PRÓLOGO ── existência

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NAVIA DESPERTOU por entre o farfalhar de múrmurios abafados em voz baixa

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NAVIA DESPERTOU por entre o farfalhar de múrmurios abafados em voz baixa. Ela sentia a água entrar por suas narinas se instalando em seus pulmões. Uma anomalia sua, por ser a primeira filha da Sereia d' LaBelle, - Narisa. - Tinha três riscos em sua garganta que lhe permitiam oxigenar a água, transformando-a em ar puro para a sua sorte e sobrevivência existecial. Às Brânquias eram a sua estranheza e motivos de muitos Atlantis acharem-na uma Rainha totalmente diferente do que estavam realmente esperando.

O que transformava o Cardume do Quântico em um clássico alvoroço de representatividade. Se para alguns suas Brânquias eram bizzaras, para outros, lhe compadeciam a imagem daquela mulher bela de aparência interessante, impactante e impecável. Ela era tudo e mais um pouco. Uma lutadora nata que já derrotou seu cunhado no máximo de cinco vezes. Orm chegou a ajoelhar e pedir revanche, mas ela estava cansada daquele jeito que ele levava-se a não aceitar nenhuma derrota.

Chegaria a ser um bom rei e um bom marido para sua irmã? Ou chegaria um dia em que Mera diria não para o casamento e rebelaria contra Orm? Ela acreditava na segunda expectativa, ainda que a Princesa fosse do lado oposto, Mera não aguentaria a pressão de estar em um relacionamento infeliz para o resto de sua vida. Ela queria mais do que governar, adoraria sentir o amor, mais o que ela experimenta ao lado de um Rei sem muitos escrúpulos, é impatia pelo próximo, a raiva e a fúria que ele leva guardado. Ainda mais agora que sabiam da existência de um mestiço entre eles.

Seus olhos castanhos claro meio âmbar, buscavam o semblante destemido de seu pai. O rei Nereus. Ele havia dito a ela que se fosse para continuar sendo Rainha, que arranjasse um pretendente descente e, que estivesse a sua altura para governar ao seu lado. O ponto crucial disto, é que Navia nunca pretendeu se casar ao virar rainha. Ela sempre esteve acostumada desde muito cedo com a solidão. Ainda que fosse uma mestiça, pois não era filha da mesma mulher que deu vida a Mera, mas sim a primeira filha que o rei teve.

── Navia, já conseguiu um pretendente? ── ele tocou no assunto, ao passar despercebido ao lado dela.

── Não. É o mestiço? Ainda continuara sendo perseguido e atacado sem motivos nenhum? ── rebateu ela com tom indignado.

Não podia fazer nada além disso. O dever, comprometimento e obrigações lhe chamavam a todo momento. A feição de seu pai mudou de suave para perturbado com o que acabara de ouvir. Os lábios dela tremeram vementemente enquanto seu corpo se contorcia com medo de dentro para fora. Ela aparentava ser fria com os outros, mas devia respeito ao seu povo assim como os demais a sua volta.

── Não se intrometa nas conversas territoriais. Por favor... Eu não quero que você seja banida do seu cargo de Comandante. Orm ficaria no seu lugar e nós sabemos bem o que ele quer fazer quando encontrar Arthur Curry. ── ele respondeu voltando sua atenção para o imenso reino a sua vista.

── Onde está Mera? ── ela o questionou sobre a ausência da irmã.

── Treinando os rebentos do Cardume da Saumoura. ── resumiu-o.

Navia deu meia volta ao trono, entrando em seu altomóvel tecnológico de ponta. Um peixe espada amontoado de decorações romanas e gregas. Linhas bem desenhadas a risca, mas Nereus a parou só por um minuto tentando entender o que sua herdeira queria com a meia-irmã. Considerando os fatos de que Shalla estava cansada de tanto descordar e concordar com certas coisas que deveriam ser feitas em relação à Arthur Curry. Ele não era um homem culpado, era completamente livre, mas o mundo da superficie estava sobe julgamento, ainda que Orm tivesse certeza do que queria fazer.

── Vou conversar com ela. Havera uma reunião no Continental do mar. Orm quer que você apareça por lá. ── ele assentiu, e se sentou em seu trono vendo sua filha dirigir para fora do castelo submerso.

Sua função era à de proteger o seu povo, portanto existia outras formas de fazer isso sem interferir nos assuntos dos humanos. Eles eram redarguidos, assustadores e mais selvagens do que um animal poderia aparentar ser, ainda que muitos deles tivessem suas chances de grande mudança e bons atos de generosidade. Isso não ajudava o mundo em questão, mas sim eles mesmos.

O modo com o qual ela lidaria com o noivo de sua irmã e o problema que, na visão de Atlânta, era Arthur Curry, ela convenseria Mera a lutar do seu lado e ajudar os dois mundos a sobreviver. Aquele homem era especial e conectava os dois lados da mesma moeda por ser tanto da superficie quanto da água. Ele era a linha-tênua que faltava na vida dos Atlantis. Aquela era uma boa chance de mudar as percepções de seu povo, provando que ele era digno de liberdade e reconhecimento e reverência por ser filho da esposa de Atlas.

── Mera! ── sua voz ecoou nos ouvidos de sua irmã.

Despretenciosa, os assuntos que Navia tinha para conversar com a princesa, passaram diante de seus olhos. Ela recolheu diversas informações possíveis e tudo o que sabia que poderia fazer para impedir o ataque de Orm contra a superficie da terra. Mera obtinha coragem assim como Navia, porém a princesa sabia controlar os seus poderes, enquanto a Rainha sabia controlar grandes coisas, mas nunca ousou mostrar suas habilidades para ninguém. Apenas sua família sabia do que ela tinha pavor, do que era capaz, e do que ela guardava e escondia do mundo inteiro.

── Estou surpresa e feliz por ter vindo aqui, ── ela sorriu com curiosidade nas orbes azuis ── Mas... Por que?

── Vim aqui tocar em um assunto importante, irmã. ── elas se sentaram no triângulo de ferro.

── Pode me contar. ── Mera segurou nas duas mãos de Navia. ── Não precisa me esconder nada, você sabe disso.

A rainha respirou fundo mais uma vez, soltando o ar por suas Brânquias que se abriram em um instante. Mera tentava decifrar as expressões sórdidas de Navia enquanto ainda podia supor os mais diversos assuntos que ela gostaria de colocar em dia. Mas ela sabia que só havia um assunto que realmente lhe interessava. Arthur era um problema aos olhos do reino de Atlântida, mas tirando isso, Mera o achava responsável o suficiente para governar. Só odiaria ter que admitir isso algum dia. Ambas eram confidentes uma da outra.

── Quero conversar com você sobre Arthur Curry. ── e a suposição que a princesa havia feito, estava certa ── A existência dele não pode ser um problema para nós. Eu posso provar.

 Eu posso provar

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DUSK TILL DAWN | ARTHUR CURRYOnde histórias criam vida. Descubra agora