Capítulo 62

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JK ☠️

As crianças desceram da moto e eu também. Entrei em casa e tudo já estava revirado. Eles tinham jogado a mochila no chão e tirado o tênis.

JK: Vocês não aprendem nunca, né? - me olharam. - Peguem a mochila e guardem no quarto. Coloquem o sapato dentro do armário e tirem a roupa da escola antes que sujem. - os dois me olharam sem entender.

Yara: Tá falando igual a mamãe. - se levantou e pegou a mochila do chão. - Qual foi, pai?

JK: Qual foi nada. - a olhei sério. - Vocês precisam criar responsabilidade desde cedo. Vocês chegaram a menos de dois minutos e tudo já está bagunçado.

Ygor: Tá bom, mamãe. - riu e revirei os olhos.

JK: Eu estou falando sério! - suspirei fundo. - Vão! Tirem essa roupa e lavem as mãos.

Yara: Estamos indo, pai. - falou e andou em direção ao quarto.

Ygor: O senhor tá chato. - disse e fiz cara feia.

JK: Você não viu nada. - ele negou com a cabeça e saiu.

Vi a Tamara encostada no balcão observando nós e desviei o olhar dela, me sentando no sofá. Bufei e passei a mão no rosto.

Porra de sensação ruim no peito.

Eu tava mal com toda essa situação da Tamara falar que não ajudo ela com nossos filhos. Porra, depois que me acertei com ela tudo voltou ao normal. Essa mulher tem o poder de mudar tudo em mim e eu gostava disso, gostava de ter ela por perto e de compartilhar a vida ao lado dela.

De alguns anos para cá, ela anda estranha. Tamara já tinha terminado o curso, ela não abandonou por conta da gravidez e nem deixei, era o que ela queria e ia apoiar até o final. Depois que o Ygor nasceu, ela não quis atuar na área da formação, quis cuidar dos filhos e eu apoiei a decisão novamente.

Tudo fiz pensando no que ela queria. Eu não falei nada, nem nunca me meti nos bagulhos dela porque ela sabe o quer bem da vida. Mas essa questão dessa fala dela, me deixa intrigado.

Sempre fiz de tudo para ser o mais presente possível na vida dos meus filhos, até porque eu não quero perder nenhum minuto da vida deles. Amo eles mais que tudo e é por eles que ainda estou aqui, só que a Tamara tá me sufocando. Eu trabalho, pô, não tenho tanto tempo assim como ela.

Ygor: Pai. - me chamou e o olhei. Ele e a Ya já estavam com outras roupas. - Vai ter um treino hoje da escola, pode me levar? - se sentou ao meu lado.

JK: Que horas?

Ygor: Três e pouquinho.

JK: Levo. Deixa tudo organizado. - ele sorriu.

Ygor: Valeu, coroa.

JK: Coroa o que, mané? Me respeita. - bati de leve na cabeça dele, que saiu para a cozinha rindo.

Yara ficou me olhando por um tempo e se sentou no outro sofá. Levantei uma sobrancelha e cruzei os braços.

JK: E tu, cria? Quer o que?

Yara: Nada, papai. - olhei pra ela com deboche.

Ela só usava esse "papai" ou "mamãe" quando queria pedir algo e geralmente era pra ela sair com as amiguinhas.

JK: Fala logo, Yara. - cocei a sobrancelha. - É o que? Festinha de aniversário? Ir a praça? Tomar açaí?

Yara: Uma festa do pijama.

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