13 - narração 🔊

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Sunoo teve mesmo um dia do caralho; O dia que você sabe que quando for escovar o dente a pasta vai cair da escova, esse foi o resumo do seu dia, a pasta de dente caindo da escova.

Agora beirava as cinco e meia, o garoto estava com suas costas e um pouco do pescoço  doloridos por ficar na mesma posição por longos minutos enquanto finalizava sua pintura. Sempre foi muito organizado, mas o momento que estava pintando era um enorme bagunceiro, por ali tinha alguns tubos de tinta, mas também o estojo com as aquarelas, pincel com recipiente de água e os mais normais, dois godê para lá de manchado já, sem espaço para mais manchas  e que não adiantava lavar, um cavalete era presente mas foi deixado de lado após se entrosar mais na pintura e na sua missão de ajustar o borrado para algo melhor, se é que tinha como.  Parou na metade, precisava de um descanso. 

Ajeitou a postura sentando abraçando a perna e deitando a cabeça em seus joelhos, a mancha de tinta e borrado não estava gritante, mas nada o fazia gostar daquilo ali. Era normal estar odiando o trabalho ou estaria tão feio mesmo e estava sendo sincero com seu olhar crítico apurado? O que era normal, era Sunoo não gostar da maioria das pinturas e desenhos que fazia, entrou em uma faculdade de arte só por influência dos amigos  (também por não saber o que fazer e não querer ser mais um da família em medicina, enfermagem e áreas próximas)  e até que gostava de lá. Não gostava das dores nas costas que a cada trabalho ou passatempo sentia. 

Resolveu parar o trabalho antes que estragasse de alguma forma, afinal sua mente estava travada para aquilo, às vezes optava fielmente em pegar seu material e se alojar em algum outro canto só pra pintar,explorar sua imaginação, coisas difíceis ultimamente, mas era impossível sua ideia no momento, mas pensar não era proibido e também, o garoto nunca passou por bloqueio criativo. 

Tirou o abafador de som — que comprou mais cedo em uma venda de loja de música e eletrônicos, talvez por impulso da compra? com certeza, mas também por achar ser útil, como saberia se Niki não o sacanearia — de seus ouvidos pouco depois. O ar estava silencioso, permaneceu como se tivesse com o pequeno abafador sonoro no ouvido ainda, tinha colocado o tampão no ouvido por precaução, porque se ele fosse borrar o trabalho que conseguiu dar um jeito, ele não responderia por si.  Por um segundo pensou em Niki, estava tudo tão quieto? o rapaz estava em casa? Cumpria o trato mais cedo? não tinha motivos para pensar nele, afastou logo pensamentos.

Sua campainha interrompeu seus pensamentos e mais algumas batidas ritmadas na porta o fez ter certeza de quem era, ou melhor quem era as duas pessoas, e ao abrir a porta rapidamente era Jungwon e Sunghoon, os olhou confuso, sabia que iriam no boliche, mas achou que estava cedo.

– Viemos cedo para você não fugir dizendo que se atrasou, por isso trate de ir limpar a bochecha suja de tinta e se trocar – Jungwon falou igual a uma gralha, rapidamente sem dar nem tempo de Sunoo o rebater ou perguntar o que eles faziam ali, afinal, só falaram do boliche o resto da semana toda. – Podemos ver o que estava pintando?

– Ajeitando – corrigiu – Se puderem me ajudar a guardar as coisas também, eu muito que agradeço – os garotos então concordaram indo para o chão bagunçado da sala e sem mais dizer

– Ajeitando mais o que? Isso está tão lindo que não tem o que ajeitar, não entendi nada mas tá lindo, não tá, Jungwon? – Sunghoon disse pegando o quadro e mostrando para Jungwon que concordou, mas evitou segurar pela tinta parecer ainda úmida e ele não querer acabar estragando, focou em tampar as tintas e guardar na caixa. – Vai se arrumar Sun, a gente dá conta de guardar as coisas aqui, vá vá! 

– Não nos faça ter que ir te jogar em baixo do chuveiro e escolher roupa – praticamente expulsando o amigo, conseguiram o convencer de deixar a bagunça ali, e Sunoo sem saída e sem mais como relutar com os melhores amigos, pegou suas coisas e foi se arrumar.

hellish neighbor - sunkiWhere stories live. Discover now