Capítulo 29.

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                                 Maratona.
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   🥀

- Quero dizer que fui presa pela falta de opções e pelo desespero momentâneo. - Ela disse.

- Conta para mim? - Carolyna perguntou e Priscila assentiu.

Desde sempre Carolyna a fazia desejar compartilhar sua vida e seus pensamentos com ela.

Algo na garota era simplesmente cativante aos seus olhos.

Aliás, algo não, tudo nela era cativante aos seus olhos.

- Meu avô voltou a ter tosses fortes e a cuspir sangue, o que fez eu me desesperar por dinheiro. Tentei de tudo, inclusive pedi em redes sociais, mas era um valor muito alto, nem se eu trabalhasse anos conseguiria.

- Você... roubou? - Carolyna indagou e Priscila
suspirou.

- Começou a aparecer uns babacas oferecendo dinheiro para transar comigo e aquilo me deu muita raiva. Quem faria aquilo? Eu disse que meu avô estava morrendo e eles me tratando como prostituta, então passei o número da conta para eles e disse que iria. Trocamos mensagens e enviei fotos de mulheres nuas que achei na Internet para enganar que era eu. Eu estava com raiva... Desesperada. - Priscila disse com mágoa na voz antes de umedecer os lábios. - Eles mandaram na minha conta o dinheiro e eu bloqueei eles e vi que o dinheiro vinha fácil. Era de mil dólares pra cima, então comecei a fazer isso sempre.

- Sabe que é compreensível na hora do desespero, não é? - Carolyna disse ao ver o auto-desprezo no olhar de Priscila.

- Não, Carolyna, não é. - A maior disse sentindo sua garganta se fechar. - Faltava tão pouco dinheiro, tão pouco... Mas ninguém mais mandou dinheiro em minha conta e acabei marcando encontro com um deles. Eu o embebedei muito e furtei seu relógio, que eu sabia que valia a quantia que faltava. - Ela riu com desgosto. - Fui presa por furto e, com as acusações em meu nome, adicionaram a pena de estelionato.

- Eu sinto muito. - Carolyna disse e Priscila negou com a cabeça.

- Não sinta. Fui estúpida e acabei tendo todo o dinheiro congelado, o que resultou na morte do meu avô assim que eu fui presa. - Ela falou com pesar. - Ele morreu com a imagem de uma maldita neta criminosa.

- Priscila, não! - Carolyna disse, levando uma mão ao seu rosto. - Não pense assim, por favor. - Pediu. Ela estava odiando ver a maior se sentir daquela forma. - Aposto que ele sempre se orgulhou muito de você e deve ter imaginado que você queria o dinheiro. Ele te conhecia...

Os olhos castanhos se focaram nos de jabuticabas e mesmo na penumbra do local elas se viam nitidamente.

- Você acha? - Priscila indagou. - Eu nunca tive a chance de explicar. Eu...

- Ele sabia. Tenho certeza. - Carolyna disse, se aconchegando mais nos braços de Priscila. - Eu, que te conheço há pouco, saberia, imagina seu avô que com certeza viu seu esforço por ele ao longo dos anos.

A maior suspirou e apoiou sua testa na de Carolyna, fechando os olhos ao sentir a carícia da menor em seu rosto.

- Eu fui liberada para ir no enterro dele. - Priscila disse baixinho. - Fui algemada, mas estive lá. Pedi perdão... Espero que ela tenha me perdoado.

- Ele não tem do que te perdoar, amor. - Carolyna sussurrou, fazendo Priscila abrir os olhos ao ouvir a menor proferir aquela palavra. - Aposto que se ele pudesse, ele te agradeceria por colocar a vida dele acima de todo o resto e lutar por ele.

- Obrigada. - Priscila disse, dando um meio
sorriso. - Eu acho que quero te beijar... - Ela sussurrou e Carolyna sorriu.

- Só acha? - Carolyna perguntou, deixando um bico manhoso enfeitar seus lábios.

A maior sorriu abertamente.

- Eu tenho certeza de que quero te beijar. - Priscila corrigiu.

- Está esperando o quê? - Carolyna indagou e Priscila sorriu, se inclinando para capturar os
lábios macios da menor entre os seus.

Carolyna riu entre o beijo ao sentir Priscila mordiscar seu lábio inferior e levou sua mão até a cintura de Priscila, apertando-a.

- Eu passaria o resto da vida com você assim. - Priscila falou com a voz meio abafada e Carolyna suspirou.

- Não entendo como você é a líder disso aqui. - Carolyna disse e Priscila riu.

- Quando eu te contar você não vai acreditar. - Ela falou, descendo beijos pelo pescoço da menor, que arfou e fechou os olhos.

- Você disse "Quando"? Isso quer dizer que vai me contar? - Carolyna perguntou e retesou os músculos do abdômen quando as mãos de Priscila adentraram sua camisa e acariciaram a região.

- Sim... Não vou te esconder mais nada. - Priscila falou, sentindo Carolyna segurar sua mão, que migrava para seus seios.

- Então me conta agora, Pri... - Carolyna pediu com a voz densosa e Priscila franziu o cenho.

- Agora? Não podemos transar rapidinho antes? - A maior perguntou e Carolyna sentiu seu centro avisar que ela estava excitada.

- Eu adoraria, mas quero saber. - Carolyna falou com muito esforço e a maior negou.

- Preciso conversar com alguém antes... - Priscila disse e Carolyna franziu o cenho. - Mas eu juro que vou te contar.

- Não pode dizer nem uma prévia? - Carolyna
perguntou mordendo o lábio inferior e Priscila riu.

- Não seja curiosa, eu te direi, mas não agora. - Ela avisou e Carolyna entortou o canto dos lábios. - Vamos lá, não faça essa cara. Vou confiar em você mais do que em qualquer pessoa nessa prisão.

- Até mais que em Malu? - Carolyna indagou confusa.

- Sim. Ela não sabe por que vim presa, não gosto de falar disso. - Priscila informou e Carolyna assentiu, envolvendo os braços ao redor do pescoço de Priscila.

- Então acho que vou aceitar a proposta de transarmos. - Carolyna murmurou. - Mas nada de rapidinha não, quero fazer amor com você por horas... - Sussurrou contra os lábios da maior.

- Fazer amor, hm? - Priscila indagou alegre e Carolyna assentiu.

- Sim... Quero transar com carinho... - Ela murmurou e Priscila sentiu sua respiração acelerar ao ouvir o tom de voz de Carolyna.

Ela engoliu em seco e apenas assentiu, afundando sua língua na de Carolyna com paixão e lentidão, sentindo seu coração bater não só descompassado, senão feliz também.

Estava com quem queria e, apesar de estar presa, vivia finalmente um momento feliz em sua miserável vida.

Presa Por Acaso | Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora