IV

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Kile Neves◇

Como eu não havia previsto, no Rio de Janeiro além de estar super frio, estava chovendo muito. Nesta época de natal o termômetro chegava a marcar de 18° a 49° graus, isso sem contar com as chuvas que às vezes variava de forte a apenas chuviscos e os ventos gélidos. Antes mesmo de sairmos do aeroporto, peço para Clary e Stephanie pegarem a capa de chuva, como de costume Stephanie reclamou, dizendo que eu iria acabar com o estilo dela e quem deveria mandar era ela, e não um pirralho como eu.

Prefiro ignorar a minha irmã e saio em busca de um táxi, a cidade estava um caos. Não havia um carro disponível e além do mais só de olhar para aquela maldita fila de espera logo desisto.

Cansado e sem paciência para esperar, resolvo ligar para minha mãe, e exatamente no primeiro toque ela atende.

— Alô, filho cadê vocês? —O tom da voz da minha mãe soava preocupada.

— Já estamos no Rio. — Ouço um longo suspiro de alívio. — Bem, o ruim é que estamos aqui já faz um tempo e até agora eu não consegui um simples táxi.

—Oh! Meu filho, por que não me ligou antes? Vocês deveriam ter chegado há três horas, o que aconteceu?

— Mãe fique tranquila, o voo apenas atrasou. A senhora pode pedir ao pai nos buscar?

— Filho o seu pai saiu e não levou o celular, vou mandar o seu primo ir buscar vocês.

Meu corpo estremece na hora, só de saber que o Jacob e a sua família já estavam na casa dos meus pais o meu desconforto já aumentava. Porém, esse natal seria diferente, agora eu estaria noivo e a minha querida noiva estava grávida.

— Ok mãe, mas pede para ele vir logo. Todos nós estamos cansados e com frio.

— Tudo bem filho. — Então ela desliga.

Viro de costas e vou até Clary e Stephanie que estão sentadas em um banco do lado de fora do aeroporto.

— E aí, conseguiu arrumar um táxi? — Pergunta Clary olhando para trás de mim.

— Não, mas liguei para a minha mãe e ela vai mandar alguém vir buscar nós. — Falo me sentando ao seu lado.

Stephanie olha para mim, e com a nossa troca de olhares ela logo deduz quem iria nos buscar. Mesmo minha irmã sendo três anos mais velha do que eu, isso nunca fez diferença para nós, sempre fomos grudados e compartilhávamos a maioria dos gostos em tudo. Lembro-me que quando éramos crianças, um defendia o outro durante as brigas, sempre formos cúmplices.

Entanto a chuva caia na rua encharcada do Rio de Janeiro e o vento frio soprava sobre nós, percebo que os lábios de Clary estavam ficando ressecados e roxos. Fico assustado, pois, durante todos os meus anos morando no Rio, eu nunca tinha visto algo parecido.

_ Clary, está se sentindo bem? — pego em suas mãos e aqueço.

— Só estou com um pouco de frio — Diz ela com a voz baixa.

— Deixa eu te esquentar. — Digo jogando os meus braços ao redor do corpo dela, com a intenção de aquecê - lá.

Clary se encolhe em meus braços e encosta a cabeça em meu peito. Assim ficamos até a louca da minha irmã — que eu nem sabia que tinha saído — parece na minha frente.

— Aí que fofo! Até parece que vocês são um casal, mais ainda falta apenas uma coisa. —ela mexe em uma bolsa de plástico e pega uma caixinha de veludo preta e ao abrir mostra um anel com uma pedrinha rosa em cima. — O anel, como uma noiva não tem um desses Kile? — Ironiza ela sorrindo.

ALUGA - SE UMA NOIVA (EM REVISÃO )Where stories live. Discover now