A Rainha dos Mares

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Boa noite! Lá vem eu com o segundo capítulo dessa história. Entrem nos barquinhos e vamos navegar por revelações. Ajudem uma autora a ficar esperta com as atualizações e favoritem e comentem, por favor. Tenham uma boa leitura.

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Monstro. A pirata encheu a boca para chamá-la assim. Poderia sentir-se ofendida, mas se tratava de alguém que não sabia o que falava, poderia ser indulgente. Admirava a coragem de uma humana em achar que havia saída, e gostaria que houvesse colaboração, ela não iria sair da ilha naquelas circunstâncias. E nem em nenhuma outra. Era lamentável que tentasse fugir, e pensou várias vezes que deveria afundar aquele navio imenso junto com centenas de pessoas para que aprendesse a ser uma boa capitã e a não tomar decisões impensadas.

Cogitou também puxar aquela imprudente pirata para o mar quando a viu bêbada, falando com os mares e proferindo ofensas como se fosse para ela. Não o fez porque odiava o gosto da carne embriagada de um humano. Achou até que se enganou em sua impressão sobre a pirata não ficar bêbada como todos os outros. Naquela noite, ajudou a humana ébria a trocar suas roupas para deixá-la confortável e trocou novamente o que tinha colocado em seu closet. Antes que ela acordasse, encheu a banheira fixada no meio do quarto com água e a esquentou. Um luxo, comparado com o que os outros tinham.

A sereia deixava ela se aproveitar de todas as regalias que poderia oferecer, que eram bem simples. Era uma ilha, e não tinha muitos pastos. Os moradores deram sorte que um navio de carga animal entrou no radar das sereias e foi atraído para lá, muitos anos atrás. Geralmente, era mais comum que a alimentação fosse à base de peixe e agricultura na parte em que havia solo fértil na ilha. Ainda era o melhor que tinha para oferecer para a pirata.

Naquele dia, Camila Roy suspirou e tirou a roupa de pirata lentamente, aceitando que deveria usar aquela água quente e estranhamente perfumada. Ela se afundou na água, torcendo para que não estivesse sendo vigiada. Pelo menos para tomar banho, queria privacidade. No final, acabou relaxando e tomando um banho de qualidade que se tornava um luxo em alto mar. A água estava cheirosa.

Veio da realeza, e se perguntava como aquela água poderia ser tão cheirosa? Aliás, Camila estava reparando que as pessoas da ilha não cheirava mal e nem parecia com a pele suja. A europa era um antro de mau odor, a higiene era precária. Não se importava com o cheiro dos piratas porque ela mesma já tinha se acostumado, porém, não escondia que costumava a se lavar com frequência e sempre que tinha oportunidade, mesmo com a água do mar. Isso a tornava chamativa e atraente para os homens.

Camila pegou hábitos da aldeia indígena de sua mãe, onde os indígenas se banham em águas de rios de água doce para se refrescar. Não fez questão de apontar como ela mesma tinha bem menos problemas com coceira por se manter limpa para homens. Helena e as pouquíssimas mulheres de sua tripulação, foram as que pegaram esse hábito.

Nessa ilha, todos os dias estavam quentes e o ambiente era tropical e paradisíaco, as pessoas também pareciam se dar conta que a água aliviava calor e que não precisavam achar que havia formas de se ter alergia a água e limpeza da pele. O maldito monstro marinho, no entanto, fazia algo que ela nunca viu na vida: a água estava perfumada. Cheirava a lavanda. Ela gostava de lavandas? Deuses.

Frustrada com a vaidade e o capricho daquela criatura bizarra, Camila se colocou a esfregar o corpo, se limpando o suficiente para deixar a pele escura, características de pessoas com descendência indígena, mais avermelhadas. Ela lavou o rosto e a boca. Então perdeu a pressa, simples assim. Ela molhou os cabelos nas águas perfumadas, afundando o rosto ao tapar a respiração. E quando terminou, estava revigorada. A água quente massageou seus músculos doloridos, seus cabelos sedosos e brilhantes, e nunca cheirou tão bem.

Sea of Fury (Camren)Where stories live. Discover now