Capítulo 32.

1.9K 212 120
                                    

                                Maratona.
    5/5
   🥀

- Hoje é meu dia de lavar o banheiro. - Malu reclamou e Carolyna fez uma careta.

- O meu foi ontem. - Ela respondeu e Priscila sorriu.

- O meu não foi semana passada e nem essa. Acho que esqueceram de mim. - Ela falou e Carolyna olhou desapontada para a semente da fruta em sua mão.

- Pri, minha maçã acabou. - Carolyna disse e fitou sua namorada. - Eu queria outra.

Carolyna falou e a ruiva de olhos escuros ergueu a cabeça para olhar para o lugar aonde deixavam as frutas.

- Olha que sorte, amor. Ainda há frutas. - Ela disse e Carolyna deitou a cabeça em seu ombro.

- Busca para mim? - Ela pediu com a voz manhosa e Priscila riu.

- Está bem. - Ela replicou após alguns segundos, se esquivando da menor antes de ir buscar a fruta.

- Ela ficou frouxa demais, não é certo explorar ela assim, Carolyna. - Malu falou e a morena riu.

- Não estou explorando. - A menor rebateu. - Eu pedi para ela, ou seja, ela teve a opção de dizer não.

- Céus, ela está apaixonada, não te dirá não para essas coisas que te agradam. - Malu falou e Carolyna sorriu.

- Aqui está. - A voz de Priscila soou atrás de Carolyna e a menor se virou, pegando a fruta e esperando Priscila se sentar ao seu lado novamente para se inclinar e depositar um beijo manso em seus lábios.

- Obrigada. - Ela disse sorrindo. - Mas você sabe que pode dizer não quando eu te pedir algo, não é? - Carolyna indagou e Priscila assentiu.

- Eu sei, mas gosto de te dar todos os sim's
possíveis. - Ela replicou e Carolyna mordeu o lábio inferior.

- Então... - Carolyna começou, inclinando-se sutilmente para sussurrar algo no ouvido de Priscila. - Que tal dizer sim para a ideia de irmos para a nossa cela para eu te dar alguns orgasmos, hm? - Indagou sensualmente, pincelando seu nariz ao longo do pescoço de Priscila. - Essa noite a gente nem fez nada disso, apenas dormimos.

- Sua proposta é muito tentadora. - Priscila disse respirando fundo, ouvindo o riso genuíno da menor.

- E então? - Carolyna perguntou mordendo o lábio inferior.

- Carolyna Borges! - A voz firme de uma das policiais soou e a menor a olhou instantaneamente.

- Sim, senhora?

- Visita para você. - Ela disse e a menor franziu o cenho.

- Mas não estamos em horário e nem em dia de visita. - Ela falou confusa.

- Vai recebê-la ou não? É a sua advogada. - A mulher disse sem paciência.

- Oh. - Ela falou assentindo. - Eu já volto, pensa no que eu disse. - Carolyna falou, se inclinando e dando um selinho em Priscila antes de se levantar e seguir a policial.

Caminharam em silêncio até o lugar, tendo sido algemada no percurso.

Quando chegaram lá a advogada voltou a pedir que a soltassem e assim a policial o fez.

Carolyna agradeceu com um sorriso, porém a expressão solene no rosto de sua advogada quase lhe trouxe náuseas.

- Devo admitir que me surpreendi com sua visita inesperada. - Carolyna falou, se aproximando alguns passos. - Não se supõe que eu sairia só em alguns meses? - Ally assentiu. - Então a que devo a honra de sua visita?

A loira suspirou e ajeitou os óculos que usava.

Ela alisou seu blazer preto e endireitou sua coluna, encarando Carolyna no momento seguinte.

- Eu não sou a favor de injustiças, senhorita, quero deixar isso claro antes de tudo.

Carolyna arqueou uma sobrancelha e uma sensação de mal-estar varreu sua paz interior naquele momento.

- Por que diz isso?

- Eu fui contratada por sua irmã após sua audiência. - Ela começou. - Porém levo meu trabalho à níveis elevados e, por determinada razão, eu fui procurar o advogado que representou a senhorita no tribunal. - Carolyna assentiu atenta. - E o que descobri não me atraiu de forma alguma.

- Por favor, explique-me. - Carolyna pediu aflita, cruzando os braços.

- Eu estranhei o fato de um advogado tão bom não ter conseguido resolver uma simples coisa. Seu caso era simples, era apenas localizar a pessoa da farmácia e pronto, não teriam como te prender.

- O que está sugerindo?

A loira umedeceu os lábios e se aproximou um pouco mais.

- Eu fui procurar a pessoa dessa farmácia e ela tinha desaparecido. Me deixei guiar pelo instinto e segui os rastros do cartão de crédito dessa pessoa, senhorita, e quando a encontrei aleguei que ela poderia ser presa caso se negasse a comparecer no julgamento. - Falou. - Claro que eu já tinha provas de sua inocência, porém quis ir à fundo e, bem, a amiga de Lucas ficou com tanto medo que acabou confessando ter sido comprada para se afastar.

Carolyna arregalou os olhos em total surpresa.

- Oh meu Deus! - Exclamou boquiabierta. - Quem poderia ter feito isso?

A loira suspirou e a fitou.

- Sua irmã, senhorita.

Carolyna sentiu de supetão um vazio tão grande que congelou sua alma por um instante.

Aquilo não poderia ser real.

Por que Olívia faria algo cruel daquele jeito?

- Como disse? - Carolyna indagou e a loira arrumou seus cabelos com uma expressão apenada em seu rosto.

- Foi Olívia.

- Vo-você... uh, tem certeza? - Ela questionou e Allyson assentiu.

- Por isso vim lhe procurar. - Advertiu. - Eu me
demito do posto de sua advogada, pois sou completamente contra esse tipo de ação, a menos que a senhorita que me contrate.

- Eu... - Carolyna queria chorar, porém se conteve. - Não acredito que perdi o natal e ano novo aqui. O aniversário de minha sobrinha... - Disse indignada.

- Não costumo cometer negligências em meu trabalho, senhorita, por isso fui a fundo nisso. - Ally disse e Carolyna assentiu.

- Eu agradeço, Ally. Eu... vou querer, sim, os seus serviços. - Ela disse, ainda arrasada demais.

- Ótimo. Prepare-se então, senhorita. Abrirei um novo pedido de audiência, desta vez por fraude. Garanto que em menos de um mês estará completamente fora daqui e muito bem remunerada pelo descuido tanto do estado como do seu antigo advogado.

- Sou imensamente grata. - Carolyna disse, sorrindo fraco.

Não podia crer o tipo de monstro que sua irmã se transformou.

- Qualquer novidade eu volto. Passar bem e tenha um ótimo dia, Carolyna.

- Você também, Ally. Obrigada de novo.

A advogada assentiu com um terno sorriso no rosto e se retirou.

O momento onde a policial a algemou, para levá-la de volta ao pátio, mal foi notado por ela.

Em sua mente só se passava perguntas e mais perguntas do porquê de sua irmã ter feito aquilo e trazia consigo uma só certeza.

Aquilo não ficaria assim.

Mais uma maratona pra vocês 🤍

E vem cá, vocês estão com preguiça de comentar é?

Presa Por Acaso | Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora