• imagine being loved by me •

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Sair da porra daquela prisão não foi a coisa mais maravilhosa do mundo, entretanto eu faria qualquer coisa pra tirar Dabi de lá.

Saber que em partes a culpa de ele ter simplesmente se rendido e ter feito tanto merda é minha, me parte o coração. Ele tá tão magrinho, tão machucado.

Porra, se eu tivesse acordado antes...

— Segura em mim amor. - pedi, já enrolando o braço dele no meu pescoço.

Dabi parecia em transe ainda, e por isso mal reagiu com a minha transformação e com o fato de que eu agora — muito maior e maromba — carregava ele no colo que nem uma princesa.

Grunhi quando senti impactos nas minhas costas. Eles ainda estavam tentando nos prender ali. Rosnei, olhando pra trás e soltando uma mão dele, só pra esticá-la e direcionar parte do meu poder para aqueles que vinham desenfreados atrás de nós, atrás dele.

Sem ver o tamanho do estrago, abri as asas do meu demônio — sim, piranha voa vadias — e voei pra bem longe dali.

Dabi ainda sem dizer nada.

Tô preocupada pra caralho, mas tenho que focar em achar um lugar seguro. Não quero correr o risco de ter heróis invadindo minha casa — apesar de ter quase certeza de que não vou ter escolha além de procurar uma nova pra morar depois disso.

O levo para um dos abrigos que meu clã assegura mais ao lado das montanhas, parte desabrigada da cidade. A mansão era escondida pelas árvores altas e pelas montanhas da região, fora o campo de proteção que eu mesma fiz questão de instalar quando chegamos aqui. Somos praticamente invisíveis agora.

O deixo em cima da cama de casal da suíte principal, me desfazendo da forma de demônio e entrando no banheiro pra ligar a água da banheira e a deixar pronta pra quando eu o trouxesse pra cá. Também pego o kit de primeiros socorros por causa dos machucados que se abriram na hora da fuga.

Quando volto vejo Dabi no mesmo lugar, com a mesma expressão no rosto.

Me aproximo calmamente, me ajoelhando na frente dele e buscando seus olhos. As joias turquesas não estavam como eu me lembrava. Não brilhavam, e mesmo vagando pelo meu rosto pareciam estar enxergando outra coisa. Pareciam estar em outro lugar. Não ter uma reação dele, não ter ele presente tá acabando comigo.

— Amor. - chamei, tocando devagar seu joelho. Ele mal percebeu que eu o estava tocando. — Dabi...você tá me deixando aflita amor, por favor fala comigo. - peço baixinho, sentindo meus olhos encherem quando finalmente ele pareceu me notar ali com ele. — Oi...

— Oi. - respirei fundo quando suas mãos tocaram meu rosto, deixando que uma lágrima teimosa escorresse quando se inclinou e encostou a testa na minha. — Senti sua falta, princesa.

— Eu também senti a sua. - sussurrei, fechando os olhos quando sua boca encostou na minha pele. — Vem, vamo tomar um banho.

Estar neste exato momento, com as minhas costas encostadas na banheira e com ele deitado no meu peito, me trouxe toda a paz e calma que eu perdi nesses últimos dias. Deus, até nessas últimas semanas, nesses últimos meses.

Só de ter ele aqui comigo já deixa o meu coração mais calmo e minha mente funcionando claramente de novo.

Acariciei seu peito, minha cabeça encostada na sua e nossas respirações sincronizados. Peito subindo e descendo. Subindo e descendo. Lavei seu cabelo, parando pra admirar de fato os fios agora brancos que tanto gostava de esconder antes e logo em seguida desci a buxinha macia pro seu corpo. Eu não consigo desgrudar minhas mãos dele. Não consigo não senti-lo. E a agonia que tem atormentado meu peito desde que eu acordei só passou quando o abracei de novo.

𝐃𝐀𝐁𝐈, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora