40 - narração 🔉

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Sunoo jurava por tudo que era mais sagrado — mesmo ele não sendo sequer religioso — que nunca mais colocaria mais de uma gota de álcool em sua boca,  nunca mais!. Não pelo estado decadente de que se lembrava perfeitamente ao vivo e cores, o fazendo ter vontade de se jogar na cama e se cobrir de novo fingindo que não bebeu nada para ver se a dor de cabeça sumia,  mas já foi uma luta gigantesca levantar seu corpo parecendo mais pesado que era, ou que a cama o prendia.

 Nem se lembrava se já sentiu ressaca na vida — a resposta é não — nem um banho foi capaz de passar aquela dor do caralho,  parecia ter alguém fazendo uma obra da prefeitura na sua cabeça.

 Claro que depois do banho e de ter vestido algo mais confortável — uma blusa com uma série qualquer estampada e uma calça moletom escura, não era a roupa mais decadente para um domingo de ressaca, mas era bem confortável —, a sua cabeça deu uma amenizada, mas fazia certo drama porque foram longos minutos dele olhando a parede e tendo que hora ou outra fechar  os olhos contando aleatoriamente para a dor amenizar.

 Quase se rendeu ao chá que ele encarava vez ou outra em cima do fogão, visto que estava sentado na bancada da cozinha sem muito o que fazer, ou saber o que fazer. Na verdade, por muito menos se renderia, pensar que podia ser um chá leve, bem doce ou algo amargo, algo bem oito ou oitenta o fazia perder a vontade de tomar goles da bebida do bule . Mas pensar que  Riki tinha gastado seu tempo fazendo e lhe deixado um post-it avisando o que era, mesmo não tendo nada demais naquilo, Sunoo acha uma graça no cuidado todo e aquecia seu coração sabendo que Niki pode ser idiota as vezes, mas era um fofo também.

Era domingo, mormente, não tinha o que fazer. Talvez até tinha, mas deixava a preguiça o assolar e a desculpa de estar de ressaca tomar conta de toda situação.

 Por conseguinte, Sunoo apenas se acomodou no sofá e ligou a televisão para atualizar alguma série que parou no meio,  mas sua atenção mesmo estava no celular em suas mãos, perdido em redes sociais.

 Às vezes Sunoo humildemente esquecia que tinha uma conta enorme no Instagram, se tinha problema? Não, qualquer empecilho que surgia o rapaz ignorava, achava  apenas engraçado porque isso fazia os amigos sofrerem e pessoas aleatórias comentarem perguntando que lugar era aquele que ele estava ou que já foi lá a partir do momento que resolveu postar fotos que tinha na galeria do dia anterior em seus stories ou repostar stories dos amigos que o marcava. Ele postava nada com nada,  sua bolha foi estourada e sua atenção desprendeu ao ouvir a campainha soar por todo cômodo, não muito depois, agradeceu sua dor de cabeça ter passado junto com os carneirinhos de sua mente que pulavam cerca atrapalhados.

Como questão de segundos um sorriso entornou em seus lábios, tinha leve noção de quem era, afinal o esperava e ansiava, sem contar que antes falava com Nishimura Riki e ele avisou que passaria lá, ele querendo ou não, de verdade, Sunoo apenas queria. 

  E sem muito pretexto ou surpresas, a porta se abriu e Niki tinha um sorriso descarado na cara, nas mãos tinha bolsas de compra sendo seguradas, não de modo firme pois pareciam leves, mas ainda sim, mostrando que nem em casa passou ao vir do mercado da esquina próxima. Ao todo era uma bolsa dele próprio, uma de Jake e Heeseung que ele resolveu fazer um favor comprando umas coisas que pediram, mas levar na casa deles seria um abuso, por isso deveria deixar eles virem atrás e uma tinha o sorvete que comprou para Sunoo e mais uma comida de microondas para dali mais umas horas.

A verdade que Riki não falaria é que andou até a outra esquina, não só porque o que queria estava em falta no mercadinho próximo, mas também ali no próximo não tinha aquele sorvete. A verdade era que Niki praticamente voou para lá, não no literal, Riki não era um ser celestial com asas, mas voltou tão rápido para o apartamento que ele próprio estava chocado, correr pela manhã lhe fazia bem e agora via.

hellish neighbor - sunkiDove le storie prendono vita. Scoprilo ora