A Última Dança | Fred Weasley (Livro 3)

Ruptura

Olívia não saberia dizer por quanto tempo continuaram ali. Só percebeu que estava ficando tarde quando as luzes da rua começaram a se acender, e o céu já havia se tornado um tom rosado pálido.

Ela estava exausta — parecia que não tinha mais nada dentro de si — mas ter Fred segurando-a, durante aquele tempo, fez tudo parecer um pouco melhor.

"Eu preciso voltar", ela sussurrou, ainda sem coragem para se afastar dele. "Já está ficando tarde."

"Ok", ele sussurrou de volta. Finalmente se afastaram, mas Fred segurou seu rosto a poucos centímetros do dele. "Volte logo, Liv."

"Voltarei", ela prometeu, apesar de não saber como o faria.

Ele a beijou. Foi um beijo delicado, melancólico. Ela retribuiu exatamente aquilo.

"Eu te amo", disse.

"Eu te amo."

Fred chamou Jorge de volta para se despedir, e o garoto voltou descendo as escadas, encontrando-a na porta.

"Vejo você logo", ele disse, abraçando-a. "Ou nós iremos até sua casa sequestrá-la."

Olívia riu. "Nisso eu acredito."

"Ah!" Fred exclamou de repente, saindo correndo e então retornando com uma caixa do kit Mata-Aula, que ele lhe entregou. "Para caso precise dar uma escapulida do trabalho."

"Obrigada."

"Venha sempre que quiser. Ah, e tente não aparatar direto para cá, caso esteja sendo seguida. Kingsley sempre nos fala para aparatar para umas duas ou três localizações antes, só para ficar seguro, mas isso eu acho um pouco exagerado demais."

"Não aparatarei direto para cá", ela prometeu.

Eles se despediram mais uma vez, e Olívia saiu para a rua. No segundo seguinte, estava na entrada da casa dos pais.

Apesar das notícias deprimentes, ela já se sentia melhor. Era como se aquela única tarde com Fred tivesse sido suficiente para recarregar suas energias para os próximos dias. E o melhor de tudo: sabia que poderia voltar assim que quisesse, embora soubesse que precisaria espaçar as escapulidas do trabalho, de modo a não levantar muita suspeita.

Estava sorrindo, pensando no banho demorado que iria tomar, quando entrou em casa e percebeu que o clima no cômodo não estava nada convidativo.

"OLÍVIA!" A mãe apareceu berrando, aos prantos, e a agarrou.

Ela deixou que a mãe a abraçasse, enquanto tentava entender o que estava acontecendo. O pai se aproximava, com uma expressão igualmente desamparada.

"Achamos que você tinha sido..." a mãe chorou, se afastando e limpando as lágrimas. Então seu pranto se transformou em fúria, e ela gritou. "Onde diabos você esteve? Você tem noção do que nos fez passar? Seu pai e eu estávamos paralisados de medo!"

"Eu..."

"Você não apareceu ao final do expediente! Seu pai e eu fomos procurá-la no setor, e Marchbanks falou que você saiu para St. Mungus de manhã, mas também nos disseram que você não estava lá! Tem ideia do que nos fez passar? Achamos que tivesse sido capturada por Comensais ou..." Ela soluçou antes de continuar. "Quão irresponsável você pode ser?"

"Desculpa, eu..."

"Onde você esteve?" O pai finalmente falou. A cólera agora também estampava seu rosto.

Olívia engoliu em seco. Estava esgotada. Não conseguia pensar em uma mentira sequer. "Estive com Fred", disse, com a voz pequena.

A mãe soltou um arquejo desacreditado, e o pai pareceu crescer na sala. Ele teve apenas um segundo de reação antes de explodir — um segundo que, para Olívia, pareceu durar uma hora.