Capítulo 42.

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Priscila respirou fundo assim que seu pé voltou a pisar no solo.

O ar fresco e levemente frio invadiu seus pulmões, fazendo-a fechar os olhos para sentí-lo espalhar seus cabelos.

Seus olhos automaticamente voltaram a se abrir assim que sentiu os dedos frios de Carolyna se entrelaçando aos seus.

- Faziam três anos, Lyna. - Priscila disse finalmente, notando uma linha se formar no rosto de Carolyna, puxando seu sorriso junto.

- Vem comigo. - Carolyna disse, puxando-a pela mão.

O olhar de Priscila capturava cada milímetro de visão, desde os passarinhos cantando naquele fim de tarde até a grama extremamente verde, contrastando com o azul do céu.

- Acho que aqui está bom. - Carolyna falou, sentando-se na grama e cruzando as pernas.

Priscila a seguiu com os olhos antes de sorrir.

- Uau. - A maior disse e Carolyna a fitou.

- O que foi? Não vai se sentar comigo? - A menor indagou e Priscila mordeu o lábio inferior.

- Não é isso, é que... Acho que nunca me sentei em um parque antes. - Ela disse. - Digo, não para apenas desfrutar da vista.

- Acho que algumas rotinas não permitem isso. - Carolyna falou. - Senta aqui pertinho, vem? - Usou de seu tom mais terno, não deixando outra opção para Priscila senão se sentar ao seu lado, voltando a entrelaçar as mãos.

- Estou livre. - Priscila disse após alguns segundos, ainda não acreditando que após tanto tempo ela estava em liberdade.

Um pequeno sorriso apareceu nos lábios de Carolyna antes de ela assentir.

- Eu nunca tinha te visto com outra roupa além do uniforme. - Ela disse, analisando Priscila com adoração. - Digo, não depois que fui presa. - Se corrigiu ao se lembrar que a viu, ainda que de relance, no passado. - Você fica ainda mais linda.

Priscila suspirou e umedeceu seus lábios.

- Você... pode me contar o que aconteceu, agora? - Priscila perguntou o que realmente queria saber, vendo Carolyna assentir e começar a explicar tudo o que havia ocorrido, sem deixar nada de lado.

A garota fazia algumas pequenas pausas apenas quando via um sorriso tímido nascer nos lábios de Priscila conforme ia entendendo que tudo não havia passado de um mal entendido.

- E então... - Carolyna disse, fitando o antebraço branquelo de Priscila antes de iniciar uma delicada carícia na região. - Ainda somos namoradas ou você não me quer mais agora que está aqui fora e com certeza terá um harém de mulheres aos seus pés?

Priscila riu baixinho.

- Não seja boba. - Priscila proferiu sutilmente, removendo uma mecha intrusa do rosto de Carolyna. - Não há como eu deixar de te querer.

O olhar castanho lentamente se levantou, fitando Priscila.

Suas bochechas coraram levemente antes de um sorriso brotar em seus lábios.

- Senti tanto a sua falta. - Carolyna murmurou, se inclinando alguns centímetros apenas para deslizar a vértice de seu nariz pelo rosto de Priscila em uma carícia carregada de ternura.

Os olhos se encontraram após isso e a intensidade contida naquela troca de olhares fez ambas suspirarem ao mesmo tempo.

Foi Carolyna que tomou a atitude, esbarrando a superfície de seus lábios sobre os de Priscila, sentindo a garota retribuir com o mesmo afeto.

Presa Por Acaso | Capri Where stories live. Discover now