Sinais do amor [ EM PAUSA ]

CAPÍTULO 23

Quando abri os olhos e notei a luz forte que vinha da janela, todo sono que eu provavelmente tinha, saiu do corpo, já que pulei da cama.

Corri pra procurar meu celular embaixo do travesseiro, onde eu sempre deixo pra acordar com a vibração do despertador, faço isso desde pequena, pra ter a sensação de alguma independência.

Ajoelhei no chão e o vi embaixo da cama, me esforcei o máximo para pegá-lo, desviando de umas tralhas no meio do caminho, quando o alcancei mostrava que essa seria o horário da minha terceira aula e tinha umas mensagens da Luna.

"Alooooooooo"

"Era pra você estar aqui"

"Comer sozinha é um saco"

" Seu garoto misterioso veio, me sentei ao lado dele, mas aparentemente ele só fala com você, comigo só mexia a cabeça, é fofo hahaha"

"Aulas de artes sem você, que sacooooooooooo, vou desfalecer..."

"Desfaleci."

" Você sempre avisa quando falta, o que houve, me conte fofocas interessantes e não que sofreu um acidente grave, hoje é segunda, não é um dia bom pra notícias ruins"

Ri das mensagens desesperadas de Luna, antes de responder ela:

"Nada de interessante ou ruim, apenas perdi a hora, deixe o garoto mistério em paz Luna e redesfaleça."

Respondi, deixando o celular de lado, pensando seriamente em ir para as últimas aulas e assumo que é apenas para vê-lo sem ter que inventar uma desculpa esfarrapada, esse garoto me tirou o sono a noite toda.

Desci as escadas ao sair do quarto, dando de cara com meu pai tomando café enquanto lia algo no laptop, eu só o vi na janta ontem e tenho certeza que ele estava me evitando.

Devo ter feito barulho descendo o último degrau, já que ele olha para trás, levando um sustinho.

" Desculpa"

Eu disse fazendo uma careta.

—o que você está fazendo aqui, garota? quase me infartou.

Eu li os lábios dele, parecia ainda se recuperar do susto, deixando o café sobre a mesa.

" O celular caiu da cama, não tinha como eu acordar, talvez eu vá para a última aula."

Expliquei, indo me sentar no lugar que costumava ser da mamãe, sentar nessa cadeira é como sentir o calor dela. Tenho lembranças muito vívidas de quando ela me colocava no colo pra gente tomar café juntas.

" você já perdeu a maioria, fica com seu pai essa manhã, hoje vou um pouco mais tarde."

Ele abaixa e levanta as sobrancelhas algumas vezes, em uma clara sugestão e com um olhar pidão. Eu obviamente não ia contestar, terei que dar uma desculpa esfarrapada para Thomas e isso me incomoda muito menos do que achei.