CAPÍTULO 06

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— Aaaaah fala sério Crystal, é o baile, todo mundo quer ir ao bendito baile

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— Aaaaah fala sério Crystal, é o baile, todo mundo quer ir ao bendito baile. - Luna parecia frustrada com minha resposta negativa sobre o baile, os lábios dela se entortam quando termina de falar, deixando claro a desaprovação.

" Por favor, vamos comigo, não ligo para par, só quero que você aproveite o último ano do colégio."

Agora ela completa com as mãos, é fácil entender e fácil pra ela me entender, somos amigas desde sempre, então enquanto eu aprendia a me comunicar, Luna aprendia junto comigo.

" Vou pensar, mas provavelmente não vou"

A repondo, com as sobrancelhas elas juntas, numa careta de desculpas, ela sabe que não mudarei de ideia.

Luna revira os olhos, só aceitando, aproveitando o sanduíche com gosto de isopor do refeitório, eu fico apenas com a maçã, a única coisa que não podem deixar com gosto péssimo, até que Luna simplesmente para com o sanduíche no ar, o colocando de volta no prato e arregala os olhos.

Eu inocentemente faço o mesmo e me arrependo quase imediatamente, quando os olhos castanhos que eu fugi nos últimos anos estava em mim, mas por pouco tempo.

Assim como eu, todo o refeitório o encarava, não por ser o Thomas o monstro, era esse o apelido dele com 12 anos, eu o observava de longe, estava longe de ser o Thomas que eu conhecia.

Quase foi expulso por tanta briga que ele se meteu e com os 13 isso parou, mas ainda não era Thomas que eu conhecia, talvez nunca volte a ser.

As brigas foram ficando raras, mas todas as vezes que aconteciam, Thomas mal se machucava, isso foi o suficiente pra ninguém se meter com ele.

O garoto entrava em uma sala e as pessoas ficavam em silêncio, que com um único olhar conseguia parar alguém de fazer algo estúpido, eu o invejava.

Mas agora o  nível se elevou mais, os boatos que ele tinha causado a morte da própria família corria por toda cidade, isso era um absurdo, mas pouco tempo que a mãe dele se foi, Thomas voltou ao colégio e isso resultou em um braço quebrado que obviamente não era dele.

E meses depois aqui está ele de novo, pensei que nunca o veria na escola de novo.

Thomas parece processar tudo enquanto estava parado na porta do refeitório, então ajeitou os ombros e entrou, sentando numa mesa qualquer, eu não precisava ouvir pra saber que com certeza boa parte das pessoas estavam falando dele.

Luna me chama, cutucando meu braço.

" Ele é maluco, se susperitassem que eu tivesse matado minha família eu estaria acampando no alabama, não no colégio"

Ela parecia indignada.

" Para de falar besteira" respondo, tentando de alguma maneira não parecer afetada com a presença dele.

" Preciso ir à biblioteca, a gente se vê na próxima aula?"

Pergunto a Luna, me levantando sem esperar nem sequer uma resposta, podia ver o olhar dela me seguindo enquanto eu me afastava.

Antes de chegar à porta da biblioteca vejo Marcos saindo da biblioteca, meu corpo travou antes de eu conseguir dar meia volta.

Era uma reação de pura auto sabotagem, eu parava e prestava atenção nos lábios dele, sabia que se virasse e ignorasse ia ser melhor, mas simplesmente não conseguia, eu precisava saber o que ele dizia e eram sempre tão cruéis as coisas que saia dali.

— Olha o que temos aqui. - o sorriso diabólico que se formava sempre que me via já estava em seus lábios. — Fala alguma coisa e eu te deixo passar, não se finja de estátua, sei que me entende muito bem.

Marcos parecia se divertir, apoiado sobre a porta. Eu levanto a cabeça, a deixando mais erguida possível antes de xingar ele com as mãos.

Meu sorriso vitorioso brota em meus lábios, Marcos odiava nunca saber o que digo.

" O quão idiota você é?  Eu entendo você, mas você é inútil demais para saber que te chamei de porco fodido"

Meu sorriso cresce mais quando ele sai da porta, seu semblante parecia endurecido.

"porco fodido"

Repito os movimentos com as mãos.

— O que você tá dizendo? - ele se aproxima e eu faço de novo.

"Porco fodido, não te escuto, mas você cheira como um pedaço de merda"

Marcos se aproximava cada vez mais, porém eu continuava parada, papai me ensinou a enfrentar idiotas inseguros e burros que nem o garoto a minha frente, ele tenta segurar meu braço mas tiro antes.

— O QUE VOCÊ TA FALANDO ? - ele parecia gritar, com o rosto muito perto do meu, é fácil não me deixar abalar quando não escuto os berros dele.

"Porco fodido"

Sorrio mais ainda, Marcos parecia que ia dizer alguma coisa, mas seus lábios se fecham e sua atenção fica atrás de mim.

Thomas tinha o sorriso mais diabólico que eu já vi em toda minha vida, o de Marcos agora parecia o de uma criança birrenta comparado ao dele, minha atenção volta para Marcos.

Seus olhos iam de mim para Thomas, sem saber o que falar.

— Estúpida. - ele disse isso antes de virar e ir embora.

E pela segunda vez no dia eu travo, não pelo Marcos O idiota, mas por não saber o que fazer com Thomas a poucos metros atrás de mim.

Mas então tomei coragem e me virei, com a cabeça ainda erguida. O garoto alto pra caramba, mais musculoso que qualquer um do último ano, menos o Bob, mas todo mundo sabe que o Bob injeta coisas.

Seus olhos castanhos escuros e sutilmente puxados me encaravam atentamente, como se me estudasse. Antes que eu desistisse de falar algo, já que obviamente ele não me entenderia, Thomas me surpreendeu:

" Porco fodido é uma boa definição pra ele."

Não pude deixar de arregalar os olhos, mal tive tempo de reagir, o garoto apenas sorri, um sorriso que parecia realmente achar graça disso, me dá as costas e vai embora.

Um sorriso meio incrédulo infelizmente escapa pelos meus lábios.

Cacete, por breves, segundo minha barriga parecia um vulcão em erupção fazendo meu corpo entrar combustão instantânea.

Não é uma sensação agradável.

Não é uma sensação agradável

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O que acham pessoal?




Sinais do amor [ EM PAUSA ]Where stories live. Discover now