4 - ÉDER - PARTE 4

1.9K 530 134
                                    

Oláaaas, amoras minhas, como estão?

Este livro já foi postado completo aqui e retirado. No momento, encontram-se apenas 5 capítulos para degustação.

Ele será repostado completo novamente, porém não há previsão de data.


Ficamos dando voltas por algum tempo até que decido levá-la a um lugar especial, no topo de uma serra que fica atrás do meu prédio. Tenho vista desse lugar da varanda do meu quarto. Quando chegamos lá, está vazio e o céu estrelado se mostra como um espetáculo à parte, já que não há tanta iluminação por aqui. Sammy desce da moto e retira o capacete, olhando ao redor enquanto a observo. Ela realmente veio comigo.

— Você está bem? — pergunto. — Está com frio?

— Estou bem. E você? Oliver disse que não apareceu na ELE a semana toda.

— Estava de folga. Você tem tido contato com Oliver?

— Tive por bastante tempo esta noite enquanto ele me impedia de entrar — responde e sorrio. — Você estava de luto?

— Já estou melhor.

— Éder, você disse que nada pode consolá-lo. Eu fui ao cemitério naquela manhã porque imaginei que você estaria lá. Sury e eu passamos por isso anos atrás, e foi muito difícil. Então, só fui lá naquela manhã para tentar te consolar. Mas acabei não tentando.

— Você não tinha como fazer isso, está tudo bem.

— Não quero carregar a culpa por algo relacionado a você, mas durante toda a semana eu me senti assim. Fui eu quem te deu aquela notícia e não imaginei que você ficaria tão abalado quanto Sury e eu ficamos. Mas nós tínhamos uma à outra e Oliver não estava indo até você para consolá-lo, então...

Ela para de falar e se aproxima de mim. Devagar, estende os braços.

— Isso é tudo o que posso fazer, ainda que não o console, eu terei feito a minha parte.

Ela quer me abraçar? Está me pedindo isso? Não estou mais acostumado ao que sinto, o sangue correndo rápido, o coração tão agitado, a respiração entrecortada. Meus braços parecem pesados, mas ansiosos. Os abro e ela me abraça. Apoio o rosto sobre seu cabelo macio, seu corpo está recostado ao meu e isso é bom de uma maneira assustadora. Estava cansado, mas parece que não estou mais, preciso de mais dela do que um abraço. A abraço mais forte, a prendo entre meus braços, fecho os olhos e sinto seu perfume de jasmim. Ela usa o mesmo perfume, e seu cheiro é familiar e viciante. Algo estranho acontece. A dor não sai por meus olhos ainda, não transborda para que eu possa me libertar dela, mas por algum tempo parece que ela adormece. Toda a dor adormece. Sinto-me mais leve, então. Ela é sempre o paraíso.

— Se eu te apertar mais você vai se afastar? — pergunto.

— Não, mas você provavelmente vai quebrar meus ossos — ela responde e sou obrigado a reunir toda minha força de vontade para apertá-la menos.

— Eu estava errado, Sammy, minhas dores não são inconsoláveis. O problema é que meu único consolo é você. E você está fora do meu alcance.

— Se você der em cima de mim vou te acertar no meio das pernas — ralha, mas não parece irritada.

— Desculpe, vou me comportar, não me bata.

— Nós não podemos impedir os percalços pelos quais temos que passar, Éder. Mas só nos podemos nos impedir de viver por causa deles. Minha mãe era a maior incentivadora da vida para todos ao seu redor, mas foi ela mesma quem se impediu de continuar. Oliver disse que você é alguém que se impede de viver. Não seja.

DEGUSTAÇÃO - UMA MENTIRA PARA O CEOOù les histoires vivent. Découvrez maintenant