O caminho não escolhido

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As meninas acordaram tarde no sábado, pulando o café da manhã e saindo das masmorras apenas para o almoço. No entanto, ao invés de irem até o Salão Principal fazer a refeição junto ao resto da escola, elas levaram os lanches, jogos e discos até o depósito vazio no corredor da sala de Poções. Claire colocou uma música animada para tocar e passou a desembrulhar as garrafas de cerveja amanteigada, os sanduíches que buscara na cozinha e os múltiplos doces que Olívia providenciara de seu estoque.

Os meninos chegaram logo depois, também com cara de quem tinha acabado de acordar, e eles passaram a comer e discutir o que queriam jogar primeiro.

Acabaram decidindo por uma brincadeira nova, que Claire ensinou, que envolvia que todos sorteassem cartas de baralho para definir, entre eles, espiões, assassinos e cidadãos comuns. Então eles tentavam matar uns aos outros silenciosamente, também através das cartas, e acabavam discutindo entre si para decidir quem era o assassino. Até Marcus, que Olívia nunca tinha ouvido levantar a voz em sua vida, estava vermelho e apontando o dedo para Laura, que por sua vez se defendia como uma advogada experiente.

Também jogaram Snap Explosivo e outros jogos de carta, além de aprenderem uma dança da música trouxa que Claire colocou, insistindo que todos os trouxas sabiam aqueles passos. E a comida, felizmente, durou a tarde toda, tanto que Olívia mal se serviu quando foram até o Salão para o jantar.

"Ainda bem que organizamos isso hoje", suspirou Laura, quando as garotas se jogaram em suas respectivas camas, as barrigas cheias. "No caso, Claire organizou."

"É, obrigada, Claire", Olívia ecoou.

"Não foi nada", a amiga respondeu, encabulada.

Olívia lutava contra as pálpebras pesadas, tentando se convencer a tomar banho para poder já deitar de pijama, quando Claire se levantou bruscamente.

"Droga!" ela exclamou.

"O que foi?"

"O toca-discos", disse. "Da Profª. Burbage. Esqueci lá no depósito."

Claire se jogou na cama, grunhindo.

"Burbage?" Laura repetiu. "Achei que fosse seu."

"Eu emprestei o dela dessa vez, porque a qualidade do som é bem melhor... Mas ela tinha me feito prometer devolver o quanto antes..."

"Deixa que eu vou pegar", Olívia se ofereceu. "Pode descansar."

A amiga deu um sorriso aliviado. "Você é incrível, sabia, Viv?"

Ela riu e colocou os sapatos de volta, saindo do dormitório em seguida. O caminho da Sala Comunal da Sonserina até o depósito era curto, então ela logo recuperou o objeto esquecido. Para fazer um agrado ainda maior à amiga, decidiu já devolvê-lo à professora, saindo em direção à sala de Estudo dos Trouxas no primeiro andar.

Estava virando o corredor das tapeçarias quando viu uma figura muito familiar do outro lado. Ela apertou o olhar, tentando reconhecer a pessoa que se aproximava, e um choque repentino correu pelo seu corpo. O toca-discos caiu no chão e se espatifou em um baque barulhento.

"Merda", ela sussurrou, abaixando-se e sacando a varinha. "Reparo."

Os estilhaços se juntaram magicamente, como se fossem ímãs, e ela recolheu o objeto, apertando-o contra suas mãos trêmulas. Quando se levantou, ele já estava parado à sua frente.

"Fred", ela deixou escapar instintivamente.

Olívia não conseguia acreditar nos próprios olhos. Piscou e piscou e piscou, mas ele permaneceu bem na frente dela, mais sólido que nunca.

A Última Dança | Fred Weasley (Livro 3)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang