5 - ÉDER - PARTE 2

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Oláaaas, amoras minhas, como estão?

Este livro já foi postado completo aqui e retirado. No momento, encontram-se apenas 5 capítulos para degustação.

Ele será repostado completo novamente, porém não há previsão de data.


Quando Oliver me passa as informações que pedi sobre Fabio, cujo sobrenome é Mesquita, o encontro com facilidade exatamente no local que ele costuma frequentar após deixar Sammy todas as noites. É um pub movimentado, e ele está em uma mesa com uma mulher. O observo por algum tempo para não agir de forma precipitada, mas então ele se vira e a beija. O desgraçado beija outra mulher quando tem Sammy. Vou até ele assim que se afastam para não a machucar, o seguro pelos cabelos e empurro sua cabeça com força para a frente, acertando sua cara contra a mesa. Ele tenta reagir e bato de novo, com mais força. Há sangue escorrendo de seu nariz e ele consegue me acertar com o banco que ficou vago ao seu lado porque a mulher assustada se afastou. Levanta-se rapidamente e o acerto com um soco, mas ele revida com outro. Então os seguranças do pub ficam entre nós apartando a briga.

Quando nos acalmamos e somos expulsos do estabelecimento, ele se aproxima e pergunta irritado:

— Por que caralho você fez isso?

Seu nariz está em um ângulo estranho. Bem feito para ele.

— Você não vai enganar a Sammy, que merda pensa que está fazendo? Não vou permitir que a machuque. Escute bem o que vai fazer: afaste-se dela, encontre um bom motivo para que ela não sofra e não permita que ela saiba que você a traiu.

Ele me encara por alguns segundos e então xinga um palavrão.

— Sammy e eu não estamos juntos! Tenho tentado, mas tudo o que consegui dela após semanas de insistência foi um beijo.

— Um beijo? Vocês não transam toda sexta?

— Não! Nós nunca transamos!

Sammy mentiu?

— E os outros caras? Dos outros dias da semana?

— Que caras? — pergunta ainda mais confuso.

Começo a rir, aproximo-me dele que se afasta e estendo as mãos em sinal de paz.

— Foi mal, cara. Pensei que você a estivesse traindo, me desculpe. Vamos ao hospital, eu vou pagar por isso aí.

— Você quebrou a porra do meu nariz por um engano!

— Ficou bonitinho, assim tortinho — tento. — Vocês estavam juntos, eu o vi com outra, como saberia que Sammy mentiu?

— A prioridade dela é a filha — ele diz com certo desprezo no tom de voz.

— Espera, está me dizendo que perdeu Sammy porque a prioridade dela é a filha? Porra, você é um babaca! Mereceu ter o nariz quebrado — constato e o deixo ali, ameaçando me processar e xingando palavrões, mas pouco me importa.

Meu queixo dói e devo ter um hematoma no olho, mas me pego cantarolando por motivo nenhum. Não, tem um motivo: Sammy é mentirosa, esse é o motivo. Nunca pensei que ficaria tão feliz por uma mentira.


Mas a manhã seguinte chega e, com ela e meu olho roxo, a constatação do que fiz e, pior do que isso, de como isso pode voltar para Sammy. Somente por isso, vou a um lugar onde jamais pensei que iria. A Valentino's parece uma bagunça. Não possui salas ou baias onde os funcionários trabalhem, mas uma explosão de cores e vozes e pessoas andando de um lado a outro, rindo alto, música tocando e conversas. É um pouco estranho enquanto aguardo que o CEO me receba, mas todos aqui parecem alegres e produtivos, percebo.

— Éder, o senhor pode entrar — a secretária que se apresentou como Raquel comunica e entro no que deve ser a única sala deste lugar, que também estava com a porta aberta.

Um homem de pé me observa atentamente, com uma expressão fechada. Seus cabelos grisalhos e porte forte indicam que ele deve ser a lenda mencionada por Oliver. Cumprimento-o e me aproximo de Igor Werneck, que está sentado em sua cadeira, observando-me com curiosidade.

— Éder Castello, que surpresa vê-lo aqui!

— Obrigado por me receber, Igor.

— Em que posso ajudá-lo?

— Então, sabe aquele segurança que você colocou para tomar conta da Sammy? Eu quebrei o nariz dele, sinto muito, mas já o fiz. O que quero saber de você é se é seguro para Sammy que ele continue fazendo a segurança dela ou ele pode tentar descontar nela?

Ele me observa por algum tempo.

— Posso perguntar por que você quebrou o nariz de um dos meus melhores seguranças?

— Pode. Sammy me disse que estavam juntos e o peguei com a língua na boca de outra ontem à noite.

— Entendo. Se vai brigar com um segurança precisa aprender a lutar, Éder, parece que apanhou — zomba.

— Mas não quebrei nada, já ele... Igor, Sammy está em perigo?

Ele olha para a lenda parada de pé na porta, não dizem nada, mas é como se tivessem dito algo que não pode ser ouvido.

— Fabio não é uma ameaça para Sammy, não descontaria nela de maneira alguma — garante.

Sinto-me aliviado por isso. Agi por impulso, e pensar que ele poderia revidar nela por minha impulsividade me deixou um pouco louco esta manhã.

— Obrigado — digo e me levanto para ir embora, mas ele comenta:

— Estou confuso por você estar preocupado. Não achei que se importaria, uma vez que a deixou há anos. Mas percebi no seu jantar que você tende a defendê-la. Ainda que contra a sua noiva. Você ainda se importa com ela.

— Sammy sempre será a pessoa mais importante do mundo para mim.

Ele me observa confuso, e percebo como devo estar parecendo para ele agora. Sou o homem que a abandonou sem qualquer explicação cinco anos atrás. O noivo do casamento em que ela está trabalhando e estou aqui como se tivesse o direito de falar dela.

— Igor, às vezes a vida te coloca em uma situação onde você tem que fazer uma escolha nada justa entre proteger quem você ama ou estar com ela. Tudo o que tenho feito é para protegê-la — confesso. — Mas entendo que não tenho o direito de vir aqui e falar dela como se fôssemos algo um para o outro. Porém você é quem ela tem agora, precisa protegê-la.

— Eu protegerei. Sammy é minha família e farei o que for preciso para cuidar dela. Mas, Éder, se você foi embora para protegê-la, ela não está em risco por você estar por perto de novo?

Sim, está. Eu não devia estar perto dela. Não devia ter enchido a cabeça com sonhos tolos de desejos impossíveis. Estou cuidando que nada mais possa machucá-la e devo me focar apenas nisso.

— É por isso que vou me afastar dela — respondo. — Preciso me afastar. Mas caso eu não consiga, espero que você a proteja de mim.

— Eu a protegerei de tudo e de todos, Éder. Embora este seja um papel que você parece pronto para desempenhar. Não se preocupe com a Sammy, eu vou cuidar dela. Gostaria que você levasse isso, é meu contato. Você pode me ligar sempre que achar necessário, se achar que ela está em risco ou que precisa de interferência — diz me estendendo seu cartão.

Entendo o que quer dizer. Devo ligar se perder o controle perto dela, se chegar perto demais de feri-la de novo. Ele vai intervir. Pego seu cartão e agradeço. Despeço-me da lenda, nem menciono que meu único amigo é fã dele, mas sinto-me mais calmo ao constatar que Sammy não está desamparada. Sury escolheu bem desta vez, Igor Werneck é um homem decente.

DEGUSTAÇÃO - UMA MENTIRA PARA O CEOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora