2 - SAMMY - PARTE 2

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Oláaaas, amoras minhas, como estão?

Este livro já foi postado completo aqui e retirado. No momento, encontram-se apenas 5 capítulos para degustação.

Ele será repostado completo novamente, porém não há previsão de data.


Brenda vem experimentar os tecidos para que Sury possa desenhar seu vestido na tarde seguinte. Sury ainda não abriu o ateliê, pois pretendia fazê-lo apenas na semana que vem. Ela é uma designer de vestidos de noivas excepcional e, graças ao seu romance com o bilionário Igor Werneck ter sido acompanhado de perto pela imprensa, seu trabalho acabou sendo visto, requisitado e nossa empresa ficou conhecida. Brenda praticamente a forçou a recebê-la e Sury cedeu apenas porque está irritada o bastante pela morte da minha libido e está louca para apertá-la em alguns tecidos que sabe que Brenda odiará.

Estamos conversando sobre o início de sua gestação quando Brenda chega. Ela não me disse nada sobre as cores para o casamento, mas liguei na mansão onde acontecerá e consegui o contato de sua cerimonialista, o que facilitou bastante o meu trabalho. De forma que consegui montar uma paleta de cores de seu casamento e encontrei alguns exemplos de arranjos para mostrar a ela. Imprimi tudo, criei uma pasta e entrego a ela assim que entra na floricultura em vez do ateliê de Sury.

— Aqui estão as primeiras opções para que você decida de qual gosta mais, assim, podemos ir personalizando sua decoração.

— Como pode ter montado opções se não sabe as cores do casamento?

— Entrei em contato com a Carmela, sua cerimonialista e ela me passou tudo.

Ela exibe uma careta enquanto olha por alto a pasta que segura.

— Roxo? Que flores são essas?

Sury observa confusa por sobre o ombro de Brenda e arregala os olhos olhando-me com descrença, mas finjo ignorá-la.

— O quê? Você não conhece cravos roxos? São flores refinadas, não são comuns em floriculturas ou arranjos, pois são apenas para eventos requintados. — Não preciso mencionar que esses eventos costumam ser fúnebres. — Essas são petúnias negras, são como veludos, são elegantes, mas também enganosas. Seu tom, na verdade, é roxo, mas para quem não presta bastante atenção irão reluzir como flores negras sob a luz.

Ela parece fascinada pelas petúnias.

— Eu gostei, mas isso seria adequado em um casamento? Não deveria ser tudo claro?

— Claro que não! As noivas usam claro por medo de errar, mas isso se aplica a noivas comuns, noivas que seguem as tendências. Porém imagino que você seja alguém que as cria. Como pode ver nas imagens que selecionei dos casamentos da alta sociedade em Paris, cores mais sóbrias estão super em alta por lá.

Ela parece animada e Sury está boquiaberta agora. Mal sabe Brenda que apenas sou muito boa em photoshop.

— Bem, vou testar os vestidos e depois dou uma olhada com calma nisso, com meu noivo. — Ela gira em seus saltos para seguir Sury, quando parece lembrar-se de algo e gira de volta em minha direção. — Aliás, Éder me pediu para demiti-la. Na verdade, ele ficou furioso por eu tê-la contratado.

Sorrio, escondendo a careta muito bem.

— Ele ficou? E você achando que ele nem se importaria. Pelo visto estava errada.

— Ele disse que não o agrada a sua presença em um momento tão importante para ele.

— Que pena! Então você quer me demitir?

— É claro que não! Só queria que soubesse, já que terá de lidar com ele. Ele pediu que eu observasse a roupa que você usava na mansão naquela noite e a forma como se portou quando lhe foi oferecida carona. Ele não acha que você esteja à altura de decorar nosso casamento. Não leve a mal, como eu disse, será o evento mais importante do ano da ELE, ele não pode permitir qualquer erro.

Eu diria que Éder jamais seria tão fútil ou cruel, mas afinal, o que sei sobre Éder? O pouco que sei sobre ele é exatamente frio e cruel. Então meu sorriso some, não consigo mantê-lo, nem mesmo cordialmente. Ao menos consigo respondê-la:

— Não foi o que pareceu quando ele correu atrás de mim para me dar a carona que eu, tão chucra, tentei recusar. Ele insistiu muito, não tive escolha. Mas pense pelo lado positivo, ele deve ter dito isso para acalmá-la quanto a ter a ex-mulher dele trabalhando em seu casamento, para que você não sentisse medo, já que foi você que me contatou. Já pensou? Você me pagar pra eu tirar seu noivo de você? Isso seria traumatizante. Talvez ele seja mesmo um marido bem melhor para você do que foi para mim. Boa sorte.

Sua pele pálida atinge um tom rosado, que logo se torna vermelho. Mas rapidamente ela se recompõe. Suas emoções mudam com muita rapidez, é assustador.

— Não preciso de sorte, Sammy. — A forma como ela fala meu nome é carregada de escárnio. — Pessoas como eu têm tudo, o universo age para que tenhamos tudo, você vai perceber.

Ela gira então nos saltos e vai para ao ateliê, e Sury agora é quem respira fundo antes de segui-la. Percebo que ela deixou a pasta aqui, sobre meu balcão. Mas tenho certeza que isso é apenas uma desculpa para vir pegá-la. Alguns minutos depois, escuto o primeiro grito. Sury deve tê-la espetado com a agulha. Eu me pego rindo baixinho, Sury irritada e sua agulha de medida são uma péssima combinação. Eu devia ter colocado uma multa rescisória no contrato de Sury também.


Pouco depois meu telefone toca, o número da escola de Anya já me deixa em alerta e Alice, a coordenadora, me pede que vá buscá-la, pois ela está com um pouco de febre. Aviso Sury que preciso buscar Anya e vou imediatamente. Fabio me leva e encontro minha pequena com seus cabelos ruivos embolados em seu dedo, deitada quietinha em um canto da sala. Ela vem até mim e diz estar bem, como sempre faz quando está doente. Vamos direto a sua pediatra, mas Anya tem apenas uma pequena infecção na garganta por conta do tempo frio. Vamos para a casa quando a noite já caiu, aviso Sury que está tudo bem, e faço uma sopa quente, que ainda não sei como convencerei Anya, com dor de garganta a tomá-la.

Fabio até tenta ficar por aqui, mas Anya pede para ficarmos apenas nós, então Fabio a atende e vai embora. Isso me deixa aliviada por um lado, pois apesar do tempo que passam juntos, ela não está se apegando a ele. E me deixa tensa por outro, pois, apesar do tempo que passam juntos, ela não está se apegando a ele. Preciso inventar mil histórias para convencê-la a comer pelo menos metade da sopa, mas funciona. E a levo para dormir comigo na minha cama, mas passo a noite em claro acompanhando a febre que insiste em voltar sempre que o efeito do remédio diminui.

É uma noite daquelas. Já tive muitas como essa. Geralmente, Sury está comigo, desta vez, embora ela tenha insistido, não permito que venha, pois acabou de voltar de lua de mel, e está grávida. Precisa dormir bem enquanto pode. E, bem, Sury tem sua família agora, seu marido, em breve terá seu bebê, não pode mais ficar aqui comigo quando Anya estiver doente. Nunca foi e jamais será um problema para mim passar quantas noites forem necessárias em claro por minha filha, mas por alguns segundos, sinto falta de ter alguém para dividir comigo essas noites mal dormidas. Sinto falta de Anya ter alguém mais para pedir colo enquanto eu fazia a sopa ou preparava seu banho. Ela chamou por Sury nesses momentos e me senti incompetente. Também me senti culpada.

DEGUSTAÇÃO - UMA MENTIRA PARA O CEOWhere stories live. Discover now