CAPÍTULO 10

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Um anjo? Sério Thomas?

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Um anjo? Sério Thomas?

Julgo a mim mesmo mentalmente pela milésima vez, já não bastava Eli enchendo meu saco a tarde toda, pelo rosto dela na hora, talvez não tenha sido uma ideia boa falar isso.

— Você não deixou eu falar pra ela, então era ela mesmo. - O garoto estava eufórico. — Quando eu falar pro Jeff ele vai ficar sem acreditar.

— Por que é que você não cala a boca? - bufo, olhando pra ele. — Você não sabe de nada.

— Eu vi pela janela, você tava sorrindo. - Eli retruca, como se fosse um argumento incrível.  — Você não sorri.

— E o que é isso? - forço um sorriso.

Claramente ele continuou falando e falando até cansar, aturar isso é a consequência de ser amigo de uma criança, que obviamente nunca foi escolha minha:

— Ele não é muito novo não? - pergunto ao Jeff, enquanto observava o garoto minúsculo de nove anos brincando de lutinha sozinho no ringue.

— Com certeza ele é e você é um dos mais velhos daqui, pode ficar de olho nele enquanto ajudo os outros? - Jeff sugere, apesar disso eu era um dos mais novos entre os mais velhos.

Olho pro garoto, meio receoso com isso.

— Apenas olhar, Eli não tá aqui pra treinar de verdade, pelo menos agora é só algo pro garoto ser realmente a criança que é. - Jeff  começou com o papo profundo, usando da chantagem emocional para eu concordar e obviamente concordei.

Me aproximo do ringue, para mais próximo do garoto que socava o vento como se fosse seu maior inimigo de uma forma horrorosa.

— Você tem braços longos, é bom pra socar caras maiores. - eu provavelmente não deveria dizer isso a uma criança de nove anos, mas o olhar esperançoso e animado que o garoto me lança me fez desconsiderar essa opinião.

Desde então, toda vez que eu olhava para o lado, tinha um garoto irritante e tagarela do meu lado.

Que agora mais uma vez dormia no sofá, vendo desenho e com uma caixa de cereal ao lado.

Suspiro, jogando uma coberta por cima do garoto, desligando tudo.

Subo até o segundo andar, eu já estava com a mão na maçaneta do meu quarto quando olho pra uma porta não tão longe da minha.

Desde que ela se foi, nunca mais abri essa porta.

Me afasto da minha porta e me aproximo do quarto que era dela, que ela dividia com meu pai.

Mas quando ele morreu, um mês e meio antes dela, mamãe trocou absolutamente tudo, deixou apenas o que ela gostava.

Finalmente conseguiria ser quem queria, então quando abro a porta, sinto apenas o cheiro dela, que me atingiu como um tiro de espingarda direto no peito.

Sinais do amor [ EM PAUSA ]Where stories live. Discover now