Frutos da Clareza

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Boa noite! Essa é a segunda parte da atualização dupla. Favoritem e comentem para me animar um pouco mais. Tenham uma boa leitura e aproveitem.

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Roy descobriu que Lauren não estava em Atlantis, mas na ilha, na casa onde ela disponibilizou para ela e Helena morarem. Quando chegou, encontrou a sereia tomando chá e comendo pão fresco porque a casa inteira estava tomada pelo cheiro. Considerou que Helena ofereceu para ela.

Na verdade, o cheiro de pão fresco fez Lauren sentir vontade de experimentar, e ela não precisou pedir porque a alegre e solicita Helena ofereceu sem pensar duas vezes, dizendo que Natasha e o filho pequeno dela logo chegariam também. Era interessante para a rainha ver que a melhor amiga da pirata estava se dando tão bem na ilha, e genuinamente parecia gostar do lugar.

— Você quer voltar? — Perguntou Lauren, tomando um gole do chá, molhando a garganta. Helena cozinhava muito bem. Achava que poderia comer algum pedaço da torta de maçã que estava assando.

— Voltar? — A loira franziu a testa, confusa com o que estava lhe sendo perguntado.

Fazia semanas que ela não cogitava mais a possibilidade, e não sentia falta do mundo real o suficiente para querer voltar. Não tinha ninguém lá para sentir falta também. Helena estava bem, e se sentia bem com a vida que estava tendo na ilha. Era diferente da pirataria, mas tão boa quanto.

Não tinha as riquezas que encontrou na vida como pirata, as comidas luxuosas e as mordomias que Camila Roy fez questão de lhe ofertar. Também não havia prostíbulo algum, e ela não estava desprendida da possibilidade de estar apaixonada por alguém. A vida era boa o suficiente para que sua mão de obra fosse paga de maneira limitada durante o dia, fazendo trocas. Não passava dificuldade e ainda conseguia tomar banho, isso era incrível por si só porque no mundo real, banho era praticamente regalia de senhores.

Mysterium era o lugar perfeito, com pessoas diversas e ainda assim viviam em harmonia. Poderiam pensar que é fácil ter paz quando existiam sereias rondando e exigindo que tivessem paz uns com os outros. Claro, existiam pessoas ruins na ilha também, mas elas eram mascaradas porque sabiam o que acontecia com quem saía da linha e perturbava a paz do Éden. Não era lugar para guerras. Todos eram bem-vindos, desde que tivessem consciência de que até ali tinham regras a serem seguidas.

— Para casa. — Lauren avaliou o rosto da loira bonita, que apenas deu um sorriso e negou com a cabeça.

— Não tenho casa fora dessa ilha. Camila pode ter dificuldade de se adaptar, mas ela aprende. Foi fácil para mim. Eu gosto da sensação de paz sobre as decisões que tomo. Meu maior dilema aqui é se devo levar a maioria do suco de manga ou uva. Os habitantes gostam mais de uva, mas alguns gostam de manga. — Helena deu de ombros, também tomando de seu chá. Tentou entender de onde estava surgindo esse tipo de dúvida na cabeça de Lauren.

— Camila não tem escolha, você sabe. E não diria que você tem, desafortunadamente. Não posso permitir que os piratas que naufragaram saíam dessa ilha. Não vivos, pelo menos. Ainda, fico imaginando se está feliz o suficiente para não me odiar por ter te tirado de sua vida. — Helena piscou lentamente para o que estava ouvindo da rainha.

— Camila é como uma irmã, mas eu não sou parecida com ela nisso. Ela pode odiar o quanto for, espernear e fazer pirraça sem efeito algum, só que eu não compartilho da paixão ardente da pirataria. Era apenas necessário, entende? — Encolheu os ombros, timidamente.

— Ela não tem escolha, a não ser aceitar seu destino. Eu, tampouco, tenho controle disso. Tens desejo de visitar o mundo real por uma última vez? — Perguntou Lauren, calmamente. — Você foi uma boa amiga para minha mulher, e se há algo que posso fazer para retribuir...

Sea of Fury (Camren)Where stories live. Discover now