Capitulo 1 :

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ARTHUR

Eu tomava um gole do meu puro uísque escocês de 12 anos, escutando o que um dos diretores falava sobre uma empresa de automóveis que compramos que decretou falência, e como a nossa empresa que eu era dono, reimplantaria ela no mercado novamente, para ser lançada na semana seguinte.



Minha cobertura no Alto Leblon contava com alguns conhecidos naquela noite, colegas de trabalho, amigos, empregados e bajuladores. Como na maioria das vezes, eram pessoas chatas, de quem eu logo me cansava. Algumas eu até cortava das próximas reuniões. Aquela, especialmente, poderia ser um fracasso. Os homens e mulheres ali pareciam querer lamber meus pés, me agradarem de todas as formas possíveis. O que o poder e o dinheiro não faziam com as pessoas. Eram simpáticos em demasia, divertidos e sorridentes. Falsos. Seria melhor descrevê-los assim.



Enquanto Pablo Cavalcanti continuava a falar animadamente sobre a matéria e um casal perto de nós escutava atentamente, eu passei o olhar pelo enorme terraço do meu apartamento. Um pequeno buffet servia bebidas da mais alta qualidade e petiscos caros e saborosos aos convidados, que ao total deviam ser de umas quarenta pessoas, a maioria mulheres. Com exceção de Alda Guimarães, uma de minhas produtoras, que era feia e tinha mais de quarenta anos, todas as outras eram jovens e lindíssimas. Eu sorri suavemente. Mulheres ambiciosas, que dariam um membro para estarem ali fazendo contato, mostrando-se, oferecendo-se às pessoas certas e influentes, esforçando-se para terem seus nomes vinculados ao meu ou uma amante especial, com direito a presentes e prestígios. Todas iguais. Lindas e vazias. Bonecas para serem usadas à vontade.



Elas sempre salvavam aquelas reuniões chatas. Eu me divertia observando seus esforços para chamar atenção, as disputas entre elas, o desejo de se destacarem das demais e as coisas que eram capazes de fazer para aparecer. Eu, que era dono de um conglomerado de empresas que declaravam falência, compro e as insiro no me mercado novamente, um empresário de sucesso, um homem rico e poderoso, sempre na mídia, poderia fazer tudo o que eu quisesse com elas. E fazia. Naquele momento mesmo, se apenas pedisse que ficassem nuas e deitassem no chão para que eu, meus amigos e empregados transássemos com elas, com certeza obedeceriam. No ato. Ter esse poder me agradava. E excitava. Bonecas, com seus corpos perfeitos, sempre prontas a realizar meus desejos. Esforçando-se para agradar. E algumas até conseguiam. Essas eu usava até cansar.



Eu sentia os olhares cobiçosos sobre mim e retribuía os sorrisos ansiosos. Elas ficavam por perto, rondando, tentando mostrar suas qualidades e atributos. Algumas, mais diretas, se aproximavam sem convite, com olhares sedutores e palavras cheias de conotação sexual. Como aquela garota que conheci na semana anterior, na casa de um empresário amigo meu. Alberto Coelho tinha 68 anos e só gostava de garotas entre 18 e 20 anos. Ele tinha bom gosto! As mais fogosas e que satisfaziam todas as suas vontades eram as preferidas de Alberto. Aquela morena que tinha ficado pendurada no meu velho amigo tarado naquela festa, era especialmente bonita e liberal. Não tinha ficado nem um pouco envergonhada quando ele descrevera para mim o quanto ela era gostosa e realizava seus caprichos. E nem tinha disfarçado seu desejo por mim, o que fez com que Alberto me convidasse a compartilhá-la. Dividir mulheres com outros homens não era exatamente minha fantasia sexual favorita, mas eu gostava tanto de sexo que de vez em quando participava de algumas orgias. Naquela noite, aceitei o convite e transamos com ela. Chamava-se Marisol e deu conta de nós dois muito bem. Eu a penetrei em todos os orifícios e a garota ainda pediu mais. Era naturalmente puta. E me agradou com sua beleza, jovialidade e entrega total. Transei com ela mais duas vezes depois disso, todas muito agradáveis. Ela não se assustava fácil e aceitou tudo que sugeri. No entanto, já começava a me cansar dela. Era sempre assim após conhecer uma mulher na cama e explorá-la ao máximo.


Terminei meu uísque, comprimentei algumas pessoas, estava ficando entediado so tinha mulheres que trabalhavam para mim. Foder e trabalhar juntos? Sem chances, qual será o próximo absurdo? Vim à minha casa? Ter um jantar romântico? Nada disso! Gosto muito da minha vida de solteiro exatamente como ela é. Não vou me casar para descobrir que como estou é melhor. Mulher fixa só dá prejuízo e decepção, isso quando não fode sua vida inteira e leva tudo, até mesmo a vontade de viver. Só saio para comer com mulheres quando elas são o prato principal. E não pense que sou um canalha por isso, me vejo apenas como um cara prático e sincero. Nos meus pensamentos, posso falar sobre tudo sem tabus, pulo qualquer papel que homens geralmente se submetem a interpretar em primeiros encontros, totalmente desconfortáveis por fingir que se importam com a profissão da mulher ou com seus sonhos de vida, quando na verdade querem fodê-la.


E as mulheres fazem o papel de ingênuas, como se não soubessem nossas verdadeiras intenções; além disso, elas também desejam a mesma coisa e com a mesma intensidade que nós até, e estão ali por vontade própria, mas se fingem de desentendidas para não soarem indecentes ou fáceis demais, quando é justamente dessas que eu geralmente gosto. Sem enrolações, totalmente seguras dos próprios desejos, sabem bem o que querem e não perdem tempo com essas normas, até porque não faz diferença alguma para mim se é nutricionista ou analista quando está nua à minha frente. E não existe isso de príncipe encantado, nem mesmo os que parecem se aproximar disso.



Todo homem pensa como eu, até mesmo aqueles que fingem preferir enxergar primeiro a beleza interior e sua feminilidade poética, em vez de admitir que querem logo uma bunda gostosa no próprio colo, e esses são os mais perigosos que os cafajestes assumidos como eu, que dizem as coisas sem rodeios. A diferença é que preferem fazer círculos e teatros, as tratando minimamente bem apenas para terminarem a noite se dando bem, mesmo que por gratidão. Todas as garotas com quem me relaciono entram no jogo cientes dos meus termos. Diferentemente desse tipo de homem, eu não minto acerca das minhas reais intenções, não prometo casamento a nenhuma delas.

O clube de sexo que sou sócio é para isso, para putarias de todos os tipos, para ser tratado como um deus devasso, tão pior quanto Zeus. Compenso esse meu lado não romântico tratando todas elas muito bem, oferecendo fodas bem sacanas e bons presentes, mas fora do clube, cada um segue sua vida como achar que deve, sem amarras, cobranças, dor de cabeça ou discussão de relação. O único sentimento que estou disposto a sentir e proporcionar é tesão e prazer. Nada além! Em minha vida inteira, isso funcionou para mim, e não faço questão que mude. Felizmente, estou há trinta e sete anos intocado por relacionamentos sérios, e sendo um dos melhores executivos do meu ramo, pretendo permanecer assim o restante do meu tempo, jamais abandonarei minha vida perfeitamente hedonista.


Minha meta é terminar a vida como Hugh Hefner, o fundador da boa e velha Playboy, mas sem toda a sujeira e polêmicas. Eu me imagino facilmente em uma mansão com as minhas meninas, aproveitando todos os prazeres da carne, já que vale tudo entre quatro paredes. Enquanto minha aposentadoria não chega, em minhas folgas vivo feito um rei, assim como ele, festas extravagantes, luxo e sempre em companhia de mulheres mais jovens que adoram uma boa putaria com alguém que sabe fazer, como eu.



A vida é muito curta para me render a uma mulher apenas, é um desperdício sem sentido. Ao saberem dos meios em que circulo, cheio de luxo e luxúria, além de ser um cara desimpedido, o que mais aparece é gatinha querendo passar um tempo comigo. E faço questão de não rejeitar nenhuma delas. Sou benevolente. Seria quase um crime um homem como eu ter dona, jamais trocaria minha vida de putaria madrugada a fio por qualquer outra. Ainda há muita mulher para que eu possa fazer feliz! Se isso é ser canalha, como muitas já me chamaram, sou o maior deles e com muito orgulho!

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