.

Será irônico, mas, agradecerei ao Kris antes de o matar.

[ ARM ]

Dizer a verdade na frente de todos foi constrangedor.

Eu nunca mostrei sentimentos relevantes enquanto estava servindo à Família. E, sinceramente, não era esse o plano para hoje. Mas ver Chay naquele estado me fez relevar aquelas coisas, eu me apaguei demais ao menino, era como se eu realmente tivesse um irmãozinho.

No café, nós basicamente sempre estamos juntos perto um do outro e nos damos muito bem, foi por causa desse conforto que ele me passava que eu acabei falando algumas coisas do meu passado com Pol, mesmo que nunca tivesse mencionado o nome dele.

Após sairmos juntos da sala, nós seguimos para o andar dos guardas, para o nosso antigo quarto.

Aquelas paredes ouviram juras de amor, palavras de conforto e medo, de dor e ilusões que um dia criamos.

Estava do mesmo jeito.

As duas camas estavam levemente mais próximas do que as dos demais quartos, a "minha" cama estava arrumada como se eu mesmo tivesse feito, e a do Pol estava quase igual, apenas mudava as roupas de cama.

Entrar naquele lugar depois de um ano fez-me ver como eu sentia falta daquilo.

Ao entramos, Pol trancou a porta atrás de nós. Seu olhar sincero e seu rosto levemente bronzeado, sua boca entreaberta, suas orelhas vermelhas que faziam contraste com seus cabelos pretos e reluzentes, tudo nele estava me chamando.

Aquele homem maior que eu, mais forte que eu, mais louco que eu... Como poderei sair pelas portas desse lugar novamente, deixando-o para trás?

Seu andar vagaroso trouxe seu corpo até junto ao meu.

Sem nem sequer uma palavra, ele retirou seu blazer, a camisa social branca que ele usava por baixo daquele tecido estava colada em seu corpo que estava mais forte que antes, ele arregaçou as mangas, mostrando seu antebraço que estava ainda mais definido que antes... Seu corpo estava mudado por completo, um ano atrás ele tinha quase a metade disso a menos. Sinceramente eu senti meu corpo ferver ao vê-lo dessa forma.

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora