Capítulo 16

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Lucas 💸

Alguns meses antes....

Rogério: E por hoje é só pessoal. - o professor falou e me levantei guardando meu material na mochila, assim como os outros.

Organizei tudo e sai com a mochila nas costas, até escutar alguém me chamar.

Benjamin: Aê, Lucas. - virei para trás vendo ele cercado de alguns amigos nossos. - Chega mais. - suspirei e me aproximei. - Soube que vai ter um baile lá no teu morro. - assenti. - Desenrola lá para deixarem a gente subir.

Lucas: Ué, é só colar lá e falar que me conhecem. Meu irmão e eu somos amigo do dono, precisa de muito bagulho não.

Fael: Caralho, tu tem essa moral mesmo por lá? - dei de ombros. - Desenrola outros bagulhos também? - fez um gesto como se estivesse fumando.

Everton: Ou até. - fingiu estar cheirando pó e revirei os olhos, enquanto eles riam.

Eu nunca me meti com droga. Uma vez ou outra fumava, mas logo entregava o resto ao JK. E isso é por não gostar mesmo, sei lá, é bom ficar na onda, mas tem hora que estraga o rolê e você não consegue aproveitar nada. Tem outras formas de curtir a vida e curtir uma festa, baile, sem está usando drogas.

Só bebia em baile e quando o JK comprava cerveja, mas só. Nunca fui chegado a whisky, nem a outro de bebida alcoólica. JK nem reclama, ele acha até bom porque assim fico sóbrio e fico de olho nele.

Benjamin: Me admiro você morar lá e não curtir as paradas. A gente aqui da Sul, agora um bagulhozinho pra ficar relaxado, tirar o estresse. - Fael concordou.

Encarei ele. O cara era loiro de olhos azul e tão branco, ficava vermelho no sol. É bancado pelo papai e que estresse é esse que ele passa? Porra, qualquer merda que ele faça, se livra porque tem grana.

Assim como o Fael, Everton, Yago, também amigo nosso e o Juliano. Eles todos fazem parte da elite da riqueza por aqui. São filhos de médicos, advogados ricos, políticos e tudo mais. Eu era a ovelha negra do grupo. Favelado, não tinha muita grana e era meu irmão que bancava a facul.

Sem querer desmerecer, nem parecer ingrato. Agradeço meu irmão por todo esforço que ele fez e por querer que eu tivesse um destino diferente do dele, mas sei lá. As vezes, eu fico olhando para esses caras e me sinto descolado. Não me encaixo nesse meio e acredito que nunca vou.

Isso não é por eu ter vindo de favela, pela minha cor, nada disso. É só por que não é isso que quero da vida. Eu queria poder ter liberdade de escolha. JK não teve, mas eu tenho agora já que estamos estabilizados financeiramente.

Benjamin: Qual foi? - perguntou e neguei com a cabeça.

Lucas: Vejo vocês lá. - fiz um toque com eles e sai da faculdade.

Montei na moto e sai em disparado em direção ao morro.

•••••••••••••

Procurei os meninos com o olhar e quando achei, caminhei até eles.

Lucas: Caralho, porque demoraram tanto? Disseram que tinham chegado aqui era nove e meia, já são dez e meia. - perguntei alto por conta da música.

Benjamin: O trânsito tava osso, cheio de carro. - explicou. - E chegando aqui os caras não queriam deixar a gente entrar.

Fael: O Ben teve que mostrar uma foto sua com nós. - disse tudo embolado e rindo.

Percebi que ele já estava bêbado e revirei os olhos.

Yago: Caralho, só tem mina gostosa aqui. - secou as minas que passou por nós. - Eu tô no paraíso! - gritou e riu.

Louco por Você Where stories live. Discover now