7. THE SCARS.

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PETE P.O.V

Já haviam se passado duas horas desde que a enfermeira veio checar meus ferimentos e realizar alguns exames. Nas palavras dela, eu poderia sair daqui em breve, mas teria que fazer algumas sessões de fisioterapia por um tempo. Mesmo com tudo o que aconteceu, eu estava me sentindo feliz. Sentia como se tivesse renascido novamente, era um sentimento que me fazia acreditar que tudo pode ser possível. Caí em realização de que posso viver da melhor maneira possível, fazer tudo aquilo que sempre tive medo.

Por mais que eu não fosse uma pessoa muito medrosa, existem coisas na vida que eu me seguro para não fazer e uma delas é o fato de eu querer ser pai. Meu medo consegue ser maior que o meu sonho. Às vezes me pergunto se eu seria um bom pai ou se eu simplesmente seria um lixo igual a imagem paterna que eu tenho do meu genitor. Eu e Vegas já havíamos conversado sobre isso várias vezes e todas as vezes resolvemos esperar mais um pouco, eu não me sentia preparado psicologicamente. Mas talvez agora seja o momento de iniciar essa preparação. Depois de tudo que aconteceu, eu só consigo pensar no quanto eu quero estar aqui vivendo com ele, na melhor forma que pudermos viver. 

Fui tirado dos meus pensamentos quando Vegas iniciou um tipo de massagem nas minhas pernas. De acordo com ele, era para estimular os movimentos na minha perna. Já que eu estava uns dias sem andar, eu poderia ter dificuldade quando fosse tentar pela primeira vez.

Vegas sempre foi muito cuidadoso comigo, mas nesse momento ele estava me tratando como se eu fosse um bonequinho de porcelana que poderia facilmente quebrar. No fim, eu sabia o motivo por ele estar se sentindo assim.

— Você sabe que nada disso é culpa sua né? — disse e percebi que ele não conseguia me olhar nos olhos. Ele apenas assentiu e continuou com a massagem que estava fazendo para estimular os movimentos da minha perna — Vee, olha pra mim. Você sabe, não é?

— Eu já tentei me convencer disso mais de uma vez, mas é um pouco complicado. — ele riu e notei ali o quanto ele estava se sentindo atordoado. Pedi para que ele se aproximasse e segurei sua mão, depositando um carinho ali.

— Meu bem, você não poderia ter previsto nada do que aconteceu. Olha pra mim, eu estou bem. Tá tudo bem. — sorri para ele e ele me devolveu um sorriso fraco — Olha, eu sei porque você está sentindo esse sentimento de culpa e eu sei que talvez nada do que eu te fale vá melhorar isso. Mas eu estou aqui agora, certo? Com você, pra sempre. — Vegas vacilou e percebi as lágrimas começando a rolar em seu rosto. 

— Eu só fiquei com muito medo, Pe. Medo de perder você, medo de tudo que aconteceu naquela época acontecer novamente. Medo por Macau, eu não consegui olhar pra ele de forma sincera por dias. — desabafou e em seguida puxei ele pra mais próximo de mim e apoiei sua cabeça em meu peito, depositando um carinho em seu cabelo. Ah, Vegas, se você soubesse o tanto que eu te amo.

— Vai ficar tudo bem, meu amor. — acariciei seu rosto, limpando suas lágrimas e levantei seu rosto para que ele me olhasse nos olhos. — Eu também amo muito você. — ele sorriu e eu não pude fazer nada além de o acompanhar, sorrindo também. 

Ficamos em silêncio por um tempo. Apenas eu e ele ali na nossa pequena bolha pessoal. Trocando carinhos da maneira que sempre fizemos. Ele foi o primeiro a quebrar o silêncio.

— Cau está namorando. 

— O QUE? — eu sabia que Macau nutria sentimentos por Chay mas ele sempre foi uma pessoa muito fechada em relação a tudo que sentia. Não pensei que ele se apaixonaria dessa forma tão fácil. Eu fico feliz por ele, é bom saber que ele está confortável o suficiente para estar amando e sendo amado.

— É, eu disse pra ele que você iria matar ele quando descobrisse que não foi o primeiro a saber. — rimos juntos e sinceramente, não tinha sentimento melhor do que esse.

Four Acts • VegaspeteWhere stories live. Discover now