• o bicho papão •

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"— Até quando ela vai ficar nesse estado? - perguntou a mulher ao enfermeiro, encarando a menina que se encontrava em cima da maca.

— Não sabemos senhora, ao que tudo indica, devido o estresse e as fraturas a mente está mantendo o corpo desligado, então não é certo quando ela acordará.

Por um momento a respiração dela ficou presa na garganta, o coração acelerando em razão da ansiedade que crescia em seu peito com as possibilidades do que aquilo implicava.

— Acha que eu peguei muito pesado dessa vez? - perguntou, incerta e em um fio de voz, surpreendendo o enfermeiro que em nenhum momento chegou a ver sua senhora demonstrar algum traço de fraqueza.

Suspirando, ele a conduziu pra fora do quarto escuro, deixando a menina com os monitores ligados e as máquinas operando para auxiliar na respiração, fechando a porta sutilmente conforme andavam pelo corredor do subsolo da mansão.

— Ela precisa descansar senhora Merlinda, a dê um tempo pra se recuperar. - respondeu, a olhando observador. — Mas não se preocupe, S/N é a herdeira do clã afinal."

"Ele sentia o coração apertado em ouvir do outro lado da porta os suspiros e soluços deixados pela garota de 15 anos. Triste porque hoje ela já não deixaria ele entrar mais, não com tudo que estava acontecendo.

Era de partir o coração ver sua irmãzinha sofrer tanto. E ele não poder fazer nada.

— Ela ainda tá chorando? - não se assustou quando Yuri se aproximou, sério e apático, tão esgotado quanto ele com aquela situação toda.

— Não parou desde que elas voltaram do treino. - disse baixo, sem forças pra erguer mais a voz.

— Até quando ela vai fazer isso com a gente? - a voz do mais novo soando quase desesperada, agoniado com o que acontecia debaixo de seu próprio teto. — Até quando ela vai fazer isso com ela?!

O mais velho ignorou a pergunta, focando somente no seu choro, que parecia não acabar mais. Ele sabia que não tinha resposta para aquilo, tudo dependia da mãe deles.

— A gente tem que ver ela. - murmurou se aproximando mais da porta e colocando a mão na maçaneta.

— Mas ela não quer ver a gente. - Yuri murmurou de volta, em tom tristonho.

— Eu preciso ver ela. - Matt disse, quase desesperado ao abrir a porta silenciosamente e procurar com olhos aflitos por você. Não demorou para que ele a encontrasse com joelhos dobrados ao peito, sentada quase em posição fetal enquanto se balançava em cima da cama, soluçando e chorando copiosamente. — S/N? - chamou, fazendo com que o corpo da menina congelasse por inteiro.

— Maninha...a gente veio te ver. - Yuri pronunciou, receoso ainda que esperançoso de que os deixaria entrar de novo.

— Por que estão aqui? - Matt e Yuri se arrepiaram com o tom da sua voz.

Mesmo que estivesse chorando há pouco, estava fria e calculista.

— Princesa, nós só queremos-

— Saiam daqui.

— S/N nós só-

— SAIAM!

Seus olhos brilhavam em vermelho carmim, e com a dor que ambos os garotos sentiram, foram expulsos do quarto imediatamente."



Eu sabia como a minha cara devia estar naquele momento, enquanto encarava o velho sorrindo feito um maluco e esbanjando o corpo que alguém da idade dele tecnicamente não deveria ter.

𝐃𝐀𝐁𝐈, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨Où les histoires vivent. Découvrez maintenant