007 - Submersos em Ódio

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UMA GAROTA QUE CARREGA O PESO Do mundo nos ombros e um homem que foge totalmente desse mundo

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UMA GAROTA QUE CARREGA O PESO Do mundo nos ombros e um homem que foge totalmente desse mundo. Dois opostos que se atraem dividindo este mesmo peso poderiam balançar as estações do ano com apenas um sussurrar de palavras, se não fossem tão azarados à ponto de sofrerem com o Karma de suas escolhas e as consequências de suas ações.

Arthur tomou uma decisão precipitada, ao serem flagrados dentro daquele barco e cercados pelas armas letais e mais perigosas dos soldados de Atlântida, eles foram recolhidos para o reino, que eventualmente, Orm governava, diante da traição de Navia. Muito provavelmente ele foi apoiado por seu pai, o Rei Nereus, antes de adquirir seu direito ao trono. Uma opção não tão vantajosa pairou nos pensamentos do Curry, coagindo as possibilidades de uma luta justa em troca da liberdade dos dois.

Era o mínimo que podia fazer por ela, afinal, Shalla lhe salvou, além da vida de seu pai. Ele claramente pagaria com sua alma se pudesse retirá-la de seu corpo. O sacrifício valeria à pena, custasse oquê for. Eles mal se conheciam e já pressentiam uma longa jornada em busca da redenção e verdade, a sinceridade entre ambos era a única que sucumbia acima de seus sentimentos e lhes trazia os mais óbvios e fortes fatos.

Entretanto, assim que foram pegos e levados para o reino, Arthur foi forçado a acordar do seu sono diante do seu irmão que tanto desprezava agora. O sentimento era recíproco, nitidamente visível nos olhares divagosos que disseminavam um para o outro. Ele tentou levantar, mas seus joelhos foram puxados para baixo. Foi então que ele sentiu o ferro gelado das correntes esfregando-se em sua pele alva, mesmo debaixo do oceâno.

Sua visão ainda era pacífica, seu peito grunhia atentamente alheio aos detalhes daquele lugar. Sua mãe já esteve sentada naquele trono ao lado de Orm. Agora era o mesmo assento que Navia ocupava. Ver seus olhos remanescentes mortos onde não existia mais o brilho que viu naquele dia em que se conheceram pela primeira vez foi como se ele estivesse exilado dentro do próprio corpo. Só conseguia realmente sair quando estava perto dela. Mas, por quê justo uma Atlantis tinha que lhe causar aquilo.

O destino era mesmo um filho da puta que adorava armar dociês para duas pessoas desconhecidas. Juntar estranhos e não tão estranhos, amantes e amigos eram seus tópicos favoritos de ver. Uma moeda com duas caras enfrentando diversos caminhos com apenas duas faces para escolher. O bem e o mal; o certo e o errado: Um salvador ou uma causa perdida, como a atriz, Danielle Rose Russel costumava dizer interpretando sua personagem, Hope Mikaelson na série de Legados. A frase mais marcante, que aliás, definia tanto Arthur Curry quanto Navia Shebella Shalla, a rainha de Atlântida, que não sabia mais o quê fazer para evitar a morte da sua única esperança.

── Tô curioso pra saber exatamente sobre como foi que você nos achou. ── ele o encarou arrogantemente. Ao tentar se soltar das correntes, seus joelhos foram postos sobre o piso de mármore branco novamente enquanto os guardas tiravam risos da sua patetica falha.

Orm sorriu de canto de boca ignorando os gritos de força rouca que saiam diretamente da parte do mestiço. Ele se prontificou de estar cara a cara com o mais velho: ── Você não é nada contra mim além de um tosco, rude e alcoolatra terrestre. Mesmo tendo o sangue dos atlantis, você nunca será capaz de avançar para trono, simplesmente porquê não tem capacidade e nem talento para governar. ── afirmou, totalmente grosseiro.

── Eu nunca quis competir com você, seu imbecil hipócrita. A única coisa que eu queria fazer depois que a mamãe morreu e eu soube que tinha um irmãozinho, era vir até aqui, te abraçar e dizer que você jamais estaria sozinho. ── Orm ignorou suas palavras, que por mais tocantes que fossem, não lhe convenceram e nem mudaram suas ideias à respeito do Curry. ── Quem diria que, o mesmo irmão que eu gostaria de poder ter conhecido um dia se tornaria um renomado covarde desse mundo submerso. ── ele arqueou as sombrancelhas e fincou a testa estreitando seus olhos para Orm.

── Pois muito bem, se você quiser provar o seu valor como meu irmão e ser cúmplice de Atlântida, lhe garanto um lugar ao meu lado. ── ofertou ele. Imprevísivel e de cara séria como sempre.

── Não. ── respondeu ríspido ── Prefiro morrer do que me render e, se for pra morrer que seja lutando pelo que vim fazer. ── se opôs a ele. Um pouco ofegante, já que não estava tão acostumado a passar horas e horas debaixo da água ao invés de apenas salvar humanos.

Algo que virou sua rotina naquele momento, pareceu improvável ser feito consigo mesmo, há não ser que ele oponha uma batalha justa em troca da sua liberdade. Ele sabia que isso acabaria muito mal, por mais saiba nadar ele nunca foi de fazer malabarismo com bastões de guerra diante da submersão. Navia não se safaria facilmente das suas prioridades ou de uma explicação inteira sobre o porquê ajudou, Arthur Curry a escapar das mãos de Atlântida. Muito provavelmente estava proibida de ir contra seu povo, e mais uma vez, estava disposta a quebrar as regras por ele. Mesmo que estivessem submersos em ódio. Desta vez, não podiam fracassar.

DUSK TILL DAWN | ARTHUR CURRYWhere stories live. Discover now